Pré-Jogo: Santos x Vitória

Vitória: não subestime a força desta equipe.

Dois jogaços, com muitos gols e diversas oportunidades de marcar. É assim que todos os amantes do futebol, e não necessariamente do time de coração, esperam definir as partidas Internacional x São Paulo e Santos x Vitória. Motivos para acreditar nisso têm de sobra: algumas mais, outras menos, todas as equipes que hoje pelejarão pouparam seus principais jogadores na última rodada do Brasileirão, o que deve garantir 90 minutos de jogo intenso, sem cansaço. Todos os times têm centroavantes de respeito e certa rodagem, sempre com opção para velocidade. E entre outros vários motivos.

Mas vim aqui, essencialmente, para falar do jogo entre Santos e Vitória. Exatamente: eu não escolhi ver Inter e São Paulo pela semifinal da Taça Libertadores da América. Acho mais bacana o outro jogo em que duas equipes, uma paulista e outra nordestina, duelarão, ambos sob a ótica do que aconteceu com o Corinthians contra o Sport em 2008. Vamos logo ao primeiro jogo da final da Copa do Brasil, que garante vaga para a Libertadores.

Santos x Vitória, antes da Copa do Mundo, era praticamente um jogo de uma aposta só, que seria na esquadra santista. Equipe-sensação do primeiro semestre brasileiro, praticou o futebol-arte de antigamente, com vários jogadores se candidatando ao posto de craque do campeonato, como Ganso, Neymar, Wesley e André; dentre esses, destacava-se o artilheiro da competição Neymar, autor de 10 gols em seis jogos na competição, sendo cinco deles anotados numa única partida só, versus o Guarani.

E se a marca de Neymar já te impressionou, certamente você ficará ainda mais extasiado quando souber que o quadro santista já marcou incríveis 36 gols desde o início da Copa do Brasil em 9 jogos, média de 4 por partida. Na semifinal, passara pelo Grêmio, que se hoje não anda às pampas, na época era aclamado como um dos 3 melhores clubes do Brasil. Marcando três gols em ambas as partidas, avançou depois de muita dificuldade, protagonizando um dos melhores shows de 2010.

Se compararmos o desempenho santista com a performance ofensiva do Vitória na busca pela taça, o Santos vangloria ainda mais a sua superioridade, já que mesmo com um jogo a mais, o Vitória marcou 25 gols, totalizando uma média de 2,5 tentos por partida.

Mas para a alegria dos retranqueiros treinadores brasileiros, nem sempre a defesa prevalece ao ataque; e isso pode, justamente, ser o diferencial baiano na decisão. Em 10 jogos, foram apenas 8 gols sofridos, média de 0,8 gol levado por jogo, lembrando que a muralha rubronegra passou em branco por seis partidas. A retaguarda santista, por sinal, precisa instruir-se defensivamente com Anderson Martins e Wallace, tendo em vista que a dupla litorânea tomou 15 gols em 9 jogos, mais de 1 gol e meio por partida.

Pelo ponto de vista numérico, é possível denominar que o Vitória é uma equipe defensiva, que espera o adversário em busca de um contragolpe fatal; no entanto, não é o que se observa quando a equipe nordestina atua, muito pelo contrário: atua num 4-4-2 ofensivo e com mobilidade, onde há espaço para um meia armador já veterano mas ainda de qualidade como Ramón, um cabeça-de-área mais defensivo como Ricardo Conceição - embora este chegue bem à frente -, um atacante do porte de Schwenck, ídolo no Botafogo e no Figueirense, um meia-atacante habilidoso e letal nas cobranças de falta como Elkeson, além de manter uma defesa sólida e consistente. Soares poderia ser um bom reforço para hoje, mas não foi inscrito na Copa do Brasil por ter sido contratado recentemente. Ainda assim, Júnior pode substituir Schwenck com maestria.

Ramón: 38 anos de idade, mas o futebol continua de menino.

O Santos, como dito anteriormente, se não vê em Bruno Aguiar - que entrará no lugar do suspenso Edu Dracena - e Durval uma boa defesa, ao menos pode tentar implantar aquele ditado que fala que "a melhor defesa é o ataque", o qual vinha dando certo na competição. Hoje, a equipe deverá atuar no 4-3-3 de sempre, com Rafael; Pará, Bruno Aguiar, Durval e Alex Sandro; Arouca (Marquinhos), Wesley e Ganso; Neymar, André e Robinho.

Então agora analisemos o momento, que é inegavelmente melhor para a equipe baiana. Enquanto o time santista usou exclusivamente amistosos para entrosar a equipe durante a pausa para a Copa, no qual ninguém chegava forte nem tampouco endurecia a marcação, o Vitória jogava a Copa do Nordeste, testando com frequência novas equipes e conquistando entrosamento. E o reflexo desses jogos foram que o Vitória está invicto após a pausa da Copa, ganhou do São Paulo e empatou com o Grêmio no Olímpico. O Santos conseguiu somente uma vitória, que sucedeu 3 derrotas consecutivas.

Além disso, os vestiários santistas andam um pouco mais estressados do que de costume. Robinho e Wesley discutiram de maneira ríspida durante a concentração, fato confirmado pela diretoria, e vão jogar juntos hoje. O receio é de que haja "frescura", não passar a bola para o outro. Ainda mais que ambos são titulares, e jogadores importantes para o esquema tático. Outrossim, Neymar, Ganso e André, destaques da equipe, levaram na véspera do jogo uma convocação para a Seleção Brasileira, o que poderá atrapalhá-los ou ajudá-los, tudo isso depende da reação do jovem.

Ainda no período pós-copa, o Vitória tem, curiosamente, aproveitamento superior ao ataque santista. Em 4 jogos, foram 6 gols. No Santos, 4 jogos e 2 gols. Ou seja, o Vitória tem o triplo de gols marcados. Na defesa, tudo igual: cinco gols sofridos cada um, ainda que o Santos tenha enfrentado adversários mais fortes que os do Vitória.

Outro ponto pró ao Santos é sobre os desfalques, já que o Santos não tem nenhum jogador importante no departamento médico ou suspenso, tirando Edu Dracena, que pode ser perfeitamente substituído por Bruno Aguiar. O Vitória perde Viáfara, um grande goleiro, e Nino, um lateral de estilo semelhante ao de Alessandro do Corinthians, que não apoia muito, mas quando o faz é perigoso, e também defende com eficácia. Lee e Ricardo Cruz devem substitui-los.

E, como afirmei no parágrafo inicial, todos os times que entrarão em campo hoje pouparam jogadores na última rodada do Brasileirão. O Santos tem o horário a favor, já que entrou em campo duas horas e meia antes do início do jogo do rival - o que faz diferença sim, levando em conta que o time da baixada jogou em casa e o Vitória como visitante, tendo ainda que pegar um avião de volta para Salvador. De volta ao assunto principal, entre os que vão jogar hoje, o Vitória poupou Wallace, Egídio, Neto Coruja (jogou só 10 minutos) e Elkeson, este último atuando durante 20 minutos, contabilizando um total de 4 descansados. O Santos, por sua vez, privou Pará, Bruno Aguiar, Arouca, Wesley, Robinho e André de jogar - 6 poupados.

Ainda que eu não ache poupar necessário, o Santos ganha fôlego mas perde entrosamento, já que metade do time não jogou junto contra o São Paulo.

Vamos, agora, a uma análise peça-por-peça, sobre todos os jogadores que deverão estar em campo hoje. Lembrando que eu não vou considerar nome nem títulos, e sim a performance recente, sem nenhum bairrismo, até porque sou de Brasília. Em negrito, os que acho melhores.

GOL - Rafael (Santos) x Lee (Vitória).
LTD - Pará (Santos) x Rafael Cruz (Vitória).
ZAG - Bruno Aguiar (Santos) x Wallace (Vitória).
ZAG - Durval (Santos) x Anderson Martins (Vitória).
LTE - Alex Sandro (Santos) x Egídio (Vitória).
MEI - Arouca (Santos) x Ricardo Conceição (Vitória).
MEI - Wesley (Santos) x Vanderson (Vitória).
MEI - Ganso (Santos) x Ramón (Vitória).
MEI - Robinho (Santos) x Fernando (Vitória).
ATA - Neymar (Santos) x Elkeson (Vitória).
ATA - André (Santos) x Schwenck (Vitória).

Homem a homem, goleada santista. Ataque por ataque, goleada santista. Defesa por defesa, o Vitória sai inabalável. A questão é se o ataque vai triunfar perante a defesa, ou se a retaguarda rubro-negra vai segurar as pampas para um triunfo no Barradão.

Qual o seu palpite? Quem triunfará?

O meu é: Santos 3 x 1 Vitória.

Para encerrar, vídeos motivacionais que torcedores das duas equipes fizeram.


Vídeo do Vitória.


Vídeo do Santos.

Um abraço,

Cristiano Soares.
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47 gols jogados fora

Washington comemorando um de seus gols pelo São Paulo; poucos, não foram: em levantamento feito pelo blog, Washington marcou incríveis 47 gols em 1 ano e meio de São Paulo.

Depois do escândalo que estourou com a joia são-paulina Oscar, que acabou indo para o Internacional, e aumentou com Diogo, que teve o problema contornado, eis que chego em casa após a minha escola, e abro uma página virtual de notícias esportivas. Na manchete, figuram as palavras "Caminho de Volta", e uma foto de Washington sorrindo. Logo imaginei do que se tratava.

Abro a notícia, e vejo que Washington está de malas prontas para o Rio de Janeiro, onde deve jogar no Fluminense. Ora, está certo que às vezes ele perde alguns gols fáceis, mas todo centroavante perde, incluindo Ronaldo. Assim como faz gols espetaculares, de voleio. É, também um pivô espetacular, dada a sua força física. Seu desempenho não é ruim - pelo contrário. 47 gols com a camisa do São Paulo, em levantamento feito por este blog.

Verdade que não tem mais o fôlego de alguns anos atrás, porém não dá para desconsiderar que é o sétimo maior artilheiro da história do brasileirão, acima de nomes como Careca, Evair e Dadá Maravilha. Fora isso, chegou à artilharia do Brasileirão duas vezes, em 2004 e 2008, sendo que no ano bissexto alcançou o recorde de gols marcados em todas as edições do Campeonato Brasileiro até hoje, anotando 34 tentos. Esses feitos em clubes como o Atlético Paranaense e o Fluminense, que tinham - e têm - elenco inferior ao atual do São Paulo.

Sem querer polemizar, contudo muito da troca de Washington pelo Fluminense tem a ver com a torcida são-paulina, que não sabe reconhecer seus ídolos. Essa mesma, que pouco apoia nos momentos em que a equipe está necessitada, como agora. Vide os últimos jogos no Morumbi, 9.646 pagantes versus o Prudente, 14.408 pagantes contra o Grêmio, 15.522 presentes em pleno clássico contra o Palmeiras, e 11.622 frente ao Botafogo. Vamos comparar: o Corinthians levou, no Pacaembu, 9.232 pagantes, 28.190 pagantes, 27.681, 33.361, 22.163, e 24.501 compareceram contra o Guarani.

Mas se for analisar bem, é melhor nem ir: quando está no estádio, vaia Richarlyson por crer que ele é homossexual, mesmo quando o jogador está carregando o time nas costas. Aquela que vaiou Hernanes, num jogo contra o Universitário, do Peru. E a mesma que persegue Washington, sem aplaudi-lo quando ele se retira de campo, logo depois de marcar 2 gols.

Torcida são-Paulina lotando o Morumbi; cena rara de se ver quando é preciso apoiar.

A meu ver, os companheiros de equipe também não o auxiliam, colocando-o sempre em um patamar abaixo do que deveria ser. Ricardo Gomes é mais um que pouco se esforça para fazer crescer sua performance, utilizando jogadores de baixo rendimento na temporada, tais como Cléber Santana, Renato Silva, Jean e Fernandinho, os quais figuram com certa frequência nos onze titulares, conquanto eu ainda ache que Jean tem potencial para ser um craque, como meiocampista e não lateral. Outra invenção de Ricardo Gomes.

Eu, aliás, sou contra a demissão precoce e constante de treinadores no futebol nacional. Um mal que acomete a todas as equipes. Mas é preciso, outrossim, reconhecer quando há perspectiva de mudança, ou se tudo se encaminha para o cenário atual. Ricardo Gomes, embora tenha conseguido levar o São Paulo a uma semifinal de Libertadores, o que não acontecia desde 2006, avançou diante de um Universitario, time ruim - mas que merecia a vaga - somente nos pênaltis, e a única boa exibição paulista a meu ver foi contra o Cruzeiro, onde veio-me à mente o São Paulo de 2007, campeão brasileiro.

Observemos, principalmente, o princípio de temporada: Ricardo Gomes recebeu de reforços jogadores de alto escalão, como Fernandinho, que pouco apresentou até o momento; Marcelinho Paraíba que anda encostado na equipe, apesar de que basta vê-lo atuar para perceber que é um jogador diferenciado; Cicinho, que não rendeu o que deveria, mais por culpa própria do que por outra coisa; e Fernandão, que começou bem, mas também caiu - e muito - de desempenho, em nada lembrando o meia e atacante cerebral de bom chute e cabeceio certeiro dos tempos de Internacional.

A parte sobre a torcida não se refere ao são-paulino na essência, aquele que é sapiente em identificar um bom centroavante e apoia o time de coração. Mas verdade seja dita: Washington, mesmo aos 35 anos, tem muita lenha para queimar, e seria titular em grande parte dos clubes da Série A; afinal, coração valente que é, nada me surpreenderia se voltasse a ser o artilheiro que todos conhecemos, formando dupla com Fred ou Alan num futuro breve.

E dois alertas: se antes o papel de clube desorganizado, que não é sabedor em administrar negociações, cabia a equipes como Corinthians, Vasco, Fluminense e afins, o São Paulo está se encaminhando a passos largos para entrar nesse clube de mau-gosto, que há tempos estava ressentido da ausência são-paulina. Graças, obviamente, a dirigentes incompetentes como Leco.

Boa sorte a Washington, ao Fluminense, e meus pêsames à diretoria são-paulina, pela perda totalmente evitável da ética e do bom-senso.


Alguns dos frequentes gols de Washington com a camisa tricolor.

Um abraço,

Cristiano Soares.
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Análise da lista de Mano


Como você pode ver anteriormente, no dia de ontem, eu sugeri alguns nomes para Mano Menezes convocar a sua lista de convocados para o jogo contra os Estados Unidos, no dia 10 de agosto.

Mais precisamente, foram 36 nomes divididos entre todas as posições do futebol, no qual haviam surpresas como Jefferson e Rafael Tolói, e nomes consagrados como Neymar e Ganso.

Achei que Mano Menezes convocaria apenas jogadores que atuam no futebol brasileiro, o que não aconteceu.

E, dos 36 nomes que eu sugeri para o Mano, nada mais nada menos que 8 foram convocados. Não é um número alto, mas cravei na certa alguns bons nomes, como o goleiro Jefferson, e o atacante Diego Tardelli. E também é preciso dar um desconto que a maioria dos escolhidos atuam no futebol europeu.

Sem mais delongas, eis aqui minha análise individual sobre cada nome da lista de Mano Menezes.

Goleiros
Renan (Avaí), 19 anos - A maior surpresa da lista, eu não o convocaria, mas sei que é um bom goleiro, que tem futuro. Como já disse, eu não convocaria, mas entendo a chamada.
Jefferson (Botafogo), 27 anos - Esse é um excelente goleiro, que é sobrevalorizado por atuar numa equipe como o Botafogo, em que tudo acontece - e tudo mesmo. Eu convocaria.
Victor (Grêmio), 27 anos - Já provou que merece ser convocado, e é bem melhor que Doni. Não está na sua melhor fase, mas continua sendo boa opção para o gol da seleção.

Laterais-direitos

Rafael (Manchester United), 20 anos - Rápido, muito ofensivo, pode vir a ser algo muito bom num futuro pouco distante. Contudo, a meu ver ainda não preenche os requisitos para ser convocado para a lateral-direita, onde temos os 2 melhores do planeta. Tanto que perdeu a posição para Gary Neville no Manchester.
Daniel Alves (Barcelona), 27 anos - Um dos melhores do mundo na posição, tem um chute potente, é exímio cobrador de faltas, e embora não marque muito bem, compensa com o apoio ofensivo.

Zagueiros

David Luiz (Benfica), 23 anos - Tem um poder de arranque impressionante, mas sabe jogar duro. É alto (1,88m), e tem tudo para ser o melhor zagueiro brasileiro nos próximos anos. Se Lúcio e Juan formam grande zaga, David Luiz e Thiago Silva vão ser ainda melhores.
Henrique (Racing Santander), 23 anos - Um enigma. Jogou muito bem no Bayer Leverkusen, mas Guardiola não gostou quando o teve de volta, e emprestou-o ao Racing. Daí, ele não teve bom desempenho, e não está nem perto de ser um dos melhores zagueiros da Europa. Lógico, jogou muito bem no Palmeiras, mas na Europa não tem apresentado boas exibições; um dos vacilos da lista.
Réver (Atlético-MG), 25 anos - Zagueiro espetacular no jogo aéreo, foi um dos melhores zagueiros que já passaram pelo futebol brasileiro nos últimos anos. Mas, assim como Henrique, pouco teve sequência quando foi para a Europa. E pesa contra ele, também, sequer ter estreado no Atlético-MG, e pode estar sem ritmo de jogo. Eu o convocaria mais tarde.
Thiago Silva (Milan), 25 anos - Forte, tem boa saída de jogo, um chute potente, e é sem dúvida um grande zagueiro. Se salvou na má temporada do Milan, superando Nesta e recebendo elogios até de Maldini. Deve chegar em 2014 sendo o melhor zagueiro do mundo.

Laterais-esquerdos
Marcelo (Real Madrid), 22 anos - Esse vai ser um monstro. Muito rápido, aprendeu a defender na Europa. Me agrada.
André Santos (Fenerbahçe), 27 anos - Jogador que agrada ao Mano e a mim. Depois de quase ser demitido após se meter numa orgia, dentro de campo vem sendo impecável para a equipe turca, jogando quase como um meia ofensivo, que marca muitos gols. O último deles em um dos maiores clássicos do mundo, frente ao Galatasaray. Eu o convocaria.

Éderson: surpresa desagradável na lista de Mano.

Meiocampistas
Éderson (Lyon), 24 anos - Uma completa bola fora. Não vejo boas exibições dele quando no Lyon, e sinceramente não sei o que Mano viu nele. Tem velocidade, mas não chuta bem. E não é titular do Lyon.
Carlos Eduardo (Hoffenheim), 23 anos - Bom jogador, é veloz, e vem sendo o melhor jogador do Hoffenheim. Bela convocação.
Hernanes (São Paulo), 25 anos - Ignorado por Dunga, isso o abalou, mas já provou para todo mundo que tem potencial inclusive para ser titular da seleção.
Sandro (Internacional), 21 anos - Uma das maiores revelações brasileiras dos últimos anos, joga fácil, de primeira, é forte, e já está de passagem marcada para o Tottenham.
Paulo Henrique Ganso (Santos), 20 anos - Para mim, o melhor jogador brasileiro em atividade. Já estava na hora de ser convocado, joga de primeira, tem classe. Enfim, mesmo com a pouca idade, já é um craque.
Lucas (Liverpool), 23 anos - O Mano ama esse jogador, que realmente é fantástico. Não é um craque no Liverpool, mas consegue ser regular e jogou muitas partidas como titular na última temporada. Convocação certa.
Jucilei (Corinthians), 22 anos - Já provou ter potencial, mas acho estranho um jogador que não é titular numa equipe que Mano comandava ser convocado. Achei que no lugar dele, viria Elias ou Bruno César.
Ramires (Benfica), 23 anos - Grande jogador, tem tudo para ser titular na gestão de Mano Menezes.

Atacantes
Robinho (Santos), 26 anos - Ora sim, é um craque, mas poucas vezes o é quando atua. Explico: só joga bem se tiver motivação. Convocação correta, mas cabe a Mano Menezes motivá-lo.
Neymar (Santos), 18 anos - Com apenas 18 anos, desponta como um futuro craque. Eu não o colocaria como titular nas primeiras partidas, pois já mostrou ser marrento e por vezes não aceitar ser substituído. Mas a convocação é muito mais do que justa.
Alexandre Pato (Milan), 20 anos - Outro monstro, deve ser o melhor atacante do mundo num futuro nem tão distante.
André (Santos), 19 anos - Grande sacada de Mano Menezes, porque André é simplesmente um craque-mirim.
Diego Tardelli (Atlético-MG), 25 anos - Muito bom jogador, foi artilheiro do último brasileirão, e só não é do atual porque a equipe atleticana vem em má-fase.

E então? O que dizer da convocação? Eu não diria que gostei, mas Mano Menezes mostra que não é cego, ao contrário de seu antecessor. Só acho que ele colocou gente que não deveria em detrimento de outros jogadores, como Ederson, que poderia ser substituído por Bruno César, e Jucilei, que facilmente é pior que Elias ou Wesley. Também é estranho não convocar nenhum jogador do Fluminense, que é o vice-líder do Brasileirão.

Mas só desejo boa sorte ao Mano Menezes, que hoje garantiu, também, que fica ao menos até 2012.

Um abraço,

Cristiano Soares.
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E agora, Mano?


Agora que já sabemos o nome do novo técnico da seleção brasileira, a discussão agora é sobre quem Mano Menezes vai convocar para o amistoso contra os Estados Unidos, programado para o dia 10 de agosto de 2010.

De acordo com a FIFA, é preciso entregar a lista 15 dias antes da partida, isso se Mano convocar algum jogador que atua no exterior, o que é bastante provável.

O que eu mais queria era uma lista feita em casa, ao menos para os primeiros amistosos. Isso ajudaria na chamada renovação que Ricardo Teixeira deseja. E dessa maneira ganhamos as Copas de 1958, 1962, 1970 e 1994. E sim, sou um dos que acreditam que a seleção brasileira tem dois times prontos para ganhar a Copa do Mundo.

E caso Mano Menezes tiver dúvida, eis aqui as minhas sugestões para a partida contra os Estados Unidos. Os convocados têm como base as 20 equipes da Série A, até porque não acompanho muito a segunda divisão. Em negrito, estariam os titulares.

Goleiros
Victor (Grêmio), 27 anos.
Jefferson (Botafogo), 27 anos.

Laterais-direitos
Léo Moura (Flamengo), 31 anos.
Jonathan (Cruzeiro), 24 anos.

Zagueiros
Rafael Tolói (Goiás), 19 anos.
Gum (Fluminense), 24 anos.
Chicão (Corinthians), 29 anos.
Alex Silva (São Paulo), 25 anos.

Laterais-esquerdos
Roberto Carlos (Corinthians), 37 anos.
Juan (Flamengo, 28 anos.

Meiocampistas
Bruno César (Corinthians), 21 anos.
Ralf (Corinthians), 26 anos.
Elias (Corinthians), 25 anos.
Paulo Henrique Ganso (Santos), 20 anos.
Arouca (Santos), 23 anos.
Wesley (Santos), 23 anos.
Sandro (Internacional), 21 anos.
Giuliano (Internacional), 20 anos.
Fabrício (Cruzeiro), 28 anos.
Lincoln (Palmeiras), 31 anos.
Hernanes (São Paulo), 25 anos.
Lucio Flávio (Botafogo), 31 anos.
Diego Souza (Atlético-MG), 25 anos.
Adílson (Grêmio), 23 anos.
Douglas (Grêmio), 28 anos.

Atacantes
Fred (Fluminense), 26 anos.
Dentinho (Corinthians), 21 anos.
Alecsandro (Internacional), 29 anos.
Taison (Internacional), 22 anos.
Thiago Ribeiro (Cruzeiro), 24 anos.
Neymar (Santos), 18 anos.
Robinho (Santos), 26 anos.
Jobson (Botafogo), 22 anos.
Diego Tardelli (Atlético-MG), 25 anos.
Jonas (Grêmio), 26 anos.
Borges (Grêmio), 29 anos.

E termino aqui a minha lista!

Obs: inicialmente, era para ter 23 integrantes, mas me perdi no meio do caminho!

Um abraço,

Cristiano Soares.
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O Inter pós-copa

Alecsandro se transformou; de desacreditado a artilheiro do Brasileirão.

De todas as equipes que eu vi jogar a seguir do término da Copa do Mundo, as que mais me agradaram foram o Vitória, que revela uma velocidade impressionante e bastante força ofensiva; o Avaí, que tem nos contragolpes seu ponto forte, além de um atacante que arma de maneira primorosa o jogo como Roberto, e um meia ágil como Caio; o Palmeiras, que não tem conseguido muitos resultados porém mostra que terá muita força com Kléber no auge de sua forma e Marcos Assunção confirmando a ascendente; o Fluminense, que me impressiona com a seriedade e rapidez; mas ninguém chegou perto do Internacional.

A equipe vermelha, com 3 vitórias em 3 rodadas após a Copa, vem obtendo uma crescente na hora certa da competição. O São Paulo, por exemplo, que estava sendo aclamado como a melhor equipe do Brasil antes do início da Copa, agora não se encontra dentro de campo, e se o Brasileirão tivesse começado na sétima rodada, estaria na 19ª colocação (o que não é muito longe da atual, a 13ª). Quem vê a equipe jogar hoje em dia, prevê facilmente que não é páreo para o Inter.

Inter este que vivia uma grande desconfiança em relação aos seus atacantes em geral, sobretudo Alecsandro - seu maior artilheiro -, que havia assinalado somente dois gols até a sétima rodada, estes concentrados numa única partida. Pois ele, após um mês de descanso, desandou a fazer gols: um contra o Guarani, outro contra o Ceará, e mais dois frente ao Atlético-MG, quando fez partida exuberante. É o atual artilheiro do Brasileirão.

Outro jogador que melhorou muito no período pós-copa foi o jovem Taison, autor de um gol e uma assistência nos últimos 3 jogos. Apesar dos números bons, ele aparece mais é na armação do jogo, com a velocidade característica e chute potente, dado o novo posicionamento que Celso Roth lhe impôs. Roth, aliás, é um treinador que nunca sequer é cotado para defender os gigantes do Rio e de São Paulo, mas demonstra competência a cada ano que passa, com excelentes campanhas pelo Grêmio, Atlético-MG e, agora, pelo Internacional. Alguns dizem que ele é linha dura, muito exigente, mas penso que é melhor um técnico com essas qualidades (ou defeitos?) do que um complacente.

Andrezinho também é um jogador fantástico, e digo sem titubear que se ele fosse de um clube paulista, o aclamariam como craque - para os padrões brasileiros, lógico. Tem um passe absurdo, fora um bom chute e grande visão de jogo.

Fosse ele jogador de time paulista, seria um craque.

D'Alessandro também cresceu muito de produção, voltando aos velhos tempos, de dribles desconcertantes e toques de classe.

Se na frente está tudo nos trinques, a defesa também está muito bem guarnecida, obrigado. Bolívar, um zagueiro/lateral que sempre achei meia-boca, fraquinho, fez exibição monstruosa versus o Atlético-MG, quando frustrou todas as tentativas atleticanas pelo seu setor direito. Vem, inclusive, acertando - e muito - na saída de bola, seu ponto fraco.

O calcanhar de aquiles dessa equipe está no gol. Abbondanzieri já foi um bom arqueiro. Mas no entanto, hoje, nada mais é do que sombra do passado. Ainda tem reflexos apuradíssimos, contudo expõe dificuldade em sair do gol e encaixar os chutes adversários - os frangos que protagonizou desde o início do campeonato ilustram o que digo.

E é nessa hora que entram os reforços; as contratações, que o São Paulo pouco aprecia, foram frequentes para a esquadra gaúcha. Renan, um goleiro de alto nível, tem tudo para tirar a avaria que se encontra no gol interista.

Rafael Sóbis, outro reforço, hoje não é essencial para o esquema tático do colorado, mas é um atacante que sabe jogar infiltrado na área, mas também pelos lados, com muita velocidade, precisão nos arremates, e uma grande colocação, que quase o fizeram ser o artilheiro do brasileirão de 2005, sendo desbancado por alguém chamado Romário.

Tinga que é, para mim, a cereja no bolo que faltava ao meiocampo. É um monstro. Tem um passe muito apurado, é experiente, chega bem à frente, possui poder de marcação enorme, e é leal - poucas vezes dá um carrinho. Isso sem contar a identificação que tem com a torcida, que sabe esperar tratando-se dele.

O Internacional, aos poucos, volta a ter o elenco mais completo do Brasil; e vai chegando, como de praxe nos últimos anos, no bloco da frente. Ultimamente, amarelou; desta vez, no entanto, pode avermelhar - tanto na Libertadores quanto no Campeonato Brasileiro.

Como bom corintiano, espero que isso não aconteça.

Mas tudo se encaminha para que vivamos um inferno colorado.

Um abraço,

Cristiano Soares.
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Um vovô abusado



Olá amigos!

Estou há um tempo sem postar porquê estou viajando, e fui ao evento beneficente entre os amigos de Messi contra os amigos de Deco.

E então, encantei-me com Rivellino e lhe fiz esta humilde crônica sobre um lance que ele fez durante a partida.

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Foi no dia 18 de julho, em um domingo de sol escaldante na pacata cidade de Indaiatuba, situada no interior de São Paulo. A partida era beneficente, um amistoso entre os amigos de Deco e a seleção do resto do mundo.

Por volta dos 20 minutos da segunda etapa, um jogador do time de camisas azuis driblou "seco" um zagueiro da equipe de vestimenta branca, e lançou um pouco forte para a ponta-esquerda; um idoso de barriga saliente que entrara há pouco corria desengonçado, devagar e com as pernas arqueadas, bem como se estivesse pulando. A multidão ria com aquele senhor de cabelos grisalhos esforçando-se para chegar à bola, aparentemente sem sucesso. E então, o senhor chegou na bola e a dominou com categoria; Olhou para a arquibancada, com certa raiva pelo estádio que lhe debochava. Mandou-se à direção da área: perto da linha de fundo, viu-se de cara com um zagueiro alto, forte, no esplendor de sua pouca idade, fazendo uma cara com certo ar de deboche. E então, o vovô pegou a bola com sua canhota, e a segurou com a perna na direção da linha de fundo - o zagueiro foi em direção à ele cheio de confiança. Daí, o velho craque cortou para dentro como num passe de mágica, com a posse da bola, tudo isso em poucos instantes. A redonda teve o capricho de passar debaixo das pernas do jovem rapaz, que caiu sentado - era o "elástico".

Depois, tocou para dentro da baliza e seu companheiro isolou para fora do estádio. Em seguida, rodou suas pupilas em direção da arquibancada - aquela que há pouco o caçoava, agora aplaudia-lhe de pé, boquiaberta - e mandou um sinal de joia, como se dissesse: "Eu mando neste campo, não tentem roubar-me a bola".

O restante do jogo não teve muita emoção nos outros lances, mas a jogada daquele vovô chamado Rivellino valeu-me a tarde e o ano.

Um abraço,

Cristiano Costa.

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Balanço (e eleições) da Copa 2010


Volto a escrever-lhes, caros amigos, e desta vez para fazer um balanço da Copa que acabou de se concluir.

Apenas para fim de informação, sim, a ideia do post foi copiada do blog Olho Tático, mas logicamente que eu não plagiarei nenhuma palavra. Apenas "plagiei" a ideia.

E vamos nós!

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Alguns não gostaram da Copa do Mundo da África, em 2010. Os argumentos vão desde a baixa média de gols, até a falta de emoção em algumas partidas, principalmente na primeira fase.

E pois bem lhes digo: em meus poucos anos de vida, essa foi a melhor Copa que eu já assisti. Porquê? Ora bem, o Uruguai voltou ao cenário mundial, e torna a ser um gigante futebolístico, a despeito de seu pequeno território. Ficar entre os quatro melhores, e ainda ter um jogador eleito como o melhor da Copa é algo que enche de orgulhos os uruguaios. E, também, retornamos a ter um campeão mundial que jogue bonito, que nos encha os olhos. A Espanha é uma equipe de muita posse de bola, que se arma com dois meias e dois volantes, além de um atacante que volta para marcar e um fixo. Isso, no papel, porque em campo mostra intensa movimentação. Muito bom para o futebol, que viveu momentos de ruína após a Itália campeã em 2006, com um futebol pobre. Além disso, podemos destacar igualmente a Alemanha, que fugiu do clássico estereótipo que a cerca - disciplina tática e nunca desistir, mas sem jogar bonito -, usando-se de um futebol rápido, jovem, cerebral e sem muitas bolas levantadas na área. Vai colher, sem dúvida nenhuma, frutos no futuro.

Outrossim, assistimos e tivemos grandes decepções, como a Holanda, que fez história com um futebol envolvente, rápido e de muita troca de posições, e tem a tradição de jogar bonito desde sempre; nessa Copa, no entanto, aderiu ao pragmatismo: nenhuma troca de posições, muita bola alçada para a área, e sobretudo muita, muita violência, com Van Bommel sendo o filho preferido deste novo estilo holandês - que espero que seja passageiro. Sem contar o Brasil, que nos envergonhou mundialmente com um treinador que acha que é o dono da seleção, e jogadores aplicados, mas com pouca ou nenhuma técnica. E nem dá para dizer que não temos matéria-prima, vide Ganso e Ronaldinho, pois como diz Paulo Calçade: "Há seleções que não podem escolher uma maneira de jogar, porque não têm grandes jogadores, mas há outras que possuem o privilégio de escolher um jeito de jogar - eis o Brasil."

Mas, como dito acima, essa Copa vai ficar marcada na minha memória pelo triunfo do futebol-arte, e se assim continuar, o futebol caminhará a passos largos para voltar a ser... um simples entretenimento.

Então vamos fazer um balanço, os gols mais bonitos, a melhor atuação, o melhor jogador, e cousa e lousa e maripousa.

Melhor atuação individual: Schweinsteiger, no jogo Alemanha 4 x 0 Argentina, nas quartas-de-final.

Melhor atuação coletiva: Alemanha, na partida Alemanha 4 x 1 Inglaterra, pelas oitavas-de-final.

Melhor partida: Uruguai 2 x 3 Alemanha, na disputa de terceiro lugar.

Pior partida: Uruguai 0 x 0 França, na Fase de Grupos.

Surpresas: O Uruguai, que renasceu das cinzas, Gana, seleção aguerrida, o Japão, de futebol eficiente, o Paraguai, disciplinado taticamente, e a Nova Zelândia, de futebol-força mas a única seleção invicta na Copa do Mundo.

Decepções: A França, de desorganização total, a Inglaterra, que só fez partidas miseráveis na Copa do Mundo, Camarões, que Eto'o disse que iria ser campeã do mundo mas nem sequer pontuou e a Itália, toda veterana.

O personagem: Diego Armando Maradona, muito engraçado.

O erro: O gol não validado de Lampard contra a Alemanha.

O frango: Green, da Inglaterra, na partida contra os Estados Unidos.

A pior atuação decisiva de goleiro: Muslera, que tirou as chances de terceiro lugar uruguaias ao falhar em todos os gols alemães na partida.

A imagem: Além de Mandela, eu destacaria o ritual que os sul-africanos fizeram em Pienaar, colocando todos as mãos em sua cabeça e rezando, antes da partida contra o México, na abertura.

Gol mais bonito: Diego Forlán, na partida entre Uruguai e Alemanha na disputa de terceiro lugar.



Gol coletivo mais bonito: Villa, na partida entre Espanha e Portugal nas oitavas-de-final.



Destaques táticos: Tática paraguaia na partida contra a Espanha, tática eslovaca na partida contra a Itália, e tática uruguaia na partida contra a Holanda.

Revelação: Thomas Müller, meiocampista da Alemanha.

O melhor jogador: Diego Forlán, do Uruguai.

Seleção do Torneio:

IKER CASILLAS (ESPANHA) - Depois de ir mal nas primeiras rodadas, foi um monstro na fase do mata-mata, simplesmente garantindo o título nas quartas-de-final e na final.

PHILIPP LAHM (ALEMANHA) - Perseguido de perto por Sergio Ramos, Lahm impôs-se porque foi perfeito na frente e atrás, salvando vários gols, ao contrário de Sergio Ramos, e mostrou-se magnífico na frente, cruzando com perfeição. Devia ter jogado a disputa de terceiro lugar. O curioso é que, com ele em campo, os ataques alemães concentram-se pelo seu lado, o direito, e quando ele esteve ausente, o jogo deu-se quase todo pelo setor esquerdo.

JORGE FUCILE (URUGUAI) - Nos jogos do Uruguai na Copa, era impossível atacar pelo lado de Fucile, ora o direito, ora o esquerdo. Não é alto, mas não perdeu nenhuma por cima. Ainda assim, o que mais me impressionou nele foi a sua habilidade pelo chão: desarma como poucos, de maneira perfeita e precisa. Sensacional contra a Alemanha, foi um dos melhores zagueiros da Copa. Fez muita falta contra a Holanda.


GERARD PIQUÉ (ESPANHA) -
Técnico, não deu nenhum chutão durante a Copa. Sai jogando como poucos, e pega muito bem na bola. Às vezes, chegava com violência, mas deu o sangue e foi uma parede pelo lado direito. Foi igualmente muito bem na cobertura à Sergio Ramos, que subia muito ao ataque.



MOREL RODRÍGUEZ (PARAGUAI) - O mundo está escasso de grandes laterais esquerdos, e os nomes candidatos a esta posição, Capdevila e Coentrão, não me agradam. O primeiro, por ser menos que coadjuvante. O segundo por não ter ido longe demais. Por isso, acho justo dar o prêmio para Morel Rodríguez, que não cometeu nenhum erro na marcação e foi muito bem no ataque, principalmente contra Japão e Espanha.

SERGIO BUSQUETS (ESPANHA) - Não faltam meiocampistas para a seleção do mundial, mas na minha concepção é preciso colocar um meia marcador. Confesso que Arevalo Rios e Perez me encantaram, porém Busquets, discreto mas sempre eficiente, foi um monstro na marcação, pouco cometeu faltas, e teve um índice de aproveitamento absurdo nos passes certos.

ANDRÉS INIESTA (ESPANHA) - Sempre rápido, com muita ousadia pelo lado esquerdo e por vezes pelo setor direito, Iniesta aliou, nessa Copa, a genialidade, os passes precisos, com a velocidade e habilidade. Foi decisivo pela Espanha, com atuações de gala em todas as partidas do mata-mata, exceção feita, talvez, à partida contra Portugal. Era candidato seríssimo a homem do mundial, mas pelo fato de não chutar muito, não foi eleito justamente. Fez o gol do título espanhol.

WESLEY SNEIJDER (HOLANDA) - O melhor holandês na Copa do Mundo, foi o elo entre defesa e ataque holandês, realizando uma Copa de craque. Seja com lançamentos precisos para Robben, seja para ajudar na marcação, Sneijder foi um monstro. Não é exagero dizer que ele carregou a Holanda nas costas. Podia ter aparecido mais contra Uruguai e Espanha, mas no geral foi bem.

BASTIAN SCHWEINSTEIGER (ALEMANHA) - Schweinsteiger, o melhor jogador alemão na Copa do Mundo, demonstrou o que ele tem de bom: o passe preciso, o chute forte, a velocidade e o bom drible. Foi essencial taticamente para o esquema de Joachim Low, e ao mesmo tempo decisivo, como na atuação perfeita contra a Argentina. Antes da Copa, os críticos o acusavam de ser displicente em certos momentos do jogo. Isso era o que ele tinha de ruim - e exatamente o que ele não mostrou na Copa do Mundo.


DIEGO FORLÁN (URUGUAI) -
Simplesmente o melhor jogador do evento futebolístico mais importante do planeta. Diego Forlán foi, nessa Copa, um craque. Eu preciso admitir que, quando eu o acompanhava no Atlético de Madrid, eu não o achava um craque, até porque lá ele joga de atacante fixo. Mas depois que Forlán mostrou como sua direita é hábil para passar uma bola entre dois fios, além de nos apresentar uma visão de jogo excepcional, tempo de bola magnífico, eu me convenci definitivamente que ele é um monstro. Se existe um responsável pelo renascimento uruguaio, este é Diego Forlán, o melhor do jogo em 6 partidas uruguaias na Copa. Por quê não pode ser o melhor jogador do mundo?


DAVID VILLA (ESPANHA) - David Villa foi o artilheiro que esperavam e que todos conheciam antes da Copa. Decidiu todas as partidas da primeira fase pela Espanha (menos contra a Suíça, mas também jogou bem), e também foi monstruoso contra Portugal e Paraguai. Até aí, jogava pela esquerda, mais como um ponta do que um centroavante. Aí, Vicente Del Bosque o sacrificou e o deixou mais centralizado, então Villa caiu de produção. Mas se não fosse essa alteração tática, Villa poderia tranquilamente ser o melhor da Copa.

TÉCNICO: OSCAR TABAREZ (URUGUAI) - Eu não voto em Joachim Low para técnico da Copa pelo simples motivo de que Löw montou a squadra alemã antes da Copa começar, em um trabalho mais duradouro que atingiu o ápice no momento certo. Já Tabarez foi gênio porque, após a partida contra a França, percebeu que seu setor central tinha pouco criação, e então pegou Forlán e deslocou-o para esse lugar. Daí em diante todos sabem o que aconteceu. Além disso, Tabarez não teve coragem de mudar o time, colocando Fucile, Caceres e Cavani ao longo da competição, que jogaram muito bem.

Lógico que cometi muitas injustiças, por isso decidi fazer um inusitado banco de reservas, com:

- EDUARDO CARVALHO (PORTUGAL).

- SERGIO RAMOS (ESPANHA).

- CARLES PUYOL (ESPANHA).

- ARNE FRIEDRICH (ALEMANHA).

- FÁBIO COENTRÃO (PORTUGAL).

- SAMI KHEDIRA (ALEMANHA).

- XAVI HERNÁNDEZ (ESPANHA).

- DIEGO PEREZ (URUGUAI).

- MESUT ÖZIL (ALEMANHA).

- THOMAS MÜLLER (ALEMANHA).

- ASAMOAH GYAN (GANA).

Com isso, amigos, a seleção da Copa do Mundo fica com:

- 5 espanhóis.

- 2 alemães.

- 3 uruguaios (2 jogadores e 1 técnico).

- 1 paraguaio.

- 1 holandês.

E a seleção reserva consiste em:

- 4 alemães.

- 3 espanhóis.

- 1 uruguaio.

- 1 ganês.

- 2 portugueses.

E termino aqui o meu "balanço da Copa".

Um abraço,

Cristiano Soares.
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A volta da Garra Charrúa

Esse craque já está eternizado na minha memória - o melhor jogador da Copa.

Nessa Copa, meu destaque não vai para a Espanha, que superou os antigos traumas e mostrou-se apta para vir a ser campeã do mundo, com um futebol bonito, de troca de passes e envolvente. Tampouco para a Holanda, que chegou novamente à decisão e outra vez fracassou, porém revelou bons talentos como Sneijder, Robben e De Jong. Nem para a Alemanha - que tem uma grande geração, com meiocampistas excepcionais.

Meu destaque, para falar a verdade, vai para o Uruguai. Ah, o Uruguai. Terra de grandes escritores, como Eduardo Galeano e Horacio Quiroga, e igualmente de grandes craques como Pedro Rocha, Obdulio Varela, Schiaffino, Ghiggia, Nasazzi, Andrade, Pedro Cea, Francescoli, entre muitos outros.

E mesmo com tantos jogadores técnicos como os que citei acima, é historicamente conhecido por ser uma equipe de muita raça no futebol. Força, superação, e jamais desistir - eis os princípios uruguaios de se jogar futebol. O sucesso maior ocorreu enquanto a maioria dos que leiem esta coluna nem eram nascidos; Dos anos 1920 até a década de 1950, o Uruguai era uma das maiores potências futebolísticas do mundo. Revelava craques como quem respira, e suas equipes monopolizavam o comércio de jogadores sul-americanos. Domingos da Guia e Patesko foram apenas alguns dos craques brasileiros que vestiram a camisa ou do Peñarol ou do Nacional.

Havia também muita garra, vontade de vencer. Isso nunca faltou aos uruguaios. A clássica "garra charrua", que mais significava valentia do que violência. As faltas eram poucas - às vezes, nenhuma. Charrúa era, também, o poder de reação - sair perdendo, mas virar o jogo à base de futebol bem jogado.

À base de "Garra Charrúa", o Uruguai ganhou duas olimpíadas, oito Copas Américas e um par de Copas do Mundo. Alguns jornalistas brasileiros têm o costume de inventar uma explicação irreal para o fracasso de 1950. Dizem alguns que os jogadores uruguaios bateram nos brasileiros, e até que Obdulio Varela desferiu um tapa na cara de Bigode, que ficou mansinho durante o jogo. Sobre o tapa, Varela e o próprio Bigode desmentiram. Acerca da violência, os números comprovam. A esquadra celeste cometeu menos da metade das faltas que os brasileiros praticaram.

O tempo foi passando, e a violência foi se desenvolvendo, bem qual uma filha da decadência do futebol uruguaio após essa época de ouro. O que antes era "nunca desistir" passou a ser "intimide-o, de preferência logo no começo do jogo". O Uruguai, então, teve período de claro definhamento em Copas do Mundo. Veja comigo: em 1962, chegou na 13ª posição; 1966, outro fracasso: 7° lugar de 16 equipes; em 1970, um lampejo de bonança, ao chegar na quarta colocação, embora com um futebol já muito bruto; 1974, ano da laranja mecânica, a celeste amargou a décima terceira colocação; 1978 sequer se classificou; quatro anos mais tarde, também não jogou; na Copa do México, em 1986, um ridículo 16° lugar; a colocação se repetiu em 1990, embora a equipe jogasse um futebol bonito, comandada por Oscar Tabarez. Havia sido vice-campeã da Copa América, e sem nenhuma violência. Apenas garra; em 1994, não participou; idem em 1998; em 2002 amargurou vexaminosa vigésima sexta posição; não participou da Copa de 2006, e eis que voltou aos holofotes neste ano de 2010, na Copa da África do Sul.

A lendária seleção uruguaia de 1950.

O técnico? O mesmo de 1990, Oscar Tabarez. Aquele, que imprimiu um novo jeito de jogar na seleção uruguaia, mas que fracassou na Copa. E então, depois de empate chocho com a França na primeira rodada, eis que Tabarez vê que seu meiocampo não é criativo e coloca o craque atacante Forlán na posição de armador. Ele, a partir de então, só não fez chover, armando muito bem a equipe e marcando muitos gols. Terminou como artilheiro do mundial, com 5 tentos. O mais bonito deles feito na decisão de terceiro lugar, quando Arevalo Rios deixou um alemão sentado e cruzou à meia-altura. Forlán, da entrada da área, emendou um voleio sensacional, e a bola foi parar no fundo das redes. Surpreso, Butt ficou inerte e nem foi para a bola. Golaço.

E o Uruguai chegou às semifinais de uma Copa do Mundo depois de 40 anos, utilizando-se da típica e verídica "Garra Charrúa". O Uruguai, por incrível que pareça, foi uma das equipes menos faltosas de todo o Mundial, com apenas 99 faltas - média de 14 faltas por jogo. E, inimaginavelmente, sofreu mais faltas do que cometeu. Nunca desistiu, e isso se refletiu nas partidas contra a Alemanha, Gana e México.

Além disso, protagonizou um fato inédito: um de seus jogadores, o craque Forlán, recebeu justamente o prêmio de melhor jogador da Copa do Mundo, o que nunca antes havia acontecido com um uruguaio.

Alguns não se encantam com esse Uruguai, mas eu me encanto; tenho, agora, uma paixão ascendente pela celeste, que volta a ser A celeste. O povo uruguaio, fanático por futebol, merece.

O prêmio FIFA de Fair Play, o prêmio de seleção que mais vale acompanhar, que mais diverte, foi para a Espanha. Eu, no entanto, daria esse prêmio para o Uruguai.

A semente já foi plantada. E vai, mais cedo ou mais tarde, colher os frutos. Só espero que não seja em 2014. Afinal, um Maracanazzo só já está bom demais.


O golaço de Forlán contra a Alemanha: o gol mais bonito da Copa.

Um abraço,

Cristiano Soares.
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Um maestro chamado Xavi

Xavi com a cabeça em pé; é difícil não encontrá-lo nesta posição.

Encantei-me. Eis que é preciso que eu lhes afirme que me rendi ao talento deste camisa 10, mas só na denominação mesmo, pois ele joga com a 6 e com a 8. A verdade é que Xavi Hernandez, ou simplesmente Xavi, é o melhor meiocampista do futebol mundial. E, diante da escassez de passes precisos, cabeça em pé e dribles exatos, Xavi mostra que para jogar um futebol de craque, não é preciso correr sem parar durante todo o campo, chegar "chegando", e tampouco ser desleal.

Xavi desarma muito bem, e com bastante conveniência. Raras são as ocasiões em que ele pratica o pecado do carrinho. Marca com a eficiência de um gênio, que faz uma marcação justa, de um craque. Enquanto hoje alguns treinadores orientam um jogador para marcar como um "carrapato", fazendo faltas no craque adversário, sem deixá-lo jogar, Xavi simplesmente se antecipa ao adversário, e quando faz uma falta, pede desculpas como se acabasse de cometer um crime contra o futebol bonito que ele tanto cultiva.

Xavi, segundo volante, mas também armador. E que armação de jogo! Eu não acredito que Xavi já nasceu sendo o craque que é; creio, sim, que veio ao mundo com uma ideologia que o distingue dos demais: enquanto a maioria só pensa em atacar, atacar e atacar, Xavi brotou do berço com incrível senso de que, se todos se enfiarem no ataque, não haverá ninguém para distribuir o jogo. Com cinco anos, durante treinamento numa escolinha de futebol amador catalã, seu pai perguntou-lhe o motivo de ele ficar mais recuado, no círculo central, enquanto os outros garotos atiravam-se ataque. Por quê, ora bolas, o seu filho também não ia para o ataque? Xavi, sensato, respondeu com uma frase seca: "Se eu não ficar onde estou, a bola não chega lá na frente e ninguém faz o gol". O talento precoce.

Muitas vezes é acusado por jornalistas espanhóis de ser displicente em certos momentos cruciais do jogo. No Barcelona, no entanto, não existe ninguém mais apaixonado pelo clube e decisivo como ele. O Real Madrid, em partida de 2009, foi vítima de quatro assistências para gol por parte de Xavi. O melhor do superclássico naquela vez - e de muitas outras contra o Real Madrid, freguês maior do futebol do craque. Na final da Liga dos Campeões de 2009, era evidente a preparação da imprensa no pré-jogo, os clássicos questionamentos sobre o que iria acontecer no decorrer do jogo.
- Cristiano Ronaldo triunfará -, apontava um.
- Acho mesmo que Messi será o protagonista -, retrucavam outros.
E em meio à reportagens especiais ressaltando o talento de Messi e C. Ronaldo, nos 90 minutos quem sobressaiu-se foi Xavi. Acabou com o jogo - no sentido literal mesmo -, ditando o ritmo que queria para a partida, o homem que mais tocou na bola, deu duas assistências para os dois gols do jogo, além de ter colocado uma bola na trave em cobrança de falta. Depois, Cristiano Ronaldo queria partir para a briga com Puyol. Xavi se aproximou do português e, olhando profundamente em seus olhos, falou: "pare de ser uma puta que não sabe perder". Ronaldo ficou quieto, e saiu, sem ao menos olhar nos olhos de Xavi.

Aliás, a FIFA de Joseph Blatter muitas vezes troca alhos por bugalhos quando se trata de prêmio para melhor do mundo. Depois de eleger Cannavaro em 2006, em 2009 cometeu a façanha de entregar o posto de segundo melhor jogador do mundo para C. Ronaldo, que fez temporada mediana pelo Manchester United. E depois, teve a coragem de dar o terceiro lugar para Kaká, que fez temporada, essa sim, horrorosa, pelo Milan naquele ano. Xavi, quando era para ser o segundo, foi apenas o quarto; injustiça, sejamos francos.

A especialidade de Xavi não é marcar gols; longe disso. Em 93 jogos pela fúria, marcou somente 8 gols. Pelo Barça, 352 jogos resultaram em apenas 35 tentos. Todavia, se contabilizarmos as assistências que ele efetua a cada jogo que resultam ou não em gols, arrisco-me afirmar que o número seria superior à quantidade de jogos já disputados.

Xavi (8) comemora com seus companheiros a classificação histórica para a final. Como ele jogou nesse dia!

Temos, também, uma certa mania (e até minha, mas que estou corrigindo) de achar que os jogadores de hoje não chegam nem aos pés dos jogadores do passado. A verdade é que Xavi já pode ser considerado um dos 3 melhores meiocampistas centrais da história da Europa. Sim, na Europa, porque parece que ainda há um abismo para ele alcançar os craques brasileiros de antigamente. Mas isso já é um grande feito. Porque Xavi hoje, é o jogador que toda a equipe precisa ter.

O elo ideal entre a defesa e o ataque, o equilíbrio entre as partes, o craque do Barcelona. O Barça, aliás, é uma máquina de jogar futebol. Tem dois grandes zagueiros e três excepcionais atacantes. Mas se faz tantos gols e raramente perde, muito disso se deve à Xavi. Ele, aliás, nos remete aos bons tempos em que o futebol era bem jogado, com pessoas como Gérson, Didi e Zico armando suas equipes. Esses aí jogavam com a cabeça erguida. Assim como... Xavi. Como ele faz isso? Deixa o futebol simples como se bem fosse fácil dar um leve toque na bola, que lhe obedece com submissão, e faz curvas para parar zarolha na cabeça dos centroavantes. E então, vendo ele desfilar no gramado, logo armamos nossas chuteiras e vamos ao gramado tentar fazer algo semelhante. Treino, treino, e nada igual a Xavi.

Treino. Aliás, Xavi nunca faltou. Nem é preciso procurar: as declarações frequentes de jogadores, às vezes nem tão bons, dizendo que não gostam de treinar nos vêm à tela do computador com extrema frequência. Xavi, não. Nunca faltou a um treino, além de frequentar por quase vinte anos o mesmo clube. Humildade não lhe falta, e quando, ainda no início da carreira, passaram a apontar-lhe como o sucessor de Guardiola, ele não se intimidou e ficava muito tempo depois dos treinos para aprimorar a sua pontaria com os passes.

E então você me pergunta: qual foi, enfim, o resultado de tanto treino. A vaga para a final da competição mais importante do mundo futebolístico, a Copa do Mundo. Sim, muitos apontaram Iniesta e até Pedro como o melhor daquele jogo, mas no entanto, para mim, esse posto honroso coube a Xavi. Na Copa do Mundo inteira, acertou 81% das tentativas de passes. Muito mais, por exemplo, que os badalados Kaká, Messi e Sneijder. Controlou a partida contra os alemães, com sua técnica refinada e tocando quase sempre de primeira na Jabulani. Deixou Pedro duas vezes em condições de marcar, além de ter efetuado diversos lançamentos que poderiam resultar em mais um gol. Fora isso, teve a inteligência necessária para perceber a aproximação de seu colega Puyol, para colocar a bola na cabeleira dele, e dali para o fundo das redes.

Será mesmo que Xavi não pode ser considerado um dos melhores jogadores da Copa? Para a imprensa, não. Para mim, contudo, pode sim. Não o melhor, com supremacia absoluta. Afinal, não jogou bem em algumas partidas. Mas o verdadeiro craque se mostra nas partidas decisivas - e Xavi o fez contra a Alemanha, ao contrário de Villa, Messi, Schweinsteiger, Özil e até mesmo Fernando Torres (se quisesse jogar, tenho certeza de que Del Bosque o colocaria).

Então, vamos parar de só reconhecer o talento dos atacantes, e principalmente achar que só os brasileiros sabem jogar bola. Até porque, hoje, não há ninguém jogando como Xavi.

E se de um lado temos o extra-terrestre Xavi, do outro temos o fantástico Robben.


Excelente vídeo sobre Xavi nesta temporada.


Xavi e as quatro assistências contra o Real Madrid.

Quem será que sai vencedor do confronto deste domingo?

Façam suas apostas!

Um abraço,

Cristiano Soares.
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Revelações da Copa - Parte 1

Algumas das principais revelações desta Copa: Boateng, Suarez, Donovan e Özil.

Olá amigos!

Tive uma ideia de post bem interessante. Você já deve saber que eu às vezes gosto de me passar por um dirigente. E então decidi escrever um texto falando sobre as principais revelações da Copa, ou se preferir, os jogadores que eu contrataria para minha (rica) equipe europeia, com base em minhas opiniões e nada mais que isso.

A publicação será dividida em duas partes, para não deixar o texto cansativo. Cada uma com 4 grupos e os jogadores que mais se destacaram neles.

Os valores de mercado foram conseguidos através do ótimo site do Transfermarkt.

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Grupo A:

Suárez - Luis Suárez mostrou que é um grande artilheiro, um verdadeiro centroavante. Não é fixo, se movimenta bastante, e tem bom condicionamento físico. Além disso, é rápido e tem um grande chute. Decepcionou contra a França na primeira rodada, mas já na segunda começou a mostrar seu talento. Não fez gol contra a África do Sul, porém sofreu um pênalti e deu um passe para gol. Contra o México, foi o melhor da partida, com mobilidade e o gol da vitória. No mata-mata, não se escondeu: fez dois gols contra a Coreia do Sul, e contra Gana, não apareceu muito com a bola nos pés, mas foi bem nos chutes e salvou o seu time ao colocar a mão na bola no último segundo do tempo regulamentar, quando a bola ia entrando. Na cobrança, Gyan perdeu, e na decisão dos pênaltis todos sabem o que aconteceu. Um desfalque sério contra a Holanda, que foi sentido na derrota por 3 a 2. Eu o contrataria sem nem pensar para o meu clube, afinal, tem 23 anos já completados, e vale 20 milhões de euros. Nada estratoférico para as milionárias transações europeias.

Godin - Diego Godin, embora não tenha aparecido muito para o torcedor, foi, na minha opinião, o melhor zagueiro uruguaio na África do Sul. É muito clássico - não o vi dar chutão nem sequer uma vez. Passa muito bem, e desarma com extrema precisão. Foi espetacular contra França, e contra a África do Sul fez a melhor exibição de um zagueiro uruguaio em toda a Copa. Pena que se lesionou, e só voltou na partida contra a Holanda, na qual fez uma exibição mediana. Ainda assim, valeria o risco de contratá-lo, principalmente por ele ter somente 24 anos já feitos, e valer 12 milhões de euros. Um monstro.

Giovani dos Santos - Sejamos francos. Dos Santos não fez espetacular Copa do Mundo, mas mostrou que sabe, sim, jogar futebol. Foi na minha opinião o melhor do jogo contra a África do Sul, na estreia, jogando pela esquerda, desarmando bem e chutando com perigo para a meta defendida por Khune. Foi mediano contra a França, e voltou a atuar bem contra o Uruguai. Não passou de fase. Mas seria um ótimo custo-benefício para o meu suposto clube europeu. Afinal, ele tem apenas 21 anos já completados, e custa só, pasmem, 4 milhões de euros.

Tshabalala - O melhor jogador sulafricano na Copa, mostrou, entre outras coisas, que sabe - e não tem medo - chutar. Que gol foi aquele contra o México?! Na segunda partida, contra o Uruguai, foi sem dúvida nenhuma o melhor africano da partida. Não se escondeu, e carregou a equipe nas costas, aos trancos e barrancos; não fez o gol, mas quase chegou lá diversas vezes. Foi o melhor jogador da partida, sem dúvida nenhuma, contra a França. Embora não tenha marcado o gol, armou as principais jogadas da equipe, como um típico armador. Não é tão jovem assim (25 anos), mas pelo preço baixo, de 575 mil euros, poderia ser - quem sabe - um bom reserva.

Grupo B:

Clemente Rodríguez - Esse obscuro argentino nascido em Buenos Aires jogou apenas uma partida na Copa do Mundo, contra a Grécia - e na minha opinião, foi um dos melhores no gramado do Peter Mokaba Stadium. Lateral esquerdo, mostrou-se preciso nos cruzamentos, resistente, forte, e sobretudo inteligente. Foi um monstro na marcação, e chegou ao ataque fazendo cruzamentos fantásticos, dando chutes perigosos. Sob meu ponto de vista, é melhor que o titular Heinze. Fora isso, guardo boas recordações dele, quando vi a partida entre Internacional e Estudiantes, em que ele era um monstro pela esquerda, frustrando todas as tentativas de ataque por aquele setor. Esse nem precisava ser de um clube europeu, um brasileiro mesmo já seria capaz de pagar os 3 milhões e 500 mil euros que ele custa.

Park Ji Sung - Embora já tenha um certo reconhecimento internacional, Park Ji Sung merece destaque como uma das revelações. Foi o melhor jogador sulcoreano na Copa. Alcançou uma das melhores atuações da Copa quando enfrentou a Grécia, marcando um gol e criando oportunidades concretas para ampliar o placar. Na pífia exibição sulcoreana diante da Argentina, conseguiu ser o melhor da sua equipe. Já contra a Nigéria, criou boas chances para o time coreano. Se escondeu um pouco na partida contra o Uruguai, mas ainda assim merece um destaque positivo. Custa 11 milhões e 500 mil euros.

Samaras - Um jogador alto, forte, mas que também é rápido e versátil. Não repetiu o posicionamento em nenhum dos 3 jogos gregos na África do Sul. Além disso, admito que me impressionei quando ele entrou no segundo tempo da espetacular partida entre Grécia e Nigéria, em que foi um jogador muito móvel. Contra a Argentina, teve a sua melhor atuação na Copa, só recebendo bolas quadradas e criando grandes chances, como atacante fixo. O que mais me impressiona nele é seu arranque, já que ele tem 1,92 metro. Corre muito. Custa a pequena bagatela de 4 milhões e 250 mil euros, e tem 25 anos, idade considerada normal.

Enyeama - Goleiro que fez a maior partida de sua vida contra a Argentina de Messi. Ele literalmente parou os argentinos - só foi vazado em cabeçada no ângulo de Heinze. No entanto, fez defesas espetaculares, uma delas de mão trocada em chute de Messi, numa das maiores defesas que eu já presenciei. Ao término da primeira rodada, era o melhor jogador da Copa. Contra a Grécia, foi novamente o melhor nigeriano em campo, fazendo defesas de puro reflexo - ainda que tenha falhado no gol adversário. Caiu de produção contra a Coreia do Sul, mas já havia marcado seu nome na Copa. Por apenas 2 milhões de euros, você o tem em seu time.

Higuaín e Messi tentaram, mas Enyeama estava impossível naquele dia.

Grupo C:

Donovan - O melhor jogador de futebol da história dos Estados Unidos, fez Copa à beira da perfeição. Espetacular contra a Inglaterra, só não marcou por infelicidade do destino. Contra a Eslovênia, o melhor jogador da partida, com um gol e uma assistência. Já no confronto contra os argelinos, anotou o tento da classificação, e novamente saiu consagrado de campo. Versus Gana, outra vez marcou um gol, e o melhor jogador estadunidense em campo. Pena que foi eliminado. Donovan, nesta Copa, mostrou o que eu já sabia: é um grande jogador. Eu pude acompanhá-lo no Everton nesta temporada, em que entrou e cavou seu lugar na equipe titular. Ainda assim, o que mais me impressiona nele é o seu preço. Por 3 milhões de euros, ele vai para a equipe interessada. Para fim de comparação, ele vale menos que o zagueiro Léo, do Palmeiras.

Bougherra - O jogador que mais me impressionou na Argélia, Bougherra é um monstro, no sentido literal da palavra. Muito forte, ágil, não deixou nada passar pelo seu lado direito em nenhum dos 3 jogos da Argélia no mundial. Acabou com o espetáculo contra a Inglaterra. Um dos melhores em campo na minha opinião. Bougherra consegue compensar sua falta de velocidade com um senso de posicionamento sobrenatural. Achei ele um grande zagueiro. Vale 7 milhões de euros.

Koren - Nas três partidas eslovenas que eu vi nesta Copa, admito que eu achei Koren o que mais destacou-se. Na primeira partida, foi um jogador de passe refinado e com uma bomba de pé direito que deu a vitória à Eslovênia em monótona partida contra a Argélia. Contra os Estados Unidos, jogou mais recuado, como um segundo volante, mas que deu boa saída de jogo à equipe. Na última partida, contra a Inglaterra, não apareceu muito, mas marcou com muita eficiência Gerrard. Um jogador completo, que tem certa técnica e vale só 3 milhões e 200 mil euros.

Grupo D:

Özil - A revelação do Werder Bremen vem jogando tudo e mais um pouco nesta Copa. Meu Deus! Há tempos não vejo um jogador assim. Cerebral, rápido, dribla bem. Contra a Austrália teve uma atuação digna de Zidane; deu passes fenomenais, mostrou uma visão de jogo espetacular, e só não marcou o seu por infelicidade do destino. Frente à Sérvia, é verdade que não brilhou muito, mas ainda assim foi craque - o típico craque -, mandando duas assistências que deixaram Podolski na cara do gol. Uma delas um passe de 40 metros que deixou o polonês na cara do gol. Na partida contra os ganeses, foi novamente o melhor em campo, com direito a um golaço de fora da área, no ângulo. Contra os ingleses, providencial, dando uma assistência e passes milimétricos. E no confronto contra os hermanos, outra vez duas maravilhosas assistências. O que dizer sobre ele? Candidato a craque da Copa, com apenas 21 anos e com o valor na casa dos 20 milhões. Quem quer?

Lahm - Não é nem terceira opção para clubes gigantes como Real Madrid, Barcelona e Chelsea, e no entanto, é o melhor lateral direito da Copa do Mundo. Admito: eu não vejo nele um jogador genial quando atua pelo Bayern, mas pela Alemanha faz um mês à beira da perfeição. Apresenta um balanço perfeito entre defesa e ataque. Lá atrás, segura as pampas e salva diversos gols praticamente feitos, e na frente, consegue cruzamentos espetaculares para o cabeceio de Klose. Restantes, mostra uma condição física privilegiada, seja para correr o campo todo, seja para aguentar o corpo a corpo com pessoas muito maiores que ele, fora um bom chute. Por 25 milhões de euros, ele é seu.

Khedira - Outro alemão nessa lista, ele sim é o substituto de Ballack na Nationalef, e não Özil, como gosta de falar o Galvão Bueno. E arrisco-me afirmar que ele vem jogando melhor do que Ballack o faria neste mundial. Força física impressionante, poder de surpresa, chega com extrema eficiência na área adversária. Sem contar a marcação. Anulou os ofensivos volantes ingleses, e principalmente não deixou o melhor do mundo, Messi, encostar na bola na partida contra a Argentina. Dribla com bastante utilidade, e também tem uma característica admirável em volantes: raramente dá carrinhos. O melhor primeiro volante desta Copa do Mundo, sem dúvida. Com 23 anos já vividos, vale 15 milhões de euros, e seria uma boa opção para o lugar de Diarra, do Real Madrid, por exemplo.

Khedira mostra que Ballack, definitivamente, não fez falta à essa seleção alemã.

Thomas Müller - Um garoto prodígio. Quando assistimos às partidas alemãs no mundial de 2010 e lhe vemos desfilar com tamanha elegância com a bola nos pés, força, habilidade e precisão, logo pensamos se tratar de um jogador no auge de sua carreira. Pois bem, Thomas Müller possui apenas 20 anos. Dos melhores da Copa, mostrou um poder de decisão impressionante. Um ponta, joga pelos lados, possui a velocidade e a astúcia necessária para passar a bola para o companheiro na hora certa, assim como tem a frieza para mandar a bola para as redes. E então vamos lá: contra a Austrália, um gol, uma assistência, e jogadas perigosas; frente à Sérvia, foi contaminado pela apatia demonstrada por alguns colegas. Contra Gana, grandes investidas pelo lado direito. E versus Inglaterra e Argentina, todos já sabem o enredo do filme em que Müller é o maior protagonista. E o melhor: basta desembolsar 9 milhões de euros! Uma quantia miserável.

Kevin Prince Boateng - Uma das maiores revelações desta Copa, é, sem dúvidas, melhor que seu irmão Jerome. Tem um drible impressionante, aliado à muita força física, que o possibilita de dar grandes arrancadas. Depois de Gyan, o melhor ganês na Copa do Mundo. Eu lhe contrataria sem nem titubear, porque ele tem 23 anos e vale 3 milhões e 600 mil euros. Menos por exemplo, que Jucilei, do Corinthians. Contra o Uruguai e os Estados Unidos, fez partidas de craque, na marcação e no ataque.

Asamoah Gyan - Simplesmente o melhor jogador africano em toda a Copa do Mundo. Tem um amplo arsenal de habilidades. É um "trator", é quase impossível derrubá-lo, chuta com muita facilidade - e não tem medo de o fazer -, com precisão, dribla curto e bem, além de bater pênaltis com perfeição. Decisivo, não se esconde na hora agá. Um... atacante com a camisa número 3. Isso me rendeu um pouco de estranhamento, e eu até o confundi com um zagueiro no primeiro jogo, contra a Sérvia, quando eu o via entrando na área com destreza magistral. Aliás, nesse jogo, foram duas bolas na trave e um gol. Mobilidade de sobra na peleja contra os australianos. Isolado na frente na partida contra a Alemanha, deu muita dor de cabeça aos zagueiros Friedrich e Mertesacker. Fora isso, o melhor do jogo contra os Estados Unidos, e o segundo melhor contra o Uruguai. Uma das cenas mais lindas que eu já vi foi quando Gyan perdeu o pênalti contra o Uruguai, e escolheu ser o primeiro a cobrar na decisão de pênaltis. Se redimiu com um golaço, mas infelizmente, sua pátria não avançou. Ainda assim, marcou história na Copa - e pode marcar história para quem pagar 5 milhões, 580 mil euros por ele.

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E está findada a parte 1.

Agora, basta aguardar a chegada da segunda parte, com os grupos E, F, G e H!

Um abraço,

Cristiano Soares.
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