Chelsea 7 x 1 Aston Villa


O Chelsea hoje deu um grande passo em rumo ao título da Premier League. Carlo Ancelotti disse que para ser campeão inglês bastavam 18 pontos.

Se isso for verdade, hoje os blues deram um grande passo rumo ao objetivo traçado. Goleou o Aston Villa, um ótimo time, por sinal, por 7 a 1, na melhor atuação do Chelsea na temporada.

A escalação, sem Drogba, cortado devido à uma lesão que teve contra o Portsmouth, sugeria que não haveria muitos gols no jogo. Ledo engano. Lampard, 4 vezes, Malouda, 2 vezes e Kalou definiram o placar.

O Chelsea começou tímido os primeiros 10 minutos, respeitando o Aston Villa, que igualmente respeitava o Chelsea. No entanto, depois de certo tempo, o Chelsea se soltou e pressionou o Villa, sobretudo pelo lado esquerdo, e com Lampard.

Nesse lado esquerdo estava o ótimo Malouda, que junto com Zhirkov e Anelka, caindo pelos lados, formavam um trio de respeito, dando inveja a qualquer time europeu.

Desta forma saiu o primeiro gol: Lampard inicou a jogada, tocou para Anelka, que fez uma boa jogada e tocou para Malouda, que iniciou sua atuação impecável com uma assistência para Lampard completar de carrinho para o gol de Friedel. 1 x 0.

De fato, Malouda foi o melhor jogador do Chelsea no jogo todo. Você pode pensar: "mas Lampard fez 4 gols..." sim, mas todos eles tiveram toques de Malouda. O francês fez ótimas jogadas, com muita precisão e velocidade.

Lampard também foi muito bem. Um típico Box-to-Box, esteve em todas as partes do campo. Resumindo, esteve literalmente no lugar certo na hora certa, mostrando um ótimo senso de posicionamento. A torcida do Chelsea pode encher os pulmões e gritar: "o Lampard voltou". Ou melhor: "Lampard is back".

O Aston Villa teve a competência de conseguir um gol com Carew, depois que Ashley Young, depois de boa jogada pela esquerda, cruzou para ele completar, num gol parecido com o primeiro do Chelsea. 1 x 1.

Aos 42 do segundo tempo, Zhirkov dá uma boa arrancada, toca para Malouda que devolve de letra, para receber seu primeiro pênalti, que não existiu. Um pênalti "à brasileira". Lampard bateu forte, alto, no canto direito do estadunidense Friedel. 2 x 1.

No segundo tempo, o show do Chelsea começa. Os melhores 45 minutos que vi nessa temporada.

Aos 11 minutos do segundo tempo, os blues dão vários toques na bola, com destaque para o passe excepcional de Deco para Zhirkov cruzar à meia altura, e Malouda pegar num sem pulo. Golaço. 3 x 1. Daqueles de voltar à entrada do estádio, e pagar novamente o ingresso.

O Chelsea continou investindo no seu lado esquerdo. Deco e Lampard ditavam o ritmo no meio-campo. Então, o russo Zhirkov tocou meio errado para Deco, que conseguiu dar um ótimo passe para Anelka, que passou para o russo sofrer a penalidade, esse legítimo.

O cobrador oficial Lampard bateu ainda melhor que o primeiro penal. Friedel ficou parado no meio do gol, achando que ele ia bater nesse lugar. Lampard bateu na rede lateral do gol. Excepcional cobrança. O gol foi aos 16 minutos da segunda etapa. 4 x 1.

Aí, Lampard recebeu pelo meio e teve a tranquilidade de passar para Malouda prosseguir a goleada. Outro bonito gol. Parecido com o de Carlos Alberto Torres na Copa de 1970, com as devidas proporções, é claro. Isso, aos 22. 5 x 1.

Faltando mais de 25 minutos para o fim do jogo, ainda deu tempo de o Chelsea dar mais espetáculo.

Lampard deu espetacular passe para Anelka, que estava louco para fazer o dele, se enrolou com a bola mas conseguiu achar Kalou livre para bater cruzado no cantinho. 36 minutos, 6 x 1.

O último gol ocorreu depois de cruzamento de Malouda mal rebatido pela zaga, que deu uma assistência para Lampard fazer o quarto, aos 45 do segundo tempo. 7 x 1, e a crise está instalada em Birmigham.

Atuação magistral do Chelsea, que surpreende ainda mais se considerarmos que os dois times estavam em igualdade numérica. A briga pelo título inglês agora está muito acirrada, com o líder, Manchester United, e o vice-líder, Chelsea separados por apenas 1 ponto.

E semana que vem os dois se enfrentam, em Old Trafford. Um jogo imperdível.



Dados:

Resultado: Chelsea 7 x 1 Aston Villa.

Estádio: Stamford Bridge, em Londres.

Público: 41.825.

Escalação Chelsea: Cech; Paulo Ferreira, Alex, Terry, Zhirkov (Van Aanholt, 76'); Mikel, Deco (Ballack 72'), Lampard, Joe Cole (Kalou 76'), Malouda; Anelka.

Banco de Reservas Chelsea: Van Aanholt, Ballack, Kalou, Drogba, Turnbull, Bruma e Sturridge.

Escalação Aston Villa: Friedel; Young, Collins, Dunne, Warnock; Sidwell, Stiliyan Petrov (Downing 63'), Milner, Ashley Young; Carew (Delfouneso 63'), Agbonlahor (Beye 71').

Banco de Reservas Aston Villa: Downing, Delfouneso, Beye, Guzan, Davies, Salifou, Cuellar.

Cartões Amarelos: Zhirkov, Deco, Paulo Ferreira, Petrov, Dunne.

Árbitro: Peter Walton.
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O volante perfeito


Certa vez, eu vi uma declaração em um blog dizendo que a posição mais importante do futebol é o lateral, porque tem bom condicionamento físico e defende e ataca. Depois, vi alguém falando que era o atacante, por mótivos óbvios - ele põe a bola dentro da rede, ora. Para mim, no entanto, a posição mais importante no futebol é o volante.

Este que vos escreve prefere um volante com um bom chute, e que chega bem ao ataque, mesmo que sem tanta frequência, como Hernanes, do que um essencial marcador, como Ralf, que já é idolatrado e está sendo tratado como um novo Cristian no Corinthians.

Volantes, para mim, têm de ser armas-surpresas, vindo de trás e metendo uma bola em profundidade ou um chute a gol, uma típica "bomba". Afinal, nenhum treinador põe marcação individual num volante. Eles têm de ter liberdade para avançar, sempre concientes de seu dever de marcação.

Nas categorias de base, é preciso melhorar o chute dos volantes com um treino específico. São poucos os volantes com tal virtude. Também é bom fazer um treino para melhorar o passe, para que o volante venha a se tornar um dos melhores do mundo.

Cristian, que jogou no Corinthians, era um exemplo perfeito de volante perfeito segundo meus critérios; era eficiente na marcação, tinha um ótimo passe, sobretudo nos lançamentos, e possuía um chute potente. Quando saiu do Corinthians, arrisco-me a dizer que era o melhor 1º volante do mundo. Não chegava muito a frente, é verdade, mas não me recordo de alguma subida ao ataque improdutiva por parte de Cristian, além de ser decisivo em partidas importantes, como clássicos. E ele também não tinha vaidade.



Cristian, infelizmente, é uma exceção. No Brasil, as categorias de base, quando se tratando de volante, se preocupam em melhorar a marcação. Passam anos melhorando isso. E, quando uma exceção aparece, infelizmente vai para a Europa, ficando encostada em times grandes europeus, e caindo no ostracismo. Sandro, do Internacional, não é um excepcional jogador, como alguns dizem. É sim um jogador voluntarioso, com certa qualidade no passe, e só.

A nova safra de volantes que vem aparecendo não é nada animadora. O único que na minha opinião pode ter certo futuro é Denílson, do Arsenal. De resto, vamos ficar dependendo de Gilbertos-Silvas por pelo menos mais 10 anos.

Infelizmente.

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