O Inter pós-copa
De todas as equipes que eu vi jogar a seguir do término da Copa do Mundo, as que mais me agradaram foram o Vitória, que revela uma velocidade impressionante e bastante força ofensiva; o Avaí, que tem nos contragolpes seu ponto forte, além de um atacante que arma de maneira primorosa o jogo como Roberto, e um meia ágil como Caio; o Palmeiras, que não tem conseguido muitos resultados porém mostra que terá muita força com Kléber no auge de sua forma e Marcos Assunção confirmando a ascendente; o Fluminense, que me impressiona com a seriedade e rapidez; mas ninguém chegou perto do Internacional.
A equipe vermelha, com 3 vitórias em 3 rodadas após a Copa, vem obtendo uma crescente na hora certa da competição. O São Paulo, por exemplo, que estava sendo aclamado como a melhor equipe do Brasil antes do início da Copa, agora não se encontra dentro de campo, e se o Brasileirão tivesse começado na sétima rodada, estaria na 19ª colocação (o que não é muito longe da atual, a 13ª). Quem vê a equipe jogar hoje em dia, prevê facilmente que não é páreo para o Inter.
Inter este que vivia uma grande desconfiança em relação aos seus atacantes em geral, sobretudo Alecsandro - seu maior artilheiro -, que havia assinalado somente dois gols até a sétima rodada, estes concentrados numa única partida. Pois ele, após um mês de descanso, desandou a fazer gols: um contra o Guarani, outro contra o Ceará, e mais dois frente ao Atlético-MG, quando fez partida exuberante. É o atual artilheiro do Brasileirão.
Outro jogador que melhorou muito no período pós-copa foi o jovem Taison, autor de um gol e uma assistência nos últimos 3 jogos. Apesar dos números bons, ele aparece mais é na armação do jogo, com a velocidade característica e chute potente, dado o novo posicionamento que Celso Roth lhe impôs. Roth, aliás, é um treinador que nunca sequer é cotado para defender os gigantes do Rio e de São Paulo, mas demonstra competência a cada ano que passa, com excelentes campanhas pelo Grêmio, Atlético-MG e, agora, pelo Internacional. Alguns dizem que ele é linha dura, muito exigente, mas penso que é melhor um técnico com essas qualidades (ou defeitos?) do que um complacente.
Andrezinho também é um jogador fantástico, e digo sem titubear que se ele fosse de um clube paulista, o aclamariam como craque - para os padrões brasileiros, lógico. Tem um passe absurdo, fora um bom chute e grande visão de jogo.
D'Alessandro também cresceu muito de produção, voltando aos velhos tempos, de dribles desconcertantes e toques de classe.
Se na frente está tudo nos trinques, a defesa também está muito bem guarnecida, obrigado. Bolívar, um zagueiro/lateral que sempre achei meia-boca, fraquinho, fez exibição monstruosa versus o Atlético-MG, quando frustrou todas as tentativas atleticanas pelo seu setor direito. Vem, inclusive, acertando - e muito - na saída de bola, seu ponto fraco.
O calcanhar de aquiles dessa equipe está no gol. Abbondanzieri já foi um bom arqueiro. Mas no entanto, hoje, nada mais é do que sombra do passado. Ainda tem reflexos apuradíssimos, contudo expõe dificuldade em sair do gol e encaixar os chutes adversários - os frangos que protagonizou desde o início do campeonato ilustram o que digo.
E é nessa hora que entram os reforços; as contratações, que o São Paulo pouco aprecia, foram frequentes para a esquadra gaúcha. Renan, um goleiro de alto nível, tem tudo para tirar a avaria que se encontra no gol interista.
Rafael Sóbis, outro reforço, hoje não é essencial para o esquema tático do colorado, mas é um atacante que sabe jogar infiltrado na área, mas também pelos lados, com muita velocidade, precisão nos arremates, e uma grande colocação, que quase o fizeram ser o artilheiro do brasileirão de 2005, sendo desbancado por alguém chamado Romário.
Tinga que é, para mim, a cereja no bolo que faltava ao meiocampo. É um monstro. Tem um passe muito apurado, é experiente, chega bem à frente, possui poder de marcação enorme, e é leal - poucas vezes dá um carrinho. Isso sem contar a identificação que tem com a torcida, que sabe esperar tratando-se dele.
O Internacional, aos poucos, volta a ter o elenco mais completo do Brasil; e vai chegando, como de praxe nos últimos anos, no bloco da frente. Ultimamente, amarelou; desta vez, no entanto, pode avermelhar - tanto na Libertadores quanto no Campeonato Brasileiro.
Como bom corintiano, espero que isso não aconteça.
Mas tudo se encaminha para que vivamos um inferno colorado.
Um abraço,
Cristiano Soares.
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