Flamengo 1 x 1 Grêmio



Quando vi a lista de jogos do horário 18h30 de hoje, sábado, logo um jogo me chamou a atenção: Flamengo e Grêmio. Eu achava que seria um jogo de muitos gols, corrido e disputado. A primeira expectativa não aconteceu. Contudo, a segunda e a terceira foram a cara do jogo.

Antes da partida, Petkovic chegou cheio de marra. Dizia que tinha futebol para ficar no Flamengo, que era bom, e tudo mais. E dessa vez ele falou e fez.

Embora os primeiros 5 minutos fossem monótonos, de estudo por parte das 2 equipes, sem movimentos ousados, ele já se destacava com um toque de qualidade no meio campo flamenguista.

E ultrapassada a marca dos 5 minutos, o Grêmio decidiu atacar. O Flamengo logo emplacou um bom contragolpe, após passe de Juan para a má cabeçada de Vágner Love.

Dessa vez não tinha ido. Nem nesse lance: aos 7', após grande passe de Petkovic para Léo Moura, ele cruza na cabeça de Love. Esse cabeceia na trave.

Então Petkovic agradeceu essa bola no pau. Vinícius Pacheco ganhou o rebote, e rolou para ele, que levantou a bola e mandou um chutaço de pé esquerdo, da entrada da área. Golaço. E 1 a 0 Flamengo.

A equipe rubro-negra havia melhorado muito após os 5 minutos iniciais. Petkovic entrou confiante, e vinha fazendo grande partida. Já o Grêmio estava confuso. Não tinha marcação definida, e a ausência de Douglas, a exemplo de todos os times em que já jogou, era sentida. O tricolor ficava sem armação de jogadas. Hugo era o único que levava perigo à meta defendida por Bruno.

E depois de 10 minutos muito bons, o Flamengo puxou o freio. Porém tinha sorte que o Grêmio não criava jogadas consistentes. E esse era o diferencial flamenguista nesse partida, pelo menos até aquele momento. Tinha um armador cerebral, de passes longos fantásticos. Era Petkovic.

O jogo foi indo equilibrado até que o Grêmio quase abre o placar em falta cobrada da intermediária. Hugo rolou para Edílson, que soltou um foguete bem defendido por Bruno.

O imortal tricolor havia melhorado significativamente depois de 25 minutos decorridos. Seus volantes passaram a se posicionar melhor e ganhar todos os rebotes. Com isso, ficavam mais no campo adversário - era o que Silas desejava. Isso também devia-se à queda de produção de Petkovic que, mesmo negando, não está bem fisicamente.

A equipe carioca ainda protagonizou um lance polêmico, que acho que a arbitragem acertou. Eram 44 minutos da segunda etapa: Léo Moura faz desarme no campo de defesa, avança e tabela com Juan. Perto da área, ele cruza rasteiro para Vágner Love que faz o gol. O bandeirinha Marrubson Melo de Freitas (que é muito bom, por sinal) marca impedimento.

Findado o 1° tempo, dava para afirmar que o Flamengo merecia o resultado positivo. Afinal, defender-se bem também é um mérito. E o jogo pode ser dividido em dois períodos. Antes e depois dos 25 minutos. O primeiro período foi de um Flamengo melhor, com Petkovic inspiradíssimo. O Flamengo contra-atacava muito, e foram 2 bolas na trave. A segunda parte foi de um Grêmio com muito bom posicionamento, sobretudo por parte dos volantes. Entretanto, para falar a verdade, perigo o time gaúcho só levava nas cobranças de falta. Contudo, eu achava que se o Grêmio continuasse frequentando o campo adversário, a tática poderia dar resultado.

E o segundo tempo teve uma alteração: Roberson no lugar do horroroso William, que nem pegou na bola.

Petkovic, que tinha caído de produção no fim do primeiro tempo, voltou a todo vapor do intervalo. E nos deliciou com um passe que há muito não víamos. Eram 2 minutos e, de antes do meio de campo, mandou uma bola espetacular, no meio de 2 zagueiros, para Vágner Love, que perdeu grande oportunidade de matar o jogo.

Matar o jogo. Esse dilema, que é resumido em duas palavras é muito mais significativo no futebol do que com um detalhe. Como Maurício Saraiva já disse, uma oportunidade perdida pelo time adversário dá um gás à outra equipe.

Com isso, o Grêmio melhorou, e empatou, com 6 minutos. Fábio Rochemback, que fazia boa partida, cobrou escanteio na cabeça de Rodrigo, que cabeceou com maestria. 1 a 1.

E o Grêmio continuava fazendo boa partida. Roberson havia entrado bem, e um lance chamou a atenção, após passe de calcanhar em plena área flamenguista, para Hugo finalizar e Bruno defender.

O tricolor atacava com muitos jogadores. Todos os meio-campistas menos Adílson, além dos dois laterais, estavam atacando. Eu achava que isso poderia desencadear num bom contra-ataque rubro-negro.

Quando Petkovic saiu, aos 19 minutos do segundo tempo, o técnico Rogério Lourenço é chamado de burro pela pequena torcida no Maracanã. Não sejamos ingênuos, ele estava cansado.

Aos 22, eu pensei que, embora o jogo estivesse bastante corrido, sem muitas faltas, o jogo terminaria 1 a 1. E assim foi indo, embora não faltassem oportunidades.

O Grêmio emplacou uma sequência de dois lances que poderiam ter decretado a virada. Aos 24', Hugo corta para a esquerda e solta um foguete, para grande defesa de Bruno. E 2 minutos depois, o mesmo Hugo vai à linha de fundo e cruza na medida para Jonas, na pequena área, com o gol à frente... isolar. Era Hugo o mais lúcido gremista.

O jogo era bom. O Grêmio vinha ligeiramente superior. Há muitas oportunidades de gol por parte das duas equipes. O Flamengo, pelo alto. O Grêmio, pelo chão. Mas a equipe carioca, quando entrava na área, achava mais conveniente tentar simular um pênalti do que seguir a jogada. Era uma partida de muitas alternativas. É verdade que o Grêmio ficava mais no campo adversário, mas o Flamengo girava bem o jogo de um lado para o outro, embora o lado direito fosse o melhor, com Léo Moura inspirado.

E o Flamengo, depois dos 30', para variar, começou a ficar mais no campo ofensivo.

No entanto, um fundamento do jogo era unanimidade para ambas as equipes: o passe. Até os 40', eram 43 do Glamengo e 37 do Grêmio. Nesse ritmo, acho que até o final do jogo foi um passe errado por minuto. E o jogo, apesar de não ser violento, tinha muita falta de capricho nos passes.

Ainda daria tempo de 1 lance de perigo do Grêmio, com Maylson.

Mas passados os 90 minutos, o Flamengo saía extremamente vaiado pela pequena torcida presente no Maracana. O jogo? Para os padrões brasileiros, foi um grande jogo. O placar até poderia ter sido mais elástico. O resultado acabara sendo perfeitamente justo. Se for somar os minutos de superioridade (segundo meus critérios), foram 43 do Flamengo e 47 do Grêmio. Mas cada um levou perigo à sua maneira. Acho que podemos, também, tirar uma grande conclusão baseados nessa partida: Petkovic é um jogador diferenciado tecnicamente. Contudo, não tem condição física para jogar nem 60 minutos, quanto mais 90 em alto nível. Ele iniciou a partida voando, mas ainda na primeira etapa caiu de produção. O mesmo nos 19 minutos que ficou em campo nos 45 finais: depois de um descanso básico, começou bem; depois, desabou e não rendeu o que outrora estava rendendo.



Notas:

Flamengo:

Bruno: Nota 6,5 - Correspondeu quando exigido, e não dava para evitar o gol gremista.
Álvaro: Nota 6,0 - Para quem voltou de contusão, foi bem. Mas pode jogar mais que isso.
David: Nota 6,0 - Não jogou bem, mas fez alguns desarmes. Falhou no gol gremista.
Ronaldo Angelim: Nota 5,0 - Só fez 1 desarme em todo o jogo. Peça nula em campo.
Léo Moura: Nota 6,5 - Grande atuação. Apoiou bastante, e fez bons cruzamentos. Mas se jogou muito em campo.
Maldonado: Nota 5,0 - Só descobri que estava jogando ao ver depois sua escalação num site.
Camacho: Nota 5,5 - Teve muita disposição, mas não tem a técnica de que o Flamengo precisava.
Petkovic: Nota 7,0 - É o diferencial técnico da equipe flamenguista. Fez 20 minutos excepcionais durante sua estadia em campo. Mas caiu com o passar do tempo.
Juan: Nota 6,0 - Muito preso à marcação de Edílson, quando deveria ser o contrário.
Vágner Love: Nota 6,0 - Se movimentou bastante, mas perdeu 2 chances claras de gol e uma chance que dava para marcar.
Vinícius Pacheco: Nota 5,5 - Não deu a velocidade que Rogério Lourenço queria ao escalá-lo. De bom, só o passe para Petkovic no primeiro gol.
Diego Maurício: Nota 5,5 - Teve tempo, mas não conseguiu chutar à gol com precisão.
Ramon: Nota 6,0 - Não entrou mal, mas não sabia o que era para fazer em campo.
Gil: Nota 5,0 - Entrou melhor do que nas últimas vezes, mas lhe falta confiança.

Rogério Lourenço: Nota 6,0 - A equipe não jogou bem sob a tutela de 3 zagueiros. Poderia deixar Vinícius Pacheco de fora e escalar mais um meia. Mas tinha muitos desfalques.

Grêmio:

Victor: Nota 6,5 - Salvou o time no chute de Vágner Love, mas tenho a impressão de que poderia ter defendido a bola de Petkovic.
Edílson: Nota 6,0 - Apoiou mais do que nas últimas vezes, mas precisa melhorar os fundamentos básicos.
Ozéia: Nota 6,0 - Me parece um bom zagueiro, com boa capacidade de antecipação. Mas falhou aos 2 minutos da segunda etapa, no lançamento de Petkovic, que poderia ter resultado em gol.
Rodrigo: Nota 6,5 - Melhor zagueiro em campo, só foi mal nos contra-ataques flamenguistas, porque é lento. E subiu para cabecear bem sucedidamente.
Bruno Collaço: Nota 6,0 - Conseguiu aproveitar o corredor que Léo Moura deixava, mas foi muito mal na marcação ao flamenguista.
Fábio Rochemback: Nota 6,5 - Fez uma partida razoável, mas teve boa qualidade no passe.
Adílson: Nota 6,5 - Joga muito. Um dos futuros do Brasil, mostrou grande capacidade de antecipação.
Maylson: Nota 5,0 - Não jogou bem. Faltou mais presença no ataque, e perdeu uma bola que poderia definir o jogo a favor do Grêmio, a 2 minutos do fim.
Hugo: Nota 6,5 - O melhor gremista da partida, teve muita vontade e chutou muito bem de fora da área. Deu um passe açucarado para Jonas perder na pequena área.
Jonas: Nota 5,5 - Perdeu chance incrível, além de pouco ter aparecido.
William: Nota 0 - Não encostou na bola durante 45 minutos. Simplesmente nota zero!
Roberson: Nota 6,0 - Deu velocidade à equipe, e deu um passe de calcanhar esplendoroso. Mas caiu de produção com o passar do tempo.
Fernando: Sem nota - Ficou apenas 9 minutos em campo.
Bérgson: Sem nota - Assim como Fernando, apenas 9 minutos em campo.

Silas: Nota 6,0 - Acertou ao tirar William, seu queridinho. De fato, escalou um time até ofensivo para jogar fora de casa. Mas Maylson e Jonas não cumpriram bem o papel e acabaram com os planos dele. Entretanto, fez com que o time frequentasse bastante o campo do Flamengo.

Dados:

Resultado final: Flamengo 1 x 1 Grêmio.

Estádio: Maracanã, no Rio de Janeiro.

Público: 7.109 pagantes.

Escalação Flamengo: Bruno; Álvaro, David (Gil 26' 2° T) e R. Angelim; Léo Moura, Maldonado, Camacho, Petkovic (Ramon 19' 2° T) e Juan; Vágner Love e Vinícius Pacheco (Diego Maurício 16' 2° T). Técnico: Rogério Lourenço.

Escalação Grêmio: Victor; Edílson, Ozéia, Rodrigo e Bruno Collaço; Fábio Rochemback, Adílson (Fernando 36' 2° T), Maylson e Hugo (Bérgson 36' 2° T); Jonas e William (Roberson 2° T). Técnico: Paulo Silas.

Gols: Petkovic, aos 7' do primeiro tempo; Rodrigo, aos 6' do segundo tempo.

Cartões amarelos: David, Camacho e Ramon; Adílson e Bruno Collaço.

Árbitro: Wilton Pereira Sampaio, do Distrito Federal.
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A camisa mais bonita da Copa - Parte I



Olá amigo!

Como você já deve saber, eu sou fanático por camisas de futebol. Tenho uma coleção de 13 camisas - o que já é alguma coisa. Da Copa de 2010, só tenho a do Brasil. De fato, ela não é a mais bonita da Copa. E te convido a fazer uma análise das camisas mais bonitas da Copa do Mundo de 2010.

Logicamente, não sou nenhum consultor de moda ou algo do gênero. Sou apenas mais um fã de futebol que gosta de reparar nos uniformes.

As análises serão dividos pelos grupos, e no final será mostrada a mais bonita.

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Grupo A:

Integrantes:
África do Sul, França, México e Uruguai.

Material esportivo (respectivamente):
Adidas, Adidas, Adidas e Puma.

África do Sul:

Camisa número 1:




Camisa número 2:



França:

Camisa número 1:



Camisa número 2:



México:

Camisa número 1:



Camisa número 2:



Uruguai:

Camisa número 1:



Camisa número 2:



Análise camisa 1 África do Sul:

Uma camisa com um amarelo muito bonito, vivo, tem detalhes na gola que também são fantásticos. No entanto, achei estranho o símbolo da federação no lado direito do corpo. É simples, mas bonita. Nota 8/10.

Análise camisa 2 África do Sul:

Acho que um verde mais claro, vivo, seria melhor para esse país selvagem. Além disso, a Adidas foi muito mal no que diz respeito aos detalhes laterais da camisa. Pôs algo parecido com uma sombra. Acho que poderia ser mais claro, apesar de os detalhes na gola também terem ficado sensacionais. Nota 6,5/10.

Análise camisa 1 França:

O azul escolhido para a camisa é excepcional. A última camisa tinha ficado muito clara, e aquelas marcas d'aguas em forma de listras tinham ficado horrorosas. Esse tom escuro combina com a frança. Outrora, as "marcas de Wolverine" da camisa não ficaram muito boas. Poderiam ser menores, e mais embaixo. As tradicionais 3 listras da Adidas ficaram muito boas, azuis brancas e vermelhas. É um diferencial da camisa. Ainda assim, o uniforme é fantástico. Nota 8,0/10.

Análise camisa 2 França:

Uma camisa linda. É difícil perceber pela foto que está aqui, mas se você ver por este link perceberá que as listras são mais que bonitas. Vermelhas e azuis. Antes do lançamento, quando avisaram-me que teriam listras, achei que seriam do tipo listras largas, e então achei que ficaria horrorosa. Mas o resultado foi fantástico. E, como a camisa é completamente branca, achei que as "3 listras" da Adidas na altura do ombro, também terá um grande detalhe tricolore à blusa. Uma camisa elegante, e uma das mais bonitas do mundial. Nota 9,0/10.

Análise camisa 1 México:

Camisa mediana. Apesar de saber que ela é moderna e até elegante, creio que a marca d'agua da camisa ficou muito ruim. Além disso, o vermelho, que tradicionalmente raramente aparece nas camisas principais mexicanas, apareceu muito. Um pouco mais de verde, ainda que desta cor, que é boa, faria muito bem à este uniforme. Nota 7,0/10.

Análise camisa 2 México:

Uma elegância sem igual. Majoritariamente preta, o vermelho dessa vez deu um ar de charme à camisa. Alguns dizem que o fato de a camisa não ser branca, como é na maioria das camisas 2 na Copa do mundo, estraga a tradição. Porém, ao menos para mim, eu não peço que a segunda camisa precise mesmo ser tradicional. Até porque ele raramente será usada no mundial. Contudo, creio que os detalhes verdes poderiam facilmente sair da camisa. Nota 8,0/10.

Análise camisa 1 Uruguai:

Um autêntico pijama. O pessoal da Puma queria fazer uma referência ao sol, mas botaram marcas d'agua que parecem estrelas. Sem contar esse bege, que não faz nenhuma referência à tradição uruguaia. O azul-bebê acabou com a camisa. A última, azul escura com detalhes pretos, havia sido mais simples, porém mais bonita. E ainda teve o logo da Puma vermelho. De bom, só os detalhes brancos que caíram bem. Nota 5,0/10.

Análise camisa 2 Uruguai:

Hã? Porque inventar? Porque não fazer uma camisa branca, que sempre caiu bem nas camisas do Uruguai? Porque uma camisa bege? Porque o símbolo da federação está no centro da camisa? Porque essas listras que mais parecem cobras, na camisa? Resumindo, porque fazer uma camisa na pressa? Nota 1,0/10.

As camisas mais bonitas do Grupo A:

1° - Camisa número 2 da França.
2° - Camisa número 2 do México.
3° - Camisa número 1 da África do Sul.
4° - Camisa número 1 da França.
5° - Camisa número 1 do México.
6° - Camisa número 2 da África do Sul.
7° - Camisa número 1 do Uruguai.
8° - Camisa número 2 do Uruguai.

Um abraço, e até a próxima, para o Grupo B!
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Números dos 4 grandes de SP e análise - Parte IV - Santos



Olá amigo!

Continuando a série dos números dos 4 grandes de São Paulo, hoje é a vez do time sensação da temporada. As partes 1, que fala do Corinthians, parte 2, que fala do Palmeiras, e parte 3, que fala sobre o São Paulo, você já viu.

Os números foram apurados com base no site ogol.com.br.

Com esse post, responderei algumas perguntas como: afinal, qual é o artilheiro desse time santista? Quem foi o que mais jogou? Qual será que foi o aproveitamento do Santos na temporada? Será que o time tem mesmo baixa média de idade ou é papo furado?

Tudo isso aqui!

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Santos:

Aproveitamento na temporada (até o jogo contra o Guarani):
36 jogos, 26 vitórias, 4 empates e 6 derrotas.

Escalação-base:
Felipe; Pará, Edu Dracena, Durval e Léo; Wesley, Marquinhos e Paulo Henrique Ganso; Robinho, Neymar e André.

Idades:
Felipe (22 anos), Pará (24), Edu Dracena (29), Durval (29), Léo (34), Wesley (22), Marquinhos (28), Paulo Henrique Ganso (20), Robinho (26), Neymar (18) e André (19).

Média de idade: 24,63 anos.

Alturas:
Felipe (193cm), Pará (171), Edu Dracena (187), Durval (184), Léo (166), Wesley (179), Marquinhos (183), Paulo Henrique Ganso (184), Robinho (172), Neymar (174) e André (184).

Média de altura: 179,72 centímetros.

Pesos:
Felipe (89kg), Pará (71), Edu Dracena (81), Durval (82), Léo (65), Wesley (63), Marquinhos (85), Paulo Henrique Ganso (73), Robinho (69), Neymar (60) e André (77).

Média de peso: 74,09 kilos.

Os minutos jogados nesta temporada (até o fim do jogo contra o Guarani):
Felipe (3240 minutos), Pará (2422), Edu Dracena (2334), Durval (2866), Léo (1447), Wesley (2749), Marquinhos (1952), Paulo Henrique Ganso (2656), Robinho (1458), Neymar (2307) e André (2379).

Jogador com mais minutos jogados: Felipe, com 3240 minutos.

Jogadores com jogos na temporada (até o jogo contra o Guarani):
Felipe (36 jogos), Pará (30), Edu Dracena (27), Durval (32), Léo (18), Wesley (31), Marquinhos (29), Paulo Henrique Ganso (30), Robinho (19), Neymar (28) e André (33).

Jogos do Santos na temporada: 36 jogos.

Jogador com mais jogos: Felipe, com 36 jogos.

Jogadores com gols:
Felipe (0 gol), Pará (1), Edu Dracena (1), Durval (1), Léo (0), Wesley (9), Marquinhos (7), Paulo Henrique Ganso (13), Robinho (11), Neymar (27) e André (23).

Artilheiro da equipe: Neymar, com 27 gols.

Jogador com melhor média de gols: Neymar, com 0,96 gol por jogo.

- Chama a atenção a grande condição física do jovem goleiro Felipe. O Santos fez 36 jogos na temporada, e ele participou de todos. E é curioso que ele esteve todos os minutos possíveis. O Santos não ficou nem 1 minuto sem ele. Um bom começo para uma revelação brasileira.

- Eu estava com uma pequena dúvida na hora de montar a escalação-base dos números. Decidi excluir Arouca, pois para mim Marquinhos é mais titular que ele.

- Com isso, a média de idade do Santos fica até jovem, mas não com tanta fama. Além de Marquinhos, os zagueiros e laterais ajudam a aumentar a média de idade do time. Entretanto, falando apenas do meio de campo e do ataque, a média de idade da equipe santista cai para 22 anos.

- Outro fator que me chamou muita atenção foi a média de altura da equipe santista. 179,72 centímetros, o que a torna a equipe mais alta de São Paulo.

- Além disso, também é válido destacar a grande quantidade de gols marcados pelo time santista em geral: são 117 gols distribuídos em 36 partidas, o que equivale a 3,25 gols por partida! O jogador que mais ajudou foi Neymar, com 27 tentos. Os meninos da vila, Ganso, Neymar e André, marcaram, ao todo, 63 gols!

- O jogador ideal do Santos, segundo os números de estatura física e idade, é Wesley. Não existe nenhum jogador com as mesmas alturas e pesos ideais, mas ele é quem mais se aproxima. Tem 1,79m, a média de altura santista, mas tem 63 kg, quando a média de peso é 74. A idade é de 24 a média, mas ele tem 22.

- Fica difícil apontar um fracasso em um time que vem fazendo tanto sucesso em uma temporada, contudo, Léo não vem fazendo uma boa temporada. Além de eu não me lembrar de um bom jogo dele nesta temporada, ele participou da equipe apenas 18 vezes, e não marcou nenhuma vez. Além disso, aumenta a média de idade da equipe. E ainda tira sarro dos adversários, quando os outros que mostram um bom futebol.

E até a próxima, com um balanço comparativo dos números paulistas!
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Números dos 4 grandes de SP e análise - Parte III - São Paulo



Olá amigo!

Como prometido ontem, hoje eu vou fazer a análise numérica do segundo time de maior torcida do estado de São Paulo, o próprio São Paulo Futebol Clube.

Nas primeiras partes, você viu as análises detalhadas de Corinthians e Palmeiras.

Os números foram apurados por mim, com base no site ogol.com.br.

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São Paulo:

Aproveitamento na temporada (até o jogo contra Palmeiras):
35 jogos, 20 vitórias, 6 empates e 9 derrotas.

Escalação-base:
Rogério Ceni; Miranda, Alex Silva e Richarlyson; Cicinho, Hernanes, Marlos, Jean e Júnior César; Dagoberto e Fernandão.

Idades:
Rogério Ceni (37 anos), Miranda (25), Alex Silva (25), Richarlyson (27), Cicinho (29), Hernanes (24), Marlos (21), Jean (23), Júnior César (28), Dagoberto (27) e Fernandão (32).

Média de idades: 27,09 anos.

Alturas:
Rogério Ceni (188cm), Miranda (185), Alex Silva (192), Richarlyson (176), Cicinho (171), Hernanes (181), Marlos (173), Jean (170), Júnior César (166), Dagoberto (175) e Fernandão (190).

Média de altura: 178,81 centímetros.

Pesos:
Rogério Ceni (85kg), Miranda (78), Alex Silva (81), Richarlyson (72), Cicinho (72), Hernanes (75), Marlos (69), Jean (70), Júnior César (60), Dagoberto (75) e Fernandão (85).

Média de pesos: 74,72 kilos.

Os minutos jogados nesta temporada (computados até fim do jogo contra o Palmeiras):
Rogério Ceni (3060 minutos), Miranda (2585), Alex Silva (1772), Richarlyson (1980), Cicinho (1418), Hernanes (2567), Marlos (1278), Jean (2275), Júnior César (1864), Dagoberto (1921) e Fernandão (349).

Jogador com mais minutos jogados: Rogério Ceni, com 3060 minutos.

Jogadores com jogos na temporada (computados até o jogo contra o Palmeiras):
Rogério Ceni (34 jogos), Miranda (30), Alex Silva (20), Richarlyson (24), Cicinho (23), Hernanes (32), Marlos (23), Jean (31), Júnior César (23), Dagoberto (25) e Fernandão (4).

Jogos do São Paulo na temporada: 35 jogos.

Jogador com mais jogos: Rogério Ceni, com 34 jogos.

Jogadores com gols:
Rogério Ceni (4 gols), Miranda (1), Alex Silva (0), Richarlyson (1), Cicinho (0), Hernanes (9), Marlos (1), Jean (1), Júnior César (1), Dagoberto (8) e Fernandão (2).

Artilheiro da equipe: Hernanes, com 9 gols.

Jogador com melhor média de gols: Fernandão, com 0,50 gol por jogo.

- Rogério Ceni mais uma vez se superou. Ano passado ele se lesionou e pouco jogou no primeiro semestre, mas, de todos os jogos do São Paulo na temporada, ele só não foi em um jogo, contra o Mirassol. Além disso, ele também marcou 4 gols, um deles em Libertadores. Sem contar as defesas milagrosas que motivam o time são-paulino. Se ano passado poderiam dizer que ele estava em má-fase, este ano não podem dizê-lo.

- O artilheiro do São Paulo é, curiosamente, Washington, com 12 gols. Agora, ele está na reserva.

- Cicinho por enquanto é um fracasso absoluto. Além de já ter sido expulso uma vez, não me recordo de nenhuma boa apresentação dele na temporada. Na sua primeira passagem pelo clube, se destacava também pela boa média de gols marcados. Até aqui, pelo menos por enquanto, ele ainda não marcou, e já tem mais de 23 jogos.

- Assim como Marcelinho Paraíba. Contratado com muita expectativa por ter sido um dos melhores meias de 2009, fez apenas 19 jogos e marcou só 2 gols. E acabou frustrando quem achava que ele iria fazer uma boa temporada. Hoje, ele já é moeda de troca.

- O jogador ideal do São Paulo, segundo os números de estatura física e de idade, é Richarlyson. Ele tem 1,76m de altura, quando a média é de 1,78m. Pesa 72 kg, quando a média é de 74 kg. Mas tem 27 anos, a média do time titular.

Até a próxima parte, que falará do time-sensação da temporada, o Santos!
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Vasco 3 x 2 Internacional


Vasco e Internacional jogaram, ontem, em São Januário, com o objetivo de mandar para o outro lado a crise que era evidente em São Januário, e já começava a assolar o Beira-Rio. Antes do jogo, para ser sincero, eu esperava tudo menos um bom jogo. E graças a Deus eu errei.

O jogo começou com 5 minutos de superioridade colorada. Enquanto rondava a área vascaína, quase abriu o placar com o ótimo Walter, que chutou da intermediária para Fernando Prass fazer milagre.

Mas depois o Vasco equilibrou a partida. Se Walter se destacava no começo, Philippe Coutinho fazia o mesmo pelo Vasco. Ele chutava a gol, e tem um bom chute. Aos 13', foi ele quem chutou, do lado esquerdo, para Abbondanzieri fazer a defesa.

Mas depois disso, o jogo foi ficando monótono, sem muitas oportunidades de gol. Nenhum dos times conseguia fazer a bola chegar com qualidade aos atacantes. Com isso, os centroavantes ficavam isolados, e eram obrigados a recuar, sem sucesso. Muito desse problema de armação por parte de ambas as equipes era fruto dos desfalques de Carlos Alberto e D'Alessandro.

Ramon, que antes da partida havia dito que queria "se vingar" do Internacional por tê-lo desprezado (ele é jogador do Inter, mas há tempos não joga lá), se mostrava um péssimo jogador, no apoio e na marcação. E o problema da lateral esquerda também atingia o Inter: Kléber, conhecido por ter bom cruzamento, não passava da linha do meio de campo, e não tinha que marcar ninguém. Ficava inerte no gramado.

Outro grande problema do Vasco era que não conseguia sair em velocidade. Um lance do jogo ilustra bem o que estou dizendo - Nei, do Inter, efetuou um desarme, e saiu correndo como um louco para o ataque. Cesinha o desarmou, tocou, e o jogador vascaíno ficou nervoso e esperou alguém chegar. Uma grande oportunidade de contra-ataque desperdiçada.

Pelo lado vermelho, o jogador destacado era Walter, um jogador de muita força física, mas que é habilidoso e tem muita movimentação. E ele fez uma grande jogada, aos 33', após meia-lua em Cesinha, e cruzamento rasteiro para Alecsandro perder chance incrível.

A equipe do Inter, por outro lado, não sofria do problema de sair em velocidade. Com 38 minutos, Sandro fez um desarme preciso e passou para Andrezinho. Ele cortou para o meio e bateu de esquerda. A bola foi entrando mansamente, com o aval da defesa do Vasco. 0 a 1.

O clube cruzmaltino decidiu sair desenfreadamente para o ataque. E, em outro contra-ataque, Andrezinho se viu livre depois de passe fantástico de Alecsandro. Só lhe restou encobrir Fernando Prass, e fazer 2 a 0 no Vasco, em pleno São Januário.

Os jogadores pretos-e-brancos ficaram nervosos após esse baque que foi o segundo gol. A eles, só restava esperar o intervalo para aguardar alguma instrução de Celso Roth.

E o Vasco terminou o 1° tempo muito vaiado pela torcida vascaína. E justamente, diga-se de passagem. O Vasco nos deliciava com outra apresentação pífia, como na maioria das partidas desse ano. O problema? O mesmo de sempre. A bola não chega aos homens da frente. Já o Inter, embora não fizesse boa partida, jogava o necessário para vencer uma equipe limitadíssima tecnicamente, embora nao tivesse pressionado nenhuma vez a equipe carioca. Sandro e Guiñazú faziam boa partida, ao contrário de Kléber. Sendo franco, Andrezinho jogava mal antes de marcar, mas um jogador que faz 2 gols tem que ser o homem da primeira etapa.

E a bronca de Celso Roth parecia ter dado resultado: o Vasco começou a todo vapor a segunda parte. Com Jéferson, que entrou no intervalo, a equipe parecia mais apta a buscar um resultado positivo. E nem demorou muito até o Vasco atingir um de seus objetivos: passados 4 minutos, Dedé cruzou, Élton dominou, girou, e fez um golaço, sem deixar a redonda cair no chão. 1 a 2. Na gaveta.

O Internacional respondeu aos 6', depois de passe de Walter para Andrezinho que, confiante, fez boa jogada e tocou para Alecsandro mandar para o Maracanã.

E, por incrível que pareça, o Vasco tinha piorado muito após o tento de Élton. Os lampejos de passes rápidos que ocorreram no início, tinham dado lugar a chutões.

E o time gaúcho passava a dominar o jogo, até que aos 18' Fabiano Eller fez uma falta desnecessária, quase no meio de campo, para ser expulso.

Parecia que essa era a chave para a virada vascaína. Mas, ao menos nos 5 minutos procedentes à expulsão, o Vasco jogava ainda pior. Acertar 1 passe no campo de ataque era quase impossível.

Andrezinho continuava mandando e desmandando na partida. Aos 28', ele deu bola sensacional para Sandro, que deu de volta, para Fernando Prass fazer boa defesa.

O lance de ataque anterior tinha sido o último lance que o Inter viria a criar. O jogo pode ser divido em antes e depois dos 28 minutos. Porque o Vasco passou a ter uma determinação poucas vezes vista antes. Passava a não desistir de nenhuma bola. Tudo assim, repentinamente.

Ernani, que tinha entrado com muita vontade e sem acerto, conseguiu acertar um lance. Não de futebol, mas de teatro. Com sua maneira desengonçada, ele saiu em disparada para a área, e se joga quando vê a aproximação de Nei. O curioso é que muitos lances assim, há pelo menos um contato, mesmo que fraco. Mas Nei não encostou em Ernani, nem por cima nem por baixo. Uma das maiores falhas que eu já vi. Mas Héber Roberto Lopes não podia voltar atrás, e Coutinho assumiu a responsabilidade e bateu bem, no canto esquerdo, para empatar. 2 a 2. Minhas expectativas eram de um jogo melhor a partir daí.

A equipe carioca continuava com a raça que os torcedores queriam ver. E passaram a jogar junto com o time. E essa torcida, que é uma das maiores do Brasil, tem um poder de incentivo muito interessante.

Até que ela teve uma grande explosão de alegria, com seu ídolo Nílton, aos 38 minutos. Depois que Coutinho carregava a bola, passou para ele chutar a seu estilo: um petardo! A bola foi como um canhão no canto esquerdo. 3 a 2. E a equipe vascaína havia conseguido uma virada inacreditável.

Não deu tempo de mais nenhum lance de impacto.

Na análise final, posso afirmar que o resultado, ao todo, foi injusto. O Inter foi superior durante todo o primeiro tempo e, com pausa dos 5 minutos iniciais, foi melhor por mais 25 minutos no segundo. Mas a equipe vascaína que se por um lado tem menos técnica que a interista, fez valer a garra, a determinação. Dois jogadores que entraram nos 45 minutos finais foram determinantes para a virada. Jéferson, que tem que ser titular, e Ernani. O primeiro deu mais qualidade no passe, e o segundo começou mal, mas melhorou e simulou o pênalti que originou o segundo gol. Resultado que dá um chega-pra-lá na crise.





Notas:


Vasco:

Fernando Prass: Nota 6,5 - Fez boas defesas, mas a bola do primeiro gol era defensável.
Élder Granja: Nota 2,5 - Completamente nulo em campo, não ouvi o seu nome sendo narrado.
Dedé: Nota 6,5 - Fez o cruzamento resultante no primeiro gol, e foi bem marcando pela direita.
Cesinha: Nota 6,5 - Ex-Santo André, jogou bem. Pode ser útil ao Vasco.
Ramon: Nota 3,5 - Errou diversas vezes na marcação, e não compensou no ataque.
Nilton: Nota 7,0 - Embora não tenha sido um primor na marcação, fez um golaço.
Souza: Nota 6,0 - Pouco desarmou e não chutou de longa e média distância.
Rafael Carioca: Nota 6,0 - Não sabia o que Celso Roth queria dele.
Léo Gago: Nota 5,5 - Quando tentou chutar, isolou. E fingiu marcar Andrezinho.
Philippe Coutinho: Nota 7,5 - Rápido, habilidoso, e tem atitude, quando Élton teve medo de bater o pênalti, ele foi o primeiro a se apresentar.
Élton: Nota 7,5 - A bola não chegou quase nenhuma vez, e no cruzamento de Dedé, fez milagre ao conseguir dominá-la e girar como girou.
Ernani: Nota 7,0 - Pôs fogo no jogo, e sua vontade contagiou os companheiros.
Dodô: Nota 5,0 - Outra pífia atuação nos 35 minutos em que ficou em campo.
Jéferson: Nota 6,5 - Entrou bem no jogo, e deu qualidade no passe à equipe vascaína.

Celso Roth: Nota 6,0 - Não acho que tenha armado bem o time, com 4 volantes. O time ficou sem armação, mas mostrou-se eficiente nas substituições.

Internacional:

Abbondanzieri: Nota 3,5 - Quase engoliu um frango, saiu muito mal do gol e aparentemente não fala português. Prefiro Lauro.
Bolívar: Nota 5,5 - Não teve muito trabalho com Ramon, mas não se destacou na marcação de Coutinho.
Sorondo: Nota 6,5 - O melhor zagueiro do Inter, foi imbatível pelo alto, e não teve culpa em nenhum gol.
Fabiano Eller: Nota 3,0 - Fez poucos desarmes, e acabou com a chance de vitória do seu time ao ser expulso em falta no meio de campo.
Nei: Nota 6,0 - Apoiou bem, mas não deixou buracos às costas.
Sandro: Nota 6,5 - Grande partida, desarmou várias vezes e não falhou nenhuma vez.
Guiñazú: Nota 6,0 - Teve muita raça em campo, mas poderia ter jogado melhor.
Andrezinho: Nota 7,5 - O maestro do time colorado, precisa de confiança para jogar bem, o que veio após o gol.
Kléber: Nota 4,0 - Com Elder Granja sumido, é fato que ele poderia ir mais ao ataque.
Walter: Nota 7,0 - Enquanto estava em campo, o Inter jogava bem. Porém quando saiu o time se desencontrou.
Alecsandro: Nota 6,5 - Seu forte é a cabeçada, mas não chegou uma bola boa pelo alto para ele. Contudo, deu uma assistência.
Giuliano: Sem nota - Entrou no melhor momento do time vascaíno em campo, e só jogou 8 minutos. Não tem nota.
Juan: Nota 6,0 - Entrou para recompor o sistema defensivo, e foi acima do esperado.
Taison: Nota 5,0 - Não conseguiu dar velocidade à equipe.

Jorge Fossatti: Nota 4,5 - Faltou ousadia nas substituições, e fez atos inexplicáveis, como tirar Walter e Andrezinho. Além disso, o time não sabia se apostava nos contra-ataques ou na posse de bola. Alternava muito.

Dados:


Resultado final: Vasco 3 x 2 Internacional.

Estádio: São Januário, no Rio de Janeiro.

Público: 2.786 pagantes (creio que foram mais pessoas, mas só achei esse público).

Escalação Vasco: Fernando Prass; Élder Granja, Dedé, Cesinha e Ramon (Ernani 14' 2° T); Nílton, Souza (Dodô 10' 2° T), Rafael Carioca e Léo Gago (Jéferson 2° T); Philippe Coutinho e Élton. Técnico: Celso Roth.

Banco de Reservas Vasco: Jéferson, Dodô, Ernani, Jumar, Rafael Coelho, Thiago Martinelli e Tiago.

Escalação Internacional: Abbondanzieri; Bolívar, Sorondo e Fabiano Eller; Nei, Sandro, Guiñazú, Andrezinho (Giuliano 37' 2° T) e Kléber; Walter (Juan 23' 2° T) e Alecsandro (Taison 27' 2° T). Técnico: Jorge Fossatti.

Banco de Reservas Internacional: Juan, Taison, Giuliano, Derley, Edu, Glaydson e Lauro.

Gols: Andrezinho, aos 38' e aos 40' do primeiro tempo; Élton, aos 4', Philippe Coutinho, aos 31' e Nílton aos 38 do segundo tempo.

Cartões amarelos: Fabiano Eller e Alecsandro.

Cartão vermelho: Fabiano Eller.

Árbitro: Héber Roberto Lopes.
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A diferença entre Garrincha e Pelé


Olá amigos!

Devido à indisponibilidade de tempo, decidi colocar este texto que achei interessantíssimo. O autor é Filipe Ribeiro.

Para amanhã, com certeza teremos os números do São Paulo na temporada!

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Garrincha x Pelé: a diferença de tratamento da mídia aos atletas e como isso influenciou suas carreiras
Nos tempos atuais dos jogadores-celebridade, acompanhando a evolução da cobertura social e do jornalismo esportivo, tal aspecto se mostra relevante

Introdução

Quem foi melhor: Pelé ou Garrincha? Essa dúvida frequente nas discussões dos amantes do futebol sempre esbarra no papel e interferência da mídia na carreira de um jogador. Mas será que esse fator pode ser realmente decisivo? Nos tempos atuais dos jogadores-celebridade, acompanhando a evolução da cobertura da mídia e do jornalismo esportivo sabemos que sim.

Com a transformação do esporte em fenômeno midiático, percebemos todo e qualquer jogador como um produto em potencial que vai atingir algum público alvo e se tornar um garoto propaganda. Garrincha e Pelé tiveram um tratamento diferenciado em sua carreira e isso foi fundamental para formação da imagem que perdura ate hoje sobre os dois ídolos do esporte nacional.

O esporte como fenômeno midiático

O futebol é considerado uma religião. Seu aspecto mítico contribui para que na nossa sociedade profana, ele seja o “altar”, onde o indivíduo vai realizar sua vontade de transcendência como em uma sociedade sagrada. É como uma válvula de escape, suas tristezas do dia a dia são esquecidas quando seu time do coração ou a seleção de seu país entra em campo. Através do jogo, países subdesenvolvidos e pobres se igualam aos desenvolvidos e ricos. Quando está assistindo a um jogo, o torcedor se “aliena”, se “transporta” para um outro mundo, cria no herói que está dentro de campo o seu sucesso, é como se ele tivesse vencido. Dessa forma, o ídolo gera uma relação de afinidade como o espectador e torcedor, sendo sua presença no jogo, decisiva para o sucesso do espetáculo.

A mídia, cada vez mais influencia no espetáculo esportivo. Antes, um torcedor precisava ir até à banca de jornal ou ir ao estádio para saber o resultado do jogo. Com o rádio, depois a televisão e hoje a internet, ele não precisa sair de casa para acompanhar toda a rodada do campeonato.

Não é à toa que a Copa do Mundo é o evento mais assistido do mundo, o futebol é um esporte televisivo. A presença da televisão é fundamental para o sucesso do esporte. É o que afirma NUZMANN (1996:15), presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB)

...o Presidente do Comitê Olímpico Internacional COI, Marques Juan Antônio Samaranch ressaltou que os esportes que não se adaptarem à televisão estarão fadados ao desaparecimento. Da mesma forma, as televisões que não souberem buscar acesso aos programas esportivos jamais conseguirão sucesso financeiro e de público.


No Brasil, a televisão esteve sempre ligada ao futebol.


A unificação do país, por meio da TV, foi empreendida inicialmente pelo futebol; em seguida, veio a voga da telenovela (...) Moral da história: o futebol tem sido o veículo por excelência da expansão da videoesfera no Brasil. (MARQUES, 2005,p.149)


A televisão procura o tempo todo espetacularizar suas imagens para vendê-las e não é diferente com o esporte. Dessa forma o esporte passou a ser uma mercadoria e se tornou um show de entretenimento. A partir desse momento podemos analisar e entender qualquer atleta como um produto que pretende ser vendido, que quer ser visto como o melhor, e que todos, para serem tão bons quanto ele, devem ser como ele. Surgem assim, os grandes astros e celebridades do esporte: o fenômeno, o rei, o imperador, a atleta do século, o maior de todos os tempos em todos os esportes.

O futebol alimenta o imaginário do torcedor que através da mídia, se identifica com o jogador, o idolatra, construindo os mitos. A mídia e o esporte trabalham muito bem a formação e destruição do mito. A mídia tem a necessidade de produzir novas “mercadorias”. Portanto, cria mitos profanos, pessoas que têm uma aparência comum, de origem nas camadas populares que têm no esporte uma capacidade de ascensão social, gerando o consumo. Um consumo proporcionado pelo entretenimento que muitas vezes será feito pela paixão, tornando o consumidor mais influenciado pela marca ou organização que seu ídolo representa.

As grandes corporações passaram a investir no futebol, os craques do campo viravam garotos-propaganda de cigarros, bebidas, etc. Os clubes passaram a ter patrocinadores nas camisas, chegando hoje a terem departamentos de marketing e assessores de imprensa para garantirem a boa imagem dos atletas do time e do próprio clube. A afirmação do brasileiro João Havelange quando assumiu a presidência da Fifa, resume bem o que o futebol se tornava: “Vim para vender um produto chamado futebol.” Demonstrando que o esporte se tornou um fenômeno midiático.

A trajetória de Garrincha e Pelé

Na primeira vez que Garrincha apareceu na mídia, seu nome foi anunciado errado: Gualicho. Depois dos treinos de Garrincha no Botafogo, os repórteres correram para cima dele. O que se leu no jornal foi que um garoto de pernas tortas, tinha dado um “baile” em Nilton Santos, o melhor zagueiro do país.

Sandro Moreyra escreveu a matéria no Diário da Noite, afirmando que a jovem revelação do Botafogo se chamava Gualicho. Sandro tinha ouvido Garrincha falar seu nome, mas achou que não combinaria um nome de passarinho, com um jogador de futebol.

Não foi a primeira vez que Sandro inventou algo sobre Garrincha. Foi ele que afirmou que Garrincha chamava todos seus marcadores de “joão”. Uma mentira, mas que ajudava a reforçar a imagem de ingênuo de Garrincha. Sandro inventava as histórias e Mário Filho acreditava e publicava.

Sandro e Mário não calculavam que essas histórias seriam repetidas, deturpadas e que, com elas, estava criando o mito de um gênio infantil, e quase debilóide, que não fazia justiça a Garrincha. (CASTRO, 1995, p.261)

Até que o repórter Geraldo Romualdo da Silva, do Globo, encerrou as dúvidas com uma manchete em seis colunas com o título: “Meu nome é Manoel, mas meu apelido é Garrincha.”

Depois da primeira aparição, Garrincha continuou aparecendo na mídia como um driblador fantástico e um dos maiores pontas do Brasil. Na parte pessoal, foram várias as reportagens de Garrincha em seu “habitat natural”. Em Pau Grande, caçando passarinhos, sendo fotografado nas belíssimas cachoeiras, alimentando o mito de homem do campo. A cada reportagem reforçava-se a imagem da felicidade de Garrincha em seu bucólico universo.

Ele era puro, autêntico e outros adjetivos em voga. Sua casa era um casebre, mas ele não a trocaria nem pelo Taj Mahal.(...)Podendo ter todo os luxos e confortos de um campeão do mundo, preferia viver como um operário. Ou como um camponês.(CASTRO, 1335, p.232)

Sua imagem era de um homem do campo, ingênuo, que preferia o sossego da roça à agitação da cidade, que chamava seus marcadores de joão. Era como um plebeu, um homem do povo. Bem difícil de se comparar com alguém que detêm a imagem de “rei”.

A transformação de Garrincha em mito foi demorada. Nos seus primeiros anos de Botafogo foi criticado por driblar demais. Mas o clássico contra o Fluminense na final de 1957, foi decisivo para sua transformação em ídolo nacional e um dos nomes que não poderiam estar de fora na Copa do Mundo da Suécia.

Até o jornal francês L’Equipe, colocava Garrincha como titular absoluto. O jornalista francês Gabriel Hannot veio cobrir a preparação brasileira para a Copa e afirmou quando lhe perguntavam na França o que tinha descoberto no Brasil: “Maracujá e Garrincha”. Sua fama começava a se consolidar internacionalmente.

O Brasil tinha fama de “vira-latas”, um time que só ia para a Copa para aprender. A imprensa não acreditava no título em 1958, quanto mais após o empate contra a Inglaterra em 0 a 0, na segunda rodada da Copa da Suécia. E o próximo adversário seria a temível URSS.

No script para se ter um herói, precisamos de uma pessoa normal - como qualquer cidadão - que supera todas as dificuldades e conquista seu objetivo, salva uma população, um país. O que dizer de Mané? Ele não era normal. Se para uma pessoa normal já seria difícil fazer o que ele fez, imagine uma pessoa estrábica, com as pernas tortas, uma seis centímetros mais curta que a outra e que nunca tinha feito um exercício físico na vida até os 19 anos. Pois bem: ele superou o futebol científico dos russos e começou ali a idolatria ao menino de pernas tortas que conseguiu tornar uma Copa perdida em algo possível, colocou as pessoas nas ruas para comemorarem a vitória e se tornou a alegria do povo.

Nelson Rodrigues, em uma de suas memoráveis crônicas, credita a Garrincha o mérito maior de ter acabado, em duas Copas, com o complexo de vira-latas que amargurava o povo brasileiro.(NOGUEIRA, 2005, p.12)

No jogo seguinte, contra o País de Gales, Amaro, o pai de Garrincha, foi convidado pelo presidente Juscelino Kubitschek para acompanhar o jogo no palácio do Catete. Quando saiu, recebeu o agradecimento de Juscelino por tudo que seu filho estava fazendo pelo país. Foi nesse momento que Garrincha se tornou um herói nacional e se transformou em um mito, um herói midiático.

O Brasil conquistou a Copa e Garrincha consolidou de vez a sua imagem de herói e mito do esporte nacional. A chegada dos jogadores brasileiros foi triunfal, principalmente para os principais heróis do título: Garrincha e Pelé. “Eram como soldados que estivessem voltando, vivos e vitoriosos, da guerra da Coréia.” (CASTRO, 1995, p.183)

A conquista da Copa trouxe uma nova alma ao povo brasileiro, um sentimento de esperança de que mesmo um semi-analfabeto e pobre, poderia vencer. O mito de Garrincha se tornara mais forte, o povo via nele o espelho de uma possível mudança.

Garrincha começou a receber cartas de todas as partes do mundo. Pau Grande se tornou mundialmente conhecida. Um jornal francês soltou: “Brésil, capitale Pao Grande” Até o nome da cidade tentaram mudar para Garrincha, tamanha sua popularidade e fama. Garrincha logo recusou: “Onde já se viu? Pau Grande é um nome tão bonito.”

Waldir Amaral criou a imagem de vários jogadores durante a Copa que ele transmitiu pela rádio Continental. Garrincha recebeu o nome de “demônio das pernas tortas”, referindo-se ao inferno que Mané levava às defesas adversárias.

Garrincha foi o segundo jogador mais cantado da música brasileira, só perdendo para Pelé. Marchinhas de carnaval, sambas, tudo que falasse de Mané era certeza de sucesso.

O inventor do “Fair play”, um jogador muito disciplinado fazia justiça “à imagem que os cronistas haviam criado para ele: a do passarinho, a alma ingênua e alada do futebol.” (CASTRO, 1995, p.213). Alguns cronistas preferiam chamá-lo de anjo e outros de demônio. Mas sua imagem já estava mais do que consolidada.

Para provar isso, Garrincha venceu a eleição do jogador mais popular do Rio. A eleição foi promovida pelo Jornal dos Sports e Garrincha recebeu uma ajuda especial de Elza Soares, a grande sensação do samba nacional. Os dois apareciam juntos para conseguir votos, davam autógrafos e entre uma fotografia e outra Mané lançava seus olhares para Elza.

Mané reafirmou seu papel de herói nacional na Copa de 1962 no Chile. Sem Pelé, Garrincha fez de tudo e o Brasil voltou com o bicampeonato. Garrincha fez gol de falta, de cabeça, jogou pelas duas pontas, parecia um super homem, presente em todos os espaços do campo. Para quem tinha dúvida se ele era melhor que Pelé ou que era um jogador de uma jogada só, viu o “demônio” ou o “anjo” não precisar do “rei” para ganhar novamente a Copa. Mais uma vez aquele homem simples era o melhor do mundo, fazendo seu povo ter orgulho de ser brasileiro.

Após a Copa, Garrincha passou a ser o garoto-propaganda preferido das agências de publicidade. Fez comerciais para as “Lojas Ducal” e lojas de sapatos, onde até suas filhas com Nair apareciam.

Garrincha era um ídolo nacional e explorado pela mídia. Para os assessores de imprensa de hoje, seria um “prato feito”. Quem poderia sujar a imagem de um homem querido por todos, ingênuo, namorador, e que além de ter sido o herói em 1958, tinha ganho sozinho a Copa do Mundo de 1962, confirmando a hegemonia do futebol brasileiro no mundo? Naquele tempo, sem assessoria, podia sim e sujaram.

A imagem de Garrincha começou a mudar quando a imprensa tomou conhecimento do nascimento da sexta filha de Mané com Nair, sua esposa. A imprensa achou que Garrincha tentava desesperadamente ter um filho e era contemplado com uma filha atrás da outra. Foram feitas várias reportagens com Mané e suas filhas em Pau Grande. Ele brincava com elas, jogava bola, mostrando-se um pai carinhoso, o que realmente era, nas poucas vezes que ficava com elas. A imagem de um bom pai durou até 1962, quando o caso de Garrincha e Elza estourou na imprensa.

Elza alertava Garrincha sobre sua importância, dizendo que ele não poderia ganhar menos que Pelé. No Botafogo, Garrincha queria uma renovação com um contrato melhor, os dirigentes colocavam a culpa em Elza. O final do campeonato carioca se aproximava do fim e Botafogo e Garrincha não chegavam a um acordo. A imprensa não sabia ainda do romance, apenas informava que Garrincha estava discutindo o contrato com o Botafogo às vésperas do jogo decisivo contra o Flamengo. Alguns torcedores já passavam a hostilizar Garrincha. Mané decidiu jogar a final, ser campeão e depois negociar. Fez a melhor atuação de um jogador na história do Maracanã, marcou os três gols na vitória do Botafogo e foi bi-campeão carioca.

O contrato não foi renovado e as notícias da briga de Garrincha com o Botafogo estavam nas manchetes. Garrincha pediu seu passe ao Botafogo. Não lhe foi dado. O joelho de Garrincha já estava em estado crítico, não conseguia jogar partidas seguidas sem que ele inchasse. O Botafogo avisou que enquanto não jogasse, receberia o bicho pela metade. Foi então, que o caso Garrincha e Elza explodiu.

Como poderia um bom pai de família como ele abandonar a mulher com, então, sete filhas? Era como se Garrincha não tivesse tido nenhuma mulher antes e como se Elza tivesse destruído um lar que nunca existiu. A imprensa bombardeou os dois: Mané como irresponsável e Elza como destruidora de lares. Para alguns botafoguenses, Elza era flamenguista e queria destruir o Botafogo. O menino ingênuo e com alma de passarinho, deu lugar a um homem irresponsável que abandona o lar por causa de uma “aventura” amorosa. Porém, estava dando mais ibope do que falar o que todos sabiam: Garrincha vencera sua segunda Copa do Mundo para o Brasil. Venderia mais falar que um ídolo nacional estava envolvido num “escândalo” desse.

Toda a imagem de Garrincha, que estava destruída, poderia ser salva com dribles, gols e títulos. Afinal o que ele fazia fora de campo nunca teve importância, ele era um herói nacional por causa do futebol e não por ser um exemplo de bom marido. O maior problema de Mané foi seu joelho. Não conseguia jogar aquilo que sabia, com seu joelho em estado lastimável, a artrose era irreversível e só piorava a cada jogo de Mané. Portanto, o joelho, aliado ao álcool o impediu de refazer sua imagem e o que ficou, a partir desse momento, marcado em sua carreira foi sua vida pessoal.

“...o rito realiza o mito e permite a sua vivência. É essa a razão porque se encontram frequentemente ligados: na verdade, a união é indissociável e, de fato, a separação sempre foi a causa da sua decadência. Separado do rito, o mito perde, se não sua razão de ser, pelo menos o melhor da sua força de exaltação: a capacidade de ser vivido.” (CAILLOIS, 1972,pg.25)

O rito é o drible e Garrincha é o mito. A partir do momento que Mané não pode mais driblar como ele driblava, o mito perde a capacidade de ser vivido.

Nesse momento o mito passa a ser esquecido. Um novo mito chega para substituí-lo: o “rei” Pelé. Apenas sua vida pessoal passa a ser divulgada, o alcoolismo, suas dificuldades financeiras tudo isso vira notícia. Mesmo porque não se tem imagens das maravilhas que Mané fez em campo. Se não podemos recriar o rito através da imagem, o mito só será lembrado por quem viu Garrincha jogar e fazer o que fez.

Se Garrincha nunca mais tivesse jogado, o estrago em sua carreira teria sido menor. A lembrança mais recente seria dos seus dribles e dos títulos. Mas, a cada tentativa de volta, o joelho traía Mané e a imagem de um jogador que mal conseguia andar em campo foi substituindo a do “demônio” de pernas tortas. Não é à toa que Garrincha não tem seu devido valor na imprensa nacional. “Que Deus perdoe, nos meus ingratos colegas, o pecado de esquecer um dos maiores ídolos que a alma popular do Brasil tanto venerou no passado recente.”(NOGUEIRA, 2005, p.12)

Com o “esquecimento” de Garrincha pela mídia, Pelé passa a ser o único ídolo a ocupar as manchetes dos principais veículos de comunicação. Pelé, assim como Garrincha, estava envolvido no mesmo projeto de construção nacional.

Pelé, desde cedo sabia do seu potencial e seu diferencial. Garrincha era a imagem da redenção do povo brasileiro, que não se assusta perante o adversário( todos chamados de “joão”), que parte para cima mesmo tendo pernas tortas e uma difícil história de vida. (...) Os dois eram o exemplo de como os pretos, mestiços, humildes redimiriam o país de sua história de submissões e humilhações. Tratava-se de heróis próximos a grande parte da população, com os quais o povo poderia se identificar. (MELO, p.23)

A diferença começou no nome que dariam a Pelé, enquanto Garrincha seria o “anjo” ou “demônio”, Pelé seria o “rei”. Um rei ninguém discute, apenas reconhece seu reinado. Tudo que um rei faça, mesmo fora de campo não teria importância, afinal ele era um “rei” e nós “súditos” que podíamos apenas idolatrá-lo e cultuá-lo, mas nunca criticá-lo ou contestá-lo. Além disso, um “rei” é único, não pode haver outro, apenas um príncipe, que é inferior ao rei e quando o rei morrer pode tomar seu trono.

O primeiro a chamar Pelé de rei foi Nelson Rodrigues, nos anos 50. Nelson afirmava que Pelé tinha um porte de rei e isso o distinguia dos outros jogadores. “Quando ele apanha a bola e dribla um adversário, é como quem enxota, quem escorraça um plebeu ignaro e piolhento.”(CASTELLO, 2004,p. 195)

Pelé já se destacava no Santos com apenas 16 anos, tanto que jogou a Copa Rocca pela Seleção naquele ano. Com 17 anos era um dos nomes certos para a Copa do Mundo de 1958. Todos já falavam no menino como um “rei”. O nome dado por Nelson tinha pegado. Nelson também escreveu que somente um menino com o porte de rei poderia livrar o Brasil da fama de vira-latas.

Assim como Garrincha, Pelé voltou como herói da Copa do Mundo da Suécia. Marcou seis gols, sendo todos eles decisivos para o título do Brasil. A imagem de Pelé chorando copiosamente, abraçado ao sorridente Garrincha construía a nova dupla que lavou a alma do povo brasileiro.

No período entre as Copas de 1958 e 1962, Pelé se tornou um fenômeno. Foi campeão paulista três vezes, artilheiro de todos os torneios que disputou, fez o gol de placa no Maracanã e recebia o maior salário do futebol brasileiro. A Copa do Chile seria a consagração de um menino aos 22 anos de idade que já tinha conquistado quase todos os títulos que um jogador de futebol pode conseguir. É claro que se Pelé não fosse um gênio, o apelido de rei seria dito algumas semanas na imprensa e com suas fracas atuações seria esquecido. Mas como Pelé ia se superando a cada jogo, ia moldando a imagem de “rei”.

Até sua contusão na Copa do Chile é um fator que ajuda na construção da imagem de um herói. O herói sofre uma derrota grave, mas se levanta e consegue de novo seu objetivo depois de sofrer muito. Pelé queria ser bicampeão do mundo. Conquistou o título mundial pelo Santos em 1962 e em 1963.

Com a Copa de 1966, Pelé seria coroado de vez como o “rei”. Garrincha também foi convocado, marcou até gol na única partida que o Brasil venceu, mas já não era o mesmo. O Brasil fez sua pior campanha em Copas do Mundo, sendo eliminado na primeira fase. Pelé saiu reclamando da violência, dizendo que não jogaria mais uma Copa, isso aos 26 anos. Garrincha não teve a mesma sorte, não pode escolher se continuava ou não, seu joelho decidiu por ele.

Durante 1966 e 1970, Pelé consolidou sua imagem de “rei” no Brasil. Aparecia em todos os programas de TV, rádio, revistas. Foi o jogador mais cantado na música brasileira, e também o jogador mais filmado no cinema brasileiro. Tudo que falava sobre Pelé vendia e dava audiência.

Até que em 1969, Pelé marcou no templo sagrado do futebol, o Maracanã, o milésimo gol de sua carreira, de pênalti, contra o Vasco. Pelé logo pegou a bola e começou a beijá-la, sendo rodeado pelos jornalistas, dedicou o gol às criancinhas do país, pedindo para que elas não fossem esquecidas. O evento foi tão festejado, que alguns dizem que os fatos mais importantes daquele ano foram: o milésimo gol de Pelé e o homem chegar à lua.

A “coroação” definitiva do “rei” foi na Copa de 1970. Nela Pelé se tornou não só “rei” no Brasil, mas também o “rei” do futebol no mundo. Um time fantástico, cheio de craques, comandado pelo seu ex-colega de Seleção: Zagalo. Pelé marcou mais nessa Copa pelos gols que não fez. O chute do meio campo que passou rente à trave contra a Tchecoslováquia. Muitos jogadores já fizeram um gol como esse, mas o comentário é um só: ele fez o gol que Pelé não fez. A defesa do goleiro Gordon Banks, depois de uma cabeçada à queima roupa de Pelé, entrou para a história como a maior defesa de todos os tempos. E o drible de corpo no goleiro uruguaio e o chute para fora é lembrado como um dos gols mais bonitos que alguém não fez. Tudo isso sendo acompanhado pela primeira vez ao vivo, por todo o planeta, a cores. Pelé saiu da Copa como “rei” do futebol.

O título de rei foi levado tão a sério e tão bem construído que não foram poucas as vezes que Pelé foi visitar reis e rainhas de verdade em países europeus, sendo recebido com honras de chefe de Estado. Em qualquer parte do mundo que Pelé chega, todos querem vê-lo, é uma celebridade mundial. Até aqueles que nunca o viram jogar o idolatram, afinal um “rei” não se contesta, apenas se reverencia. Como o futebol é o esporte mais praticado do mundo, Pelé é um dos rostos mais conhecidos no mundo. O próprio Pelé afirmou em uma entrevista em novembro de 2005 que é mais conhecido do que Jesus Cristo.

Em 1980, Pelé recebeu o título de “atleta do século” na França e se tornou a personalidade esportiva mais importante do mundo.

Pelé sempre separou o atleta da pessoa. Em todas as entrevistas que concede, Pelé se refere a Pelé como se fosse uma terceira pessoa envolvida na conversa. É como se ele, o Edson, fosse uma pessoa e Pelé fosse outra. Outro fator que ajuda na imagem construída de Pelé. Tudo que puder manchar a imagem do “rei” na vida pessoal – como aconteceu com Garrincha - é facilmente limpo, pois quem fez foi o Edson. Pelé é só dentro de campo.

O jornalista Fernando Calazans, quando perguntado sobre quais os melhores jogadores da história do futebol, responde: “Pelé e Garrincha, ou até mesmo, como preferem alguns, Garrincha e Pelé. Só os dois - e pronto”(CALAZANS, 2005,p.39). Indagado sobre qual foi a melhor Seleção de todos os tempos, afirma: “Não foi a de 70. Simplesmente porque não pode haver seleção melhor de todos os tempos, nem no Brasil nem no mundo sem a presença de Garrincha. Ponto” (CALAZANS, 2005, p.49)

A Copa do Mundo de 1962 é a menos comentada pelos brasileiros. Para muitos o Brasil não fez mais do que sua obrigação de vencer pela segunda vez seguida. Foi uma seleção espetacular, com a mesma base de 1958, só que com uma experiência muito maior. Garrincha estava mais endiabrado do que nunca. Até o reserva do “rei” Pelé, Amarildo, se destacou. Muito se fala da Seleção de 1958, mais ainda da de 1970, mas muito pouco da de 1962. É claro que isso pesa quando vamos comparar a imagem de Pelé à de Garrincha. Justamente a Copa que Mané foi mais brilhante, que venceu sozinho, é a menos falada. Fala-se muito na que Pelé estreou e mais ainda na que ele se consagrou. Essa última é a mais comentada porque foi a mais vista. Foi a primeira a ser transmitida via satélite para todo o mundo, atingindo um número de espectadores muito maior do que as outras. As imagens eternizaram a conquista do Brasil naquela Copa.

O que faz um jogador ser o que é hoje é o acesso ao material que se tem dele. No Brasil até 1962, não existia vídeotape. Os filmes usados para registrar um jogo tinham oito minutos. Perdia-se muita coisa. Garrincha sofreu com isso, mas, em sua época, foi idolatrado por uma nação inteira, não resta dúvida. (CASTRO, 2005, p.37).

O jornalista Orivaldo Perin, afirma em sua matéria “A TV pereniza gênios e cabeças-de-bagre” que o torcedor desconhece os craques do passado por causa da ausência da televisão até meados dos anos 60. Perin fala exatamente das jogadas geniais dos grandes craques que ficaram perdidas, podendo ser registradas apenas por fotografia, pela emoção dos locutores de rádios e pelas crônicas esportivas.

Hoje, qualquer artilheirozinho tem seus gols e jogadas de efeito registrados em DVD ou disponíveis em arquivos de emissoras de TV. Quantos momentos geniais de Garrincha ficaram registrados só nas retinas dos que puderam vê-lo em campo? (...) Maradona , que os argentinos vêem como deus, surgiu na virada dos anos 70 para os 80, quando a TV já era senhora dos gramados. Trata-se de uma vantagem em relação aos gênios que brilharam antes deles.(PERIN, 2005, p.37)

Luís Mendes afirma que o papel da mídia foi fundamental nas duas carreiras.

E eu considero que se o Garrincha não foi melhor do que o Pelé, também não foi inferior. Só que o Pelé teve mais mídia. Juntaram-se os cariocas que não gostavam do Botafogo ou que torciam contra o Botafogo com os paulistas para fazer do Pelé o maior ídolo nacional. (MENDES IN VENÂNCIO, 2005)


Considerações finais

A primeira conclusão é a presença fundamental da televisão nos meios de comunicação. Tudo aquilo que você vê passa a ser mais real do que aquilo que você escuta ou lê e forma as imagens na sua imaginação. A televisão forma isso para você, da maneira que ela quer.

Garrincha foi um jogador da época do rádio como principal veículo de comunicação. Portanto, tudo que ele fez está apenas na memória ou na imaginação de quem viu ou ouviu. São poucos os lances que se tem sobre Mané. Já Pelé jogou durante a era do rádio, durante a transição para a televisão e foi um dos principais ícones para sua consolidação no país. Seus lances ficam eternizados nas imagens. Toda vez que alguém quiser saber quem foi o jogador Pelé, terá nos arquivos de televisão a possibilidade de reviver o mito do “rei” Pelé. Garrincha não.

Ao longo da pesquisa na realização do trabalho concluí que Garrincha foi melhor que Pelé. Dentro de campo ninguém nunca vai fazer o que Garrincha fez. Jogava o futebol da maneira mais pura possível, driblava por driblar, jogava por jogar e o gol seria uma conseqüência do seu show particular que encantava e fez as platéias do mundo inteiro rir. Jogava para encantar e fazer a alegria do próximo: do companheiro que recebia o passe para o gol ou do público. Garrincha foi um marco. Encerrou a era do futebol alegre, dos jogadores que não ficaram ricos, da beleza do jogo por si só, dos profissionais que bebiam antes dos jogos.

Pelé foi um atleta exemplar, um jogador espetacular, objetivo, que driblava em direção ao gol. O “rei” começou a era do futebol mais físico, da preparação, do resultado. Também foi um marco. Depois dele, o futebol virou um negócio que renderia bilhões de dólares. Foi o primeiro mito do esporte que a mídia fabricou.

Outro fator foi a eterna disputa de quem era o melhor. Não seria possível explorar a imagem de um jogador, como herói e símbolo nacional se não eram todos que concordavam que Pelé era o melhor ou Garrincha era o melhor. Um deveria ser o vencedor e como - para muitos - dentro de campo eles se equivaliam, outra forma de “desempate” deveria ser descoberta.

Foi preciso, então, que a vida pessoal de Garrincha começasse a aparecer na imprensa, como um desregrado, irresponsável, que deixava a mulher por uma cantora famosa. Enquanto a imagem pessoal de Pelé se mantinha intacta, já que ele próprio separava o Edson do Pelé. Só valia o que ele fazia em campo.

Como Garrincha não conseguia mais jogar, sua vida pessoal foi se sobrepondo à profissional, até que a dúvida sobre quem foi melhor fosse respondida da maneira que a mídia queria: ”Pelé”.

A mídia não soube ou não quis valorizar as façanhas de Garrincha e enaltecê-lo como ”rei”. Talvez porque ele fosse simples demais, despojado demais para envergar o manto e a coroa de um imperador. Além disso, para muitos que o conheciam era ingovernável, indisciplinado, recusava-se a aprender mais, a falar idiomas, não tinha perfil de “rei”. Seu “reino” era Pau Grande, onde, acreditava, tinha tudo o que precisava para ser feliz.

Mas, ainda que a mídia não pudesse ou quisesse coroá-lo, em qualquer tempo estará a lhe dever maior reverência por tudo que ele proporcionou aos torcedores do futebol e ao povo brasileiro, que ele alegrou com seus dribles, com seu riso maroto, com sua informalidade de menino, já que por muito menos muitos outros que vieram depois dele e de sua era são considerados celebridades e destacados como verdadeiros heróis nacionais.

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Números dos 4 grandes de SP e análise - Parte II - Palmeiras


Olá amigo!

Venho aqui neste espaço fantástico que é Fichas de Futebol para dar continuação à série de publicações que tratam sobre os números dos 4 grandes times de SP. Como explicado anteriormente, teremos também os números dos 4 grandes do Rio, e dos 2 de MG e RS.

Na primeira parte você viu as estatísticas equivalentes ao Corinthians. Agora, você verá sobre seu maior rival: o Palmeiras.

Quanto à Robert, decidi não inclui-lo e botar Ewerthon em seu lugar. Afinal, ele já está fora do Palmeiras. Tampouco Diego Souza.

Os números foram apurados por mim, com base no site ogol.com.br.

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Palmeiras:

Aproveitamento na temporada (até o jogo contra o São Paulo):
31 jogos, 14 vitórias, 9 empates e 8 derrotas.

Escalação-base: Marcos; Vítor, Danilo, Léo e Armero; Edinho, Marcos Assunção, Márcio Araújo, Lincoln e Cleiton Xavier; Ewerthon.

Idades:
Marcos (36 anos), Vítor (27), Danilo (26), Léo (22), Armero (23), Edinho (27), Marcos Assunção (33), Márcio Araújo (25), Lincoln (31), Cleiton Xavier (27) e Ewerthon (28).

Média de idades: 27,72 anos.

Alturas:
Marcos (193cm), Vítor (172), Danilo (184), Léo (184), Armero (174), Edinho (183), Marcos Assunção (178), Márcio Araújo (172), Lincoln (175), Cleiton Xavier (175) e Ewerthon (175).

Média de altura: 178,63 centímetros.

Pesos:
Marcos (90kg), Vítor (66), Danilo (72), Léo (81), Armero (71), Edinho (83), Marcos Assunção (74), Márcio Araújo (70), Lincoln (66), Cleiton Xavier (71) e Ewerthon (67).

Média de pesos: 73,72 kilos.

Os minutos jogados nesta temporada (computados até o fim do jogo contra o Grêmio) [Não foram computados os minutos jogados na Copa do Brasil]:
Marcos (1710 minutos), Vítor (270), Danilo (1615), Léo (1202), Armero (1189), Edinho (1360), Marcos Assunção (181), Márcio Araújo (1609), Lincoln (250), Cleiton Xavier (1572) e Ewerthon (493).

Jogador com mais minutos jogados: Marcos, com 1710 minutos.

Jogadores com jogos na temporada (computados até o jogo contra o Grêmio):
Marcos (25 jogos), Vìtor (3), Danilo (26), Léo (21), Armero (26), Edinho (26), Marcos Assunção (5), Márcio Araújo (26), Lincoln (9), Cleiton Xavier (24) e Ewerthon (12).

Jogos do Palmeiras na temporada: 30 jogos.

Jogador com mais jogos: Danilo, Armero, Edinho e Márcio Araújo, com 26 cada.

Jogadores com gols (sem computar Copa do Brasil):
Marcos (0 gol), Vítor (0), Danilo (1), Léo (2), Armero (0), Edinho (0), Marcos Assunção (0), Márcio Araújo (0), Lincoln (2), Cleiton Xavier (6) e Ewerthon (3).

Artilheiro da equipe: Cleiton Xavier, com 6 gols.

Jogador com melhor média de gols: Cleiton Xavier e Ewerthon, com 0,25 por jogo.

- Fiquei pasmado com a pequena quantidade de gols marcadas pelos titulares (sem contar Copa do Brasil). São apenas 14 gols.

- Falando exclusivamente do Paulistão, os titulares palmeirenses somaram 12 gols. Robert, tirado injustamente do elenco, somou 10 gols no campeonato paulista. E Diego Souza, praticamente fora do Parque Antarctica, somou 7 gols. O Palmeiras marcou 31 gols no Paulistão inteiro. Os outros dois foram marcados por Lenny. Um número impressionante, e além disso mostra que, pela ótica dos números, o Palmeiras errou em demitir Robert e afastar Diego Souza.

- O jogador ideal palmeirense, segundo os números de estatura física e idade, é Marcos Assunção. Ele tem 1,78m de altura, a média do elenco, e 74 kg, 1 kilo a mais que a média do elenco. Na idade, ele se afasta um pouco: Ele possui 33 anos, e a média do elenco é de 27.

Até a próxima parte, que tratará do São Paulo!
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Números dos 4 grandes de SP e análise - Parte I - Corinthians


Olá amigo!

Venho novamente aqui para escrever-lhe, desta vez uma publicação que aborda os 4 grandes times de SP. Alguns números, exatos, como média de altura, média de idade, de peso... Os números serão de acordo com os titulares, e não referentes ao elenco todo.

Os números foram apurados por mim, com base no site ogol.com.br.

O mesmo será feito com os do Rio de Janeiro, e os de Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Mãos à obra!

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Corinthians:

Aproveitamento na temporada (até o jogo contra o Prudente):
31 jogos, 19 vitórias, 7 empates e 5 derrotas.

Escalação-base: Felipe; Roberto Carlos, Chicão, William e Alessandro; Ralf, Elias e Danilo; Jorge Henrique, Dentinho e Ronaldo.

Idades:
Felipe (26 anos), Roberto Carlos (37), Chicão (28), William (33), Alessandro (31), Ralf (25), Elias (25), Danilo (30), Jorge Henrique (28), Dentinho (21) e Ronaldo (33).

Média de idades: 28,81 anos.

Alturas:
Felipe (190cm), Roberto Carlos (168), Chicão (180), William (189), Alessandro (179), Ralf (180), Elias (173), Danilo (186), Jorge Henrique (169), Dentinho (175) e Ronaldo (183).

Média de altura: 179, 27 centímetros.

Pesos:
Felipe (86kg), Roberto Carlos (67), Chicão (81), William (81), Alessandro (76), Ralf (73), Elias (70), Danilo (80), Jorge Henrique (69), Dentinho (71) e Ronaldo (90). Obs: o peso de Ronaldo foi computado como o último já publicado oficialmente.

Média de pesos: 76,72 kilos.

Os minutos jogados nesta temporada (compultados até o fim do jogo contra o Fluminense):
Felipe (1890 minutos), Roberto Carlos (2123), Chicão (1980), William (2160), Alessandro (1231), Ralf (2009), Elias (2137), Danilo (1217), Jorge Henrique (1558), Dentinho (1508) e Ronaldo (1452).

Jogador com mais minutos jogados: William, com 2160.

Jogadores com mais jogos na temporada (até o jogo contra o Fluminense):
Felipe (21 jogos), Roberto Carlos (25), Chicão (22), William (24), Alessandro (15), Ralf (24), Elias (26), Danilo (17), Jorge Henrique (24), Dentinho (25) e Ronaldo (17).

Jogos do Corinthians na temporada: 30 jogos.

Jogador com mais jogos: Roberto Carlos e Dentinho, com 25 cada.

Jogadores com gols:
Felipe (0 gol), Roberto Carlos (3), Chicão (4), William (0), Alessandro (0), Ralf (1), Elias (6), Danilo (1), Jorge Henrique (3), Dentinho (8) e Ronaldo (7).

Artilheiro da equipe: Dentinho, com 8 gols.

Jogador com melhor média de gols: Ronaldo, com 0,41 por jogo.

- Surpreende, ao meu modo de ver, os minutos jogados por William. Pouca gente fala, mas, ao contrário da temporada de 2009, ele vem se superando em 2010, fazendo muitas partidas. Mais até que Chicão, conhecido por seu condicionamento físico, e Elias e Ralf. Aliás, Roberto Carlos também se mostrou muito bem condicionado fisicamente. Além de nunca ter sido substituído desde que voltou, se mostrou com muita disposição física. Por outro lado, é de se lamentar os minutos jogados por Alessandro, Ronaldo e Danilo. Os três estiveram abaixo do esperado em 2010, o primeiro com uma lesão grave que ainda não se recuperou completamente, o segundo com afastamentos ocasionais, ora para aprimorar a forma física, ora por causa da lesão, e o terceiro por lesões e também pois emagrece muito facilmente, por isso não joga partidas inteiras.

- O jogador ideal do Corinthians, segundo os números de estatura física e de idade, é Alessandro. Ele tem 1,79m de altura, a média do elenco, e 76kg de peso, a média do elenco nesse quesito. E a idade ultrapassa 3 anos, mas é pouca diferença.

- O goleiro Felipe, apenas no Paulistão, jogou mais minutos que Alessandro e Danilo em todas as competições.

- Até agora mostraram-se fracassos os jogadores Tcheco, Marcelo Mattos e Leandro Castan, dos jogadores contratados nessa temporada. Iarley estava encaminhando-se para ir a esse grupo, mas tem crescido de produção, entrando sempre no segundo tempo.

Até a próxima parte, que tratará do Palmeiras!
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Bayern de Munique 0 x 2 Inter de Milão

Diego Milito: o hermano que põe qualquer atacante brasileiro no bolso

Inter de Milão e Bayern de Munique fizeram a final da Liga dos Campeões ontem, às 15h30. Minhas expectativas antes da partida eram de um jogo espetacular. Não o foi, mas foi um ótimo jogo. Antes do jogo eram notáveis as provocações que Mourinho e Van Gaal trocavam. Aliás, essa Champions League consagraria um dos dois técnicos como um dos melhores da história. Meu palpite era de 3 a 2 para o Bayern. Errei. Mas não me arrependo de ter assistido a este espetáculo.

Os primeiros 5 minutos foram muito bons. Equilibrados, embora a Inter levasse mais perigo e quase tenha aberto o placar num contra-ataque. Mas o Bayern era que tinha domínio da bola.

Robben, pelos primeiros minutos, mostrava-se querendo jogo. Aos 9 minutos, criou uma jogada fantástica em bola que parecia perdida e que quase resultou em gol por parte do lindo uniforme do Bayern.

E era o Bayern que atacava mais. Mas o Inter não estava mal. A defesa azul e preta deixava o time alemão se aproximar até a risca da área. Mas esse era o limite. Uma clara estrátegia de contra-ataque.

Aos 15', pênalti não marcado para o time alemão. Lance interpretativo, mas acho que o toque de mão de Maicon, após cruzamento de Robben, foi intencional.

De fato, o Bayern de Munique ficava mais no campo de ataque. Mas a Inter, quando atacava (raras vezes) levava mais perigo.

E aos poucos os nerazurri foram adiantando a marcação, saindo mais pro jogo. E o Bayern até tinha começado bem, mas ia decaindo. Como a Inter de Milão queria contra-ataque, mas o Bayern depois dos 20 minutos não atacava mais, o jogo ficou chato, truncado no meio de campo.

Até que a Inter de Milão achou um gol, em lance típico da equipe na competição: tiro de meta de Júlio César, tabela de Diego Milito com Sneijder, para o argentino mandar pro fundo das redes. 0 a 1. O interessante é que, de um gol para o outro, mais de 105 metros, foram apenas 4 toques na bola. Milito é craque.

A Inter se dava bem com seu jogo de paciência, e crescera muito de produção após o tento marcado por Diego Milito.

Aos 42 minutos, outro lance que mostra muito o entrosamento de Milito e Sneijder. O holandês recebeu, passou para o argentino, que volta com grande passe para Sneijder chutar e Butt salvar.

E ao término da primeira etapa, acho que posso dizer que foi um jogo equilibrado, mas com o resultado justo. Não gosto de dizer que o time que ataca mais jogou melhor. Defender bem é um mérito ainda maior, ainda mais quando se tem pela frente Robben e Olic. O Bayern tinha começado melhor até os 20 minutos. Depois desse período, a Inter adiantou a marcação, que era recuada, mas não conseguia chegar à frente. Então tivemos 10 minutos de jogo pífio, truncado no meio. Então eu imaginei: nessas horas que um gol melhora a partida. E assim foi: após o gol interista, aos 34', o jogo melhorou muito. O destaque da etapa era sem dúvidas Diego Milito, bem desde os primeiros minutos; mas Lúcio, Sneijder e Cambiasso também mereceram destaque.

Eis alguns números que resumem bem a partida: 65% de posse de bola pro Bayern e 35% pro Inter. No entanto, nas defesas, estavam 3 de Butt, além do gol, e apenas uma de Júlio César. O Bayern passava mais tempo com a bola, mas era o time italiano que levava mais perigo.

Os primeiros 5 minutos do segundo tempo foram eletrizantes. Com apenas 1 minuto de jogo, o time alemão faz troca de passes espetacular, e a bola sobrou para Müller, livre, chutar para a defesa sensacional do brasileiro Júlio César.

Mais um ataque dos die roten, e no contra-ataque da Internazionale Pandev quase encobrir Butt, que faz outro milagre.

Parecia que o Bayern logo iria empatar, mas o jogo esfriou, principalmente devido à caída de produção do time alemão. Em campo, só havia Robben com capacidade de decidir. E ele fazia excelente partida, deixando seus companheiros livres diversas oportunidades. Contudo eles não tinham competência para estufar as redes. E quando ele mesmo tentava, Chivu na marcação e Samuel na sobra davam conta do recado, na instransponível defesa da Internazionale.

Além desses dois, também havia outro leão em campo: Cambiasso. Se Maradona viu o jogo, ele com certeza tiraria o obscuro Bolatti para por o craque Matías Cambiasso. A não ser que ele seja burro, o que me parece mais provável.

Numa das poucas vezes que a defesa da Inter foi ultrapassada, Robben quase marcou o seu, chutando e Júlio fazendo milagre. É notável que se a defesa interista vinha se destacando, mas quer dizer também que o time bávaro estava atacando. Porém não criava boas chances.

E num contra-ataque fulminante, Diego Milito correu 30 metros com a bola, deu drible desconcertante em Van Buyten (há informações que ele está no hospital tratando a coluna) e fez um golaço. 0 a 2.

Quanto a transmissão - gosto de dizer sobre a transmissão -, eu diria que foi estupenda. José Trajano é o melhor comentarista do Brasil. Ele raramente comenta partidas, mas ele é um monstro. Entende muito.

O resto do jogo foi de ataque sem objetividade do Bayern. Chutava muito, mas não com eficácia. Além disso, quando tentava penetrar na defesa, Cambiasso dava pesadelo aos atacantes. O resultado mostrava-se justo, embora um golzinho do Bayern não seria injusto.

E definitivamente Louis Van Gaal perdeu essa batalha para o antigo aprendiz. Armou o time mal, concentrado totalmente no lado direito, e sem nenhum apoio dos laterais, que também não marcavam. Eram peças nulas em campo. E ainda viu Lúcio, que foi dispensado por ele, brilhar. Já Mourinho conseguiu implantar em seus jogadores uma noção tática absurda. Além de ter alcançado a façanha de fazer Eto'o voltar para marcar os adversários. Todos se ajudam. Apenas Diego Milito ficava na frente, esperando um contra-ataque que veio. Excepcional armação de jogo de Mourinho.



Notas:

Bayern de Munique:

Butt: Nota 7,0 - Fez ótimas defesas, e não fosse ele a Inter teria vencido por mais.
Lahm: Nota 5,0 - Lento, não marcou bem e não apoiou.
Demichelis: Nota 5,5 - Não comprometeu, o que já é grande feito para ele.
Van Buyten: Nota 3,0 - No alto, é imbatível. No chão, é horrível. E a Inter só jogou pelo chão.
Badstuber: Nota 4,0 - Só apareceu para cobrar lateral.
Van Bommel: Nota 6,0 - Conseguiu desarmar algumas bolas e chegou para finalizar.
Schweinsteiger: Nota 5,5 - Abaixo de seu nível. De bom, só o aproveitamento nos passes.
Robben: Nota 8,0 - O melhor de seu time. Mas seus companheiros não aproveitaram seu nível.
T. Müller: Nota 6,5 - Teve atuação até boa, mas não apareceu muito.
Hamit Altintop: Nota 6,0 - Nas poucas vezes que a bola chegava, não foi mal.
Olic: Nota 5,0 - Peça nula, mas não necessariamente por sua culpa.
Klose: Nota 1,0 - Teve tempo para jogar, mas não é nem sombra do que já foi.
M. Gomez: Nota 1,0 - Ficou inerte dentro da área.

Inter de Milão:

Júlio César: Nota 8,0 - Fez defesas impressionantes.
Maicon: Nota 6,5 - Não fez grande partida, mas também raramente era incomodado.
Lúcio: Nota 8,0 - Espetacular atuação. Simplesmente tirou tudo que aparecia na sua frente.
Samuel: Nota 8,0 - Outra grande partida. Com 1,82 m, ganhou no alto de grandalhões como Klose e M. Gomez.
Chivu: Nota 6,5 - Na marcação de Robben, perdeu várias bolas, mas também ganhou muitas.
Cambiasso: Nota 9,5 - O segundo melhor em campo. Um monstro na marcação, estava onde a bola estava.
Zanetti: Nota 7,0 - Muito bem na proteção à defesa.
Sneijder: Nota 7,0 - Fez um excelente primeiro tempo, inclusive com uma assistência. Mas caiu de produção no segundo.
Eto'o: Nota 6,5 - Não foi um bom atacante, mas foi ótimo lateral.
Pandev: Nota 6,5 - Correu muito em campo, porém não foi bem ofensivamente.
Diego Milito: Nota 10,0 - 3 finalizações, 2 gols. Além de dar passes que poderiam resultar em gols. Craque. O melhor em campo.
Stankovic: Nota 6,0 - Entrou com disposição, e marcou bem.
Muntari: Nota 6,0 - Outro que entrou para marcar, fez sua função de forma correta.
Materazzi: Sem nota - Ficou poucos segundos em campo. Entrou apenas para a Inter não ser o único time da história a ganhar a Champions League sem pessoas do país de origem no time.

Árbitro: Nota 9,0 - Não apareceu. O único lance que ele poderia ter errado aconteceu rapidamente, e a bola apenas resvalou na mão de Maicon. Portanto, foi ótimo.


Dados:

Resultado final: Bayern de Munique 0 x 2 Inter de Milão

Estádio: Santiago Bernabéu, em Madri, Espanha.

Público: 80.354 (o público não foi divulgado, mas estimo que o estádio estivesse lotado)

Escalação Bayern de Munique: Butt; Lahm, Demichelis, Van Buyten e Badstuber; Van Bommel, Schweinsteiger, Robben, Thomas Müller e Hamit Altintop (Klose 18' 2° T); Olic (Mario Gomez 29' 2° T). Técnico: Louis Van Gaal.

Banco de Reservas Bayern de Munique: Klose, Mario Gomez, Gorlitz, Tymoschuk, Contento, Pranjic e Rensing.

Escalação Inter de Milão: Júlio César; Maicon, Lúcio, Samuel e Chivu (Stankovic 23' 2° T); Cambiasso, J. Zanetti e Sneijder; Eto'o, Pandev (Muntari 34' 2° T) e Diego Milito (Materazzi 46' 2° T). Técnico: José Mourinho.

Banco de Reservas Inter de Milão: Stankovic, Muntari, Materazzi, Toldo, Córdoba, Balotelli e Mariga.

Gols: Diego Milito, aos 34' do primeiro tempo; Diego Milito, aos 24' do segundo tempo.

Cartões amarelos: Demichelis e Van Bommel; Chivu.

Árbitro: Howard Webb.
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