quinta-feira, 12 de agosto de 2010

É tempo de bonança

Felipe Melo e Gilberto Silva.

Cansei. Em pouco tempo, me apaixonei.
Foram poucas, nada mais que seis ou sete vezes.
Porém eu vi. E, quando vi, percebi.
Percebi, sobretudo, que era melhor.

Uma folha-seca que cai no outono.
Um anjo de pernas tortas, mas que terminou no desabono.
Um poder, uma classe, que nos campos destoava.
Potência, força e liderança - uma habilidade rudimentar.

Tudo acabou. A curva, a técnica, não mais soou.
A felicidade deu lugar a seriedade.
As crianças agora imitam bad-boys.
E os heróis?
Extinguiram-se.

Toma vergonha na cara.

E Devoção, e obediência, e dedicação, e imigração, e abnegação - a arte em sua aversão.
Pois hoje mais vale ser guerreiro, cervejeiro, grosseiro, pegureiro, um autêntico brahmeiro.

Até que vem a esperança, é tempo de bonança.
São somente dois garotos, pequenos brotos, mas que passaram por nosso goto.
Se não der certo, é decerto que do passado viveremos.

Passado, que de para trás, deterioridado, ultrapassado, nada tem.

Afinal, era o futebol - o verdadeiro futebol.



Um abraço,

Cristiano Soares.

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