terça-feira, 6 de julho de 2010

Revelações da Copa - Parte 1

Algumas das principais revelações desta Copa: Boateng, Suarez, Donovan e Özil.

Olá amigos!

Tive uma ideia de post bem interessante. Você já deve saber que eu às vezes gosto de me passar por um dirigente. E então decidi escrever um texto falando sobre as principais revelações da Copa, ou se preferir, os jogadores que eu contrataria para minha (rica) equipe europeia, com base em minhas opiniões e nada mais que isso.

A publicação será dividida em duas partes, para não deixar o texto cansativo. Cada uma com 4 grupos e os jogadores que mais se destacaram neles.

Os valores de mercado foram conseguidos através do ótimo site do Transfermarkt.

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Grupo A:

Suárez - Luis Suárez mostrou que é um grande artilheiro, um verdadeiro centroavante. Não é fixo, se movimenta bastante, e tem bom condicionamento físico. Além disso, é rápido e tem um grande chute. Decepcionou contra a França na primeira rodada, mas já na segunda começou a mostrar seu talento. Não fez gol contra a África do Sul, porém sofreu um pênalti e deu um passe para gol. Contra o México, foi o melhor da partida, com mobilidade e o gol da vitória. No mata-mata, não se escondeu: fez dois gols contra a Coreia do Sul, e contra Gana, não apareceu muito com a bola nos pés, mas foi bem nos chutes e salvou o seu time ao colocar a mão na bola no último segundo do tempo regulamentar, quando a bola ia entrando. Na cobrança, Gyan perdeu, e na decisão dos pênaltis todos sabem o que aconteceu. Um desfalque sério contra a Holanda, que foi sentido na derrota por 3 a 2. Eu o contrataria sem nem pensar para o meu clube, afinal, tem 23 anos já completados, e vale 20 milhões de euros. Nada estratoférico para as milionárias transações europeias.

Godin - Diego Godin, embora não tenha aparecido muito para o torcedor, foi, na minha opinião, o melhor zagueiro uruguaio na África do Sul. É muito clássico - não o vi dar chutão nem sequer uma vez. Passa muito bem, e desarma com extrema precisão. Foi espetacular contra França, e contra a África do Sul fez a melhor exibição de um zagueiro uruguaio em toda a Copa. Pena que se lesionou, e só voltou na partida contra a Holanda, na qual fez uma exibição mediana. Ainda assim, valeria o risco de contratá-lo, principalmente por ele ter somente 24 anos já feitos, e valer 12 milhões de euros. Um monstro.

Giovani dos Santos - Sejamos francos. Dos Santos não fez espetacular Copa do Mundo, mas mostrou que sabe, sim, jogar futebol. Foi na minha opinião o melhor do jogo contra a África do Sul, na estreia, jogando pela esquerda, desarmando bem e chutando com perigo para a meta defendida por Khune. Foi mediano contra a França, e voltou a atuar bem contra o Uruguai. Não passou de fase. Mas seria um ótimo custo-benefício para o meu suposto clube europeu. Afinal, ele tem apenas 21 anos já completados, e custa só, pasmem, 4 milhões de euros.

Tshabalala - O melhor jogador sulafricano na Copa, mostrou, entre outras coisas, que sabe - e não tem medo - chutar. Que gol foi aquele contra o México?! Na segunda partida, contra o Uruguai, foi sem dúvida nenhuma o melhor africano da partida. Não se escondeu, e carregou a equipe nas costas, aos trancos e barrancos; não fez o gol, mas quase chegou lá diversas vezes. Foi o melhor jogador da partida, sem dúvida nenhuma, contra a França. Embora não tenha marcado o gol, armou as principais jogadas da equipe, como um típico armador. Não é tão jovem assim (25 anos), mas pelo preço baixo, de 575 mil euros, poderia ser - quem sabe - um bom reserva.

Grupo B:

Clemente Rodríguez - Esse obscuro argentino nascido em Buenos Aires jogou apenas uma partida na Copa do Mundo, contra a Grécia - e na minha opinião, foi um dos melhores no gramado do Peter Mokaba Stadium. Lateral esquerdo, mostrou-se preciso nos cruzamentos, resistente, forte, e sobretudo inteligente. Foi um monstro na marcação, e chegou ao ataque fazendo cruzamentos fantásticos, dando chutes perigosos. Sob meu ponto de vista, é melhor que o titular Heinze. Fora isso, guardo boas recordações dele, quando vi a partida entre Internacional e Estudiantes, em que ele era um monstro pela esquerda, frustrando todas as tentativas de ataque por aquele setor. Esse nem precisava ser de um clube europeu, um brasileiro mesmo já seria capaz de pagar os 3 milhões e 500 mil euros que ele custa.

Park Ji Sung - Embora já tenha um certo reconhecimento internacional, Park Ji Sung merece destaque como uma das revelações. Foi o melhor jogador sulcoreano na Copa. Alcançou uma das melhores atuações da Copa quando enfrentou a Grécia, marcando um gol e criando oportunidades concretas para ampliar o placar. Na pífia exibição sulcoreana diante da Argentina, conseguiu ser o melhor da sua equipe. Já contra a Nigéria, criou boas chances para o time coreano. Se escondeu um pouco na partida contra o Uruguai, mas ainda assim merece um destaque positivo. Custa 11 milhões e 500 mil euros.

Samaras - Um jogador alto, forte, mas que também é rápido e versátil. Não repetiu o posicionamento em nenhum dos 3 jogos gregos na África do Sul. Além disso, admito que me impressionei quando ele entrou no segundo tempo da espetacular partida entre Grécia e Nigéria, em que foi um jogador muito móvel. Contra a Argentina, teve a sua melhor atuação na Copa, só recebendo bolas quadradas e criando grandes chances, como atacante fixo. O que mais me impressiona nele é seu arranque, já que ele tem 1,92 metro. Corre muito. Custa a pequena bagatela de 4 milhões e 250 mil euros, e tem 25 anos, idade considerada normal.

Enyeama - Goleiro que fez a maior partida de sua vida contra a Argentina de Messi. Ele literalmente parou os argentinos - só foi vazado em cabeçada no ângulo de Heinze. No entanto, fez defesas espetaculares, uma delas de mão trocada em chute de Messi, numa das maiores defesas que eu já presenciei. Ao término da primeira rodada, era o melhor jogador da Copa. Contra a Grécia, foi novamente o melhor nigeriano em campo, fazendo defesas de puro reflexo - ainda que tenha falhado no gol adversário. Caiu de produção contra a Coreia do Sul, mas já havia marcado seu nome na Copa. Por apenas 2 milhões de euros, você o tem em seu time.

Higuaín e Messi tentaram, mas Enyeama estava impossível naquele dia.

Grupo C:

Donovan - O melhor jogador de futebol da história dos Estados Unidos, fez Copa à beira da perfeição. Espetacular contra a Inglaterra, só não marcou por infelicidade do destino. Contra a Eslovênia, o melhor jogador da partida, com um gol e uma assistência. Já no confronto contra os argelinos, anotou o tento da classificação, e novamente saiu consagrado de campo. Versus Gana, outra vez marcou um gol, e o melhor jogador estadunidense em campo. Pena que foi eliminado. Donovan, nesta Copa, mostrou o que eu já sabia: é um grande jogador. Eu pude acompanhá-lo no Everton nesta temporada, em que entrou e cavou seu lugar na equipe titular. Ainda assim, o que mais me impressiona nele é o seu preço. Por 3 milhões de euros, ele vai para a equipe interessada. Para fim de comparação, ele vale menos que o zagueiro Léo, do Palmeiras.

Bougherra - O jogador que mais me impressionou na Argélia, Bougherra é um monstro, no sentido literal da palavra. Muito forte, ágil, não deixou nada passar pelo seu lado direito em nenhum dos 3 jogos da Argélia no mundial. Acabou com o espetáculo contra a Inglaterra. Um dos melhores em campo na minha opinião. Bougherra consegue compensar sua falta de velocidade com um senso de posicionamento sobrenatural. Achei ele um grande zagueiro. Vale 7 milhões de euros.

Koren - Nas três partidas eslovenas que eu vi nesta Copa, admito que eu achei Koren o que mais destacou-se. Na primeira partida, foi um jogador de passe refinado e com uma bomba de pé direito que deu a vitória à Eslovênia em monótona partida contra a Argélia. Contra os Estados Unidos, jogou mais recuado, como um segundo volante, mas que deu boa saída de jogo à equipe. Na última partida, contra a Inglaterra, não apareceu muito, mas marcou com muita eficiência Gerrard. Um jogador completo, que tem certa técnica e vale só 3 milhões e 200 mil euros.

Grupo D:

Özil - A revelação do Werder Bremen vem jogando tudo e mais um pouco nesta Copa. Meu Deus! Há tempos não vejo um jogador assim. Cerebral, rápido, dribla bem. Contra a Austrália teve uma atuação digna de Zidane; deu passes fenomenais, mostrou uma visão de jogo espetacular, e só não marcou o seu por infelicidade do destino. Frente à Sérvia, é verdade que não brilhou muito, mas ainda assim foi craque - o típico craque -, mandando duas assistências que deixaram Podolski na cara do gol. Uma delas um passe de 40 metros que deixou o polonês na cara do gol. Na partida contra os ganeses, foi novamente o melhor em campo, com direito a um golaço de fora da área, no ângulo. Contra os ingleses, providencial, dando uma assistência e passes milimétricos. E no confronto contra os hermanos, outra vez duas maravilhosas assistências. O que dizer sobre ele? Candidato a craque da Copa, com apenas 21 anos e com o valor na casa dos 20 milhões. Quem quer?

Lahm - Não é nem terceira opção para clubes gigantes como Real Madrid, Barcelona e Chelsea, e no entanto, é o melhor lateral direito da Copa do Mundo. Admito: eu não vejo nele um jogador genial quando atua pelo Bayern, mas pela Alemanha faz um mês à beira da perfeição. Apresenta um balanço perfeito entre defesa e ataque. Lá atrás, segura as pampas e salva diversos gols praticamente feitos, e na frente, consegue cruzamentos espetaculares para o cabeceio de Klose. Restantes, mostra uma condição física privilegiada, seja para correr o campo todo, seja para aguentar o corpo a corpo com pessoas muito maiores que ele, fora um bom chute. Por 25 milhões de euros, ele é seu.

Khedira - Outro alemão nessa lista, ele sim é o substituto de Ballack na Nationalef, e não Özil, como gosta de falar o Galvão Bueno. E arrisco-me afirmar que ele vem jogando melhor do que Ballack o faria neste mundial. Força física impressionante, poder de surpresa, chega com extrema eficiência na área adversária. Sem contar a marcação. Anulou os ofensivos volantes ingleses, e principalmente não deixou o melhor do mundo, Messi, encostar na bola na partida contra a Argentina. Dribla com bastante utilidade, e também tem uma característica admirável em volantes: raramente dá carrinhos. O melhor primeiro volante desta Copa do Mundo, sem dúvida. Com 23 anos já vividos, vale 15 milhões de euros, e seria uma boa opção para o lugar de Diarra, do Real Madrid, por exemplo.

Khedira mostra que Ballack, definitivamente, não fez falta à essa seleção alemã.

Thomas Müller - Um garoto prodígio. Quando assistimos às partidas alemãs no mundial de 2010 e lhe vemos desfilar com tamanha elegância com a bola nos pés, força, habilidade e precisão, logo pensamos se tratar de um jogador no auge de sua carreira. Pois bem, Thomas Müller possui apenas 20 anos. Dos melhores da Copa, mostrou um poder de decisão impressionante. Um ponta, joga pelos lados, possui a velocidade e a astúcia necessária para passar a bola para o companheiro na hora certa, assim como tem a frieza para mandar a bola para as redes. E então vamos lá: contra a Austrália, um gol, uma assistência, e jogadas perigosas; frente à Sérvia, foi contaminado pela apatia demonstrada por alguns colegas. Contra Gana, grandes investidas pelo lado direito. E versus Inglaterra e Argentina, todos já sabem o enredo do filme em que Müller é o maior protagonista. E o melhor: basta desembolsar 9 milhões de euros! Uma quantia miserável.

Kevin Prince Boateng - Uma das maiores revelações desta Copa, é, sem dúvidas, melhor que seu irmão Jerome. Tem um drible impressionante, aliado à muita força física, que o possibilita de dar grandes arrancadas. Depois de Gyan, o melhor ganês na Copa do Mundo. Eu lhe contrataria sem nem titubear, porque ele tem 23 anos e vale 3 milhões e 600 mil euros. Menos por exemplo, que Jucilei, do Corinthians. Contra o Uruguai e os Estados Unidos, fez partidas de craque, na marcação e no ataque.

Asamoah Gyan - Simplesmente o melhor jogador africano em toda a Copa do Mundo. Tem um amplo arsenal de habilidades. É um "trator", é quase impossível derrubá-lo, chuta com muita facilidade - e não tem medo de o fazer -, com precisão, dribla curto e bem, além de bater pênaltis com perfeição. Decisivo, não se esconde na hora agá. Um... atacante com a camisa número 3. Isso me rendeu um pouco de estranhamento, e eu até o confundi com um zagueiro no primeiro jogo, contra a Sérvia, quando eu o via entrando na área com destreza magistral. Aliás, nesse jogo, foram duas bolas na trave e um gol. Mobilidade de sobra na peleja contra os australianos. Isolado na frente na partida contra a Alemanha, deu muita dor de cabeça aos zagueiros Friedrich e Mertesacker. Fora isso, o melhor do jogo contra os Estados Unidos, e o segundo melhor contra o Uruguai. Uma das cenas mais lindas que eu já vi foi quando Gyan perdeu o pênalti contra o Uruguai, e escolheu ser o primeiro a cobrar na decisão de pênaltis. Se redimiu com um golaço, mas infelizmente, sua pátria não avançou. Ainda assim, marcou história na Copa - e pode marcar história para quem pagar 5 milhões, 580 mil euros por ele.

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E está findada a parte 1.

Agora, basta aguardar a chegada da segunda parte, com os grupos E, F, G e H!

Um abraço,

Cristiano Soares.

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