quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Isso é problema do Mano

Ganso: craque, craque e craque. Eis aí a "Era Ganso".

Amigos, temos o costume de dizer que quando há mais de um bom jogador em disputa para somente uma posição, é a dúvida que todo os técnicos queriam ter. Não é verdade; quando colocam um jogador na esquadra titular, o outro profissional invariavelmente sente que poderia estar em seu lugar, pois sabe que tem talento. E isso, dependendo do jogador, pode desencadear mais esforço nos treinamentos em busca da sonhada vaga, ou simplesmente ficar com ciúmes e pedir uma transferência para outra equipe.

Basta ver o caso do Corinthians, que contratou alguns grandes jogadores para o ano do centenário, como Edu, Marcelo Mattos e Edno, e os dois últimos saíram pela porta dos fundos, o que em breve também acontecerá com Edu. Muito mais por falta de oportunidades do que por qualquer outra coisa.

E, se em um simples clube com apoio incondicional da torcida isso já é um sério problema, o que dizer de uma situação dessas numa seleção brasileira? Sim, aquela que revela autênticos craques em questão de semanas, e que sempre tem um super-jogador em cada geração. Esses super-jogadores já foram Pelé, Leônidas da Silva, Domingos da Guia, Garrincha, Zico, Ronaldo e Ronaldinho, e agora ao que tudo indica serão Neymar e Ganso. A maior seleção do mundo, pentacampeã mundial. Particularmente, não penso que as pessoas que dizem que o Brasil tem ao menos duas seleções em condições de ganhar uma Copa, estejam equivocadas.

Então vamos logo ao ponto central. Depois da excelente atuação da seleção brasileira diante dos Estados Unidos, no último dia 10 de agosto, muitos torcedores celebraram as boas atuações de jogadores como Ganso, Pato, Neymar, David Luiz e André Santos. Eu faço parte desse grupo, mas logo precisei salientar que a seleção, com a volta de jogadores como Lúcio, Juan, Maicon, Kaká, Luís Fabiano entre outros, poderá enfiar-se numa crise, à qual cabe a Mano Menezes controlá-la.

São muitas opções para apenas 11 vagas. E o Brasil, que mesmo desentrosado, protagonizou a atuação do futebol-arte em sua essência, vai ser contestada pelos jornalistas quando os jogadores acima referidos retornarem. Sim, porque os jornalistas desejam uma renovação.

Se Kaká quer continuar na seleção, cenas como essas não podem se repetir. Os outros dois aguardam a convocação que não deve vir.

E o que será que Mano Menezes está tramando? Me agradou muito o meiocampo canarinho, com Lucas, Ramires e Ganso. Mas o que fazer quando Kaká, provável titular absoluto, voltar de lesão? Será difícil sair do 4-2-3-1 com requintes de 4-3-3 tão rapidamente. Ramires tem potencial para ser o titular absoluto, porque já mostrou muita personalidade com a camisa amarela. Assim como Ganso. Lucas respondeu bem quando chamado, mas pode ser trocado. No entanto, tirar um primeiro volante para a entrada de um meia-atacante não me parece muito sensato. Será que lhe restará a suplência? Só o tempo dirá.

Outra dúvida que me intriga muito é quanto ao matador Luís Fabiano, que já demonstrou muita qualidade e habilidade. Poderá dar certo neste ousado 4-2-3-1. Com Dunga, atuava num defensivo 4-3-1-2. Mas, em sua concorrência, temos jogadores do patamar de André e Pato, este último uma das maiores revelações brasileiras nos últimos anos. Talvez pela elevada idade (29 anos), seja preterido por Mano Menezes, que já deixou claro que dará prioridade aos jovens.

E sobre a defesa brasileira? A meu ver, Lúcio e Juan, apesar de zagueiros fantásticos, não deverão seguir segundo a linha de pensamento de Mano Menezes. David Luiz e Thiago Silva deverão ser os eleitos, sendo Thiago já titular absoluto, pela qualidade que mostra no Milan. David Luiz foi eleito o melhor jogador do campeonato português, que tem bons times, mas deve transferir-se para o Chelsea e ficar mais aberto aos olhos canarinhos, pois o campeonato inglês é transmitido pela televisão, sem contar que tem equipes mais fortes.

Outra briga bem disputada será na lateral direita, onde Daniel Alves e Maicon formam os melhores do mundo na posição. Minha sugestão é ficar em cima do muro e promover um revezamento - como Mano fez no Corinthians -, escalando Dani Alves contra adversários mais fracos, onde é preciso mais apoio ofensivo, e dando a guarda Maicon quando enfrentarmos uma seleção com maior poderio ofensivo.

A lateral esquerda está virtualmente resolvida, com André Santos efetuando uma partida sensacional contra os Estados Unidos (que de ruim não tem nada). Além disso, o ex-corintiano é um jogador que agrada muito ao Mano, que trabalhou com sucesso com ele no Corinthians. Sem contar que percebi um grande acréscimo à qualidade de seus cruzamentos na partida contra os Estados Unidos.

André Santos jogou de novo contra os Estados Unidos: e foi impecável.

São muitas dúvidas, e dessa vez eu não me arrisco a sugerir um esquema tático. Isso é problema do Mano, que terá de conviver com pressões, mas acima de tudo com um elenco sobrenatural.

Um elenco brasileiro.


Os gols da impressionante vitória do futebol-arte, quero dizer, do Brasil, contra os EUA.

Um abraço,

Cristiano Soares.

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