sexta-feira, 28 de maio de 2010

Vasco 3 x 2 Internacional


Vasco e Internacional jogaram, ontem, em São Januário, com o objetivo de mandar para o outro lado a crise que era evidente em São Januário, e já começava a assolar o Beira-Rio. Antes do jogo, para ser sincero, eu esperava tudo menos um bom jogo. E graças a Deus eu errei.

O jogo começou com 5 minutos de superioridade colorada. Enquanto rondava a área vascaína, quase abriu o placar com o ótimo Walter, que chutou da intermediária para Fernando Prass fazer milagre.

Mas depois o Vasco equilibrou a partida. Se Walter se destacava no começo, Philippe Coutinho fazia o mesmo pelo Vasco. Ele chutava a gol, e tem um bom chute. Aos 13', foi ele quem chutou, do lado esquerdo, para Abbondanzieri fazer a defesa.

Mas depois disso, o jogo foi ficando monótono, sem muitas oportunidades de gol. Nenhum dos times conseguia fazer a bola chegar com qualidade aos atacantes. Com isso, os centroavantes ficavam isolados, e eram obrigados a recuar, sem sucesso. Muito desse problema de armação por parte de ambas as equipes era fruto dos desfalques de Carlos Alberto e D'Alessandro.

Ramon, que antes da partida havia dito que queria "se vingar" do Internacional por tê-lo desprezado (ele é jogador do Inter, mas há tempos não joga lá), se mostrava um péssimo jogador, no apoio e na marcação. E o problema da lateral esquerda também atingia o Inter: Kléber, conhecido por ter bom cruzamento, não passava da linha do meio de campo, e não tinha que marcar ninguém. Ficava inerte no gramado.

Outro grande problema do Vasco era que não conseguia sair em velocidade. Um lance do jogo ilustra bem o que estou dizendo - Nei, do Inter, efetuou um desarme, e saiu correndo como um louco para o ataque. Cesinha o desarmou, tocou, e o jogador vascaíno ficou nervoso e esperou alguém chegar. Uma grande oportunidade de contra-ataque desperdiçada.

Pelo lado vermelho, o jogador destacado era Walter, um jogador de muita força física, mas que é habilidoso e tem muita movimentação. E ele fez uma grande jogada, aos 33', após meia-lua em Cesinha, e cruzamento rasteiro para Alecsandro perder chance incrível.

A equipe do Inter, por outro lado, não sofria do problema de sair em velocidade. Com 38 minutos, Sandro fez um desarme preciso e passou para Andrezinho. Ele cortou para o meio e bateu de esquerda. A bola foi entrando mansamente, com o aval da defesa do Vasco. 0 a 1.

O clube cruzmaltino decidiu sair desenfreadamente para o ataque. E, em outro contra-ataque, Andrezinho se viu livre depois de passe fantástico de Alecsandro. Só lhe restou encobrir Fernando Prass, e fazer 2 a 0 no Vasco, em pleno São Januário.

Os jogadores pretos-e-brancos ficaram nervosos após esse baque que foi o segundo gol. A eles, só restava esperar o intervalo para aguardar alguma instrução de Celso Roth.

E o Vasco terminou o 1° tempo muito vaiado pela torcida vascaína. E justamente, diga-se de passagem. O Vasco nos deliciava com outra apresentação pífia, como na maioria das partidas desse ano. O problema? O mesmo de sempre. A bola não chega aos homens da frente. Já o Inter, embora não fizesse boa partida, jogava o necessário para vencer uma equipe limitadíssima tecnicamente, embora nao tivesse pressionado nenhuma vez a equipe carioca. Sandro e Guiñazú faziam boa partida, ao contrário de Kléber. Sendo franco, Andrezinho jogava mal antes de marcar, mas um jogador que faz 2 gols tem que ser o homem da primeira etapa.

E a bronca de Celso Roth parecia ter dado resultado: o Vasco começou a todo vapor a segunda parte. Com Jéferson, que entrou no intervalo, a equipe parecia mais apta a buscar um resultado positivo. E nem demorou muito até o Vasco atingir um de seus objetivos: passados 4 minutos, Dedé cruzou, Élton dominou, girou, e fez um golaço, sem deixar a redonda cair no chão. 1 a 2. Na gaveta.

O Internacional respondeu aos 6', depois de passe de Walter para Andrezinho que, confiante, fez boa jogada e tocou para Alecsandro mandar para o Maracanã.

E, por incrível que pareça, o Vasco tinha piorado muito após o tento de Élton. Os lampejos de passes rápidos que ocorreram no início, tinham dado lugar a chutões.

E o time gaúcho passava a dominar o jogo, até que aos 18' Fabiano Eller fez uma falta desnecessária, quase no meio de campo, para ser expulso.

Parecia que essa era a chave para a virada vascaína. Mas, ao menos nos 5 minutos procedentes à expulsão, o Vasco jogava ainda pior. Acertar 1 passe no campo de ataque era quase impossível.

Andrezinho continuava mandando e desmandando na partida. Aos 28', ele deu bola sensacional para Sandro, que deu de volta, para Fernando Prass fazer boa defesa.

O lance de ataque anterior tinha sido o último lance que o Inter viria a criar. O jogo pode ser divido em antes e depois dos 28 minutos. Porque o Vasco passou a ter uma determinação poucas vezes vista antes. Passava a não desistir de nenhuma bola. Tudo assim, repentinamente.

Ernani, que tinha entrado com muita vontade e sem acerto, conseguiu acertar um lance. Não de futebol, mas de teatro. Com sua maneira desengonçada, ele saiu em disparada para a área, e se joga quando vê a aproximação de Nei. O curioso é que muitos lances assim, há pelo menos um contato, mesmo que fraco. Mas Nei não encostou em Ernani, nem por cima nem por baixo. Uma das maiores falhas que eu já vi. Mas Héber Roberto Lopes não podia voltar atrás, e Coutinho assumiu a responsabilidade e bateu bem, no canto esquerdo, para empatar. 2 a 2. Minhas expectativas eram de um jogo melhor a partir daí.

A equipe carioca continuava com a raça que os torcedores queriam ver. E passaram a jogar junto com o time. E essa torcida, que é uma das maiores do Brasil, tem um poder de incentivo muito interessante.

Até que ela teve uma grande explosão de alegria, com seu ídolo Nílton, aos 38 minutos. Depois que Coutinho carregava a bola, passou para ele chutar a seu estilo: um petardo! A bola foi como um canhão no canto esquerdo. 3 a 2. E a equipe vascaína havia conseguido uma virada inacreditável.

Não deu tempo de mais nenhum lance de impacto.

Na análise final, posso afirmar que o resultado, ao todo, foi injusto. O Inter foi superior durante todo o primeiro tempo e, com pausa dos 5 minutos iniciais, foi melhor por mais 25 minutos no segundo. Mas a equipe vascaína que se por um lado tem menos técnica que a interista, fez valer a garra, a determinação. Dois jogadores que entraram nos 45 minutos finais foram determinantes para a virada. Jéferson, que tem que ser titular, e Ernani. O primeiro deu mais qualidade no passe, e o segundo começou mal, mas melhorou e simulou o pênalti que originou o segundo gol. Resultado que dá um chega-pra-lá na crise.





Notas:


Vasco:

Fernando Prass: Nota 6,5 - Fez boas defesas, mas a bola do primeiro gol era defensável.
Élder Granja: Nota 2,5 - Completamente nulo em campo, não ouvi o seu nome sendo narrado.
Dedé: Nota 6,5 - Fez o cruzamento resultante no primeiro gol, e foi bem marcando pela direita.
Cesinha: Nota 6,5 - Ex-Santo André, jogou bem. Pode ser útil ao Vasco.
Ramon: Nota 3,5 - Errou diversas vezes na marcação, e não compensou no ataque.
Nilton: Nota 7,0 - Embora não tenha sido um primor na marcação, fez um golaço.
Souza: Nota 6,0 - Pouco desarmou e não chutou de longa e média distância.
Rafael Carioca: Nota 6,0 - Não sabia o que Celso Roth queria dele.
Léo Gago: Nota 5,5 - Quando tentou chutar, isolou. E fingiu marcar Andrezinho.
Philippe Coutinho: Nota 7,5 - Rápido, habilidoso, e tem atitude, quando Élton teve medo de bater o pênalti, ele foi o primeiro a se apresentar.
Élton: Nota 7,5 - A bola não chegou quase nenhuma vez, e no cruzamento de Dedé, fez milagre ao conseguir dominá-la e girar como girou.
Ernani: Nota 7,0 - Pôs fogo no jogo, e sua vontade contagiou os companheiros.
Dodô: Nota 5,0 - Outra pífia atuação nos 35 minutos em que ficou em campo.
Jéferson: Nota 6,5 - Entrou bem no jogo, e deu qualidade no passe à equipe vascaína.

Celso Roth: Nota 6,0 - Não acho que tenha armado bem o time, com 4 volantes. O time ficou sem armação, mas mostrou-se eficiente nas substituições.

Internacional:

Abbondanzieri: Nota 3,5 - Quase engoliu um frango, saiu muito mal do gol e aparentemente não fala português. Prefiro Lauro.
Bolívar: Nota 5,5 - Não teve muito trabalho com Ramon, mas não se destacou na marcação de Coutinho.
Sorondo: Nota 6,5 - O melhor zagueiro do Inter, foi imbatível pelo alto, e não teve culpa em nenhum gol.
Fabiano Eller: Nota 3,0 - Fez poucos desarmes, e acabou com a chance de vitória do seu time ao ser expulso em falta no meio de campo.
Nei: Nota 6,0 - Apoiou bem, mas não deixou buracos às costas.
Sandro: Nota 6,5 - Grande partida, desarmou várias vezes e não falhou nenhuma vez.
Guiñazú: Nota 6,0 - Teve muita raça em campo, mas poderia ter jogado melhor.
Andrezinho: Nota 7,5 - O maestro do time colorado, precisa de confiança para jogar bem, o que veio após o gol.
Kléber: Nota 4,0 - Com Elder Granja sumido, é fato que ele poderia ir mais ao ataque.
Walter: Nota 7,0 - Enquanto estava em campo, o Inter jogava bem. Porém quando saiu o time se desencontrou.
Alecsandro: Nota 6,5 - Seu forte é a cabeçada, mas não chegou uma bola boa pelo alto para ele. Contudo, deu uma assistência.
Giuliano: Sem nota - Entrou no melhor momento do time vascaíno em campo, e só jogou 8 minutos. Não tem nota.
Juan: Nota 6,0 - Entrou para recompor o sistema defensivo, e foi acima do esperado.
Taison: Nota 5,0 - Não conseguiu dar velocidade à equipe.

Jorge Fossatti: Nota 4,5 - Faltou ousadia nas substituições, e fez atos inexplicáveis, como tirar Walter e Andrezinho. Além disso, o time não sabia se apostava nos contra-ataques ou na posse de bola. Alternava muito.

Dados:


Resultado final: Vasco 3 x 2 Internacional.

Estádio: São Januário, no Rio de Janeiro.

Público: 2.786 pagantes (creio que foram mais pessoas, mas só achei esse público).

Escalação Vasco: Fernando Prass; Élder Granja, Dedé, Cesinha e Ramon (Ernani 14' 2° T); Nílton, Souza (Dodô 10' 2° T), Rafael Carioca e Léo Gago (Jéferson 2° T); Philippe Coutinho e Élton. Técnico: Celso Roth.

Banco de Reservas Vasco: Jéferson, Dodô, Ernani, Jumar, Rafael Coelho, Thiago Martinelli e Tiago.

Escalação Internacional: Abbondanzieri; Bolívar, Sorondo e Fabiano Eller; Nei, Sandro, Guiñazú, Andrezinho (Giuliano 37' 2° T) e Kléber; Walter (Juan 23' 2° T) e Alecsandro (Taison 27' 2° T). Técnico: Jorge Fossatti.

Banco de Reservas Internacional: Juan, Taison, Giuliano, Derley, Edu, Glaydson e Lauro.

Gols: Andrezinho, aos 38' e aos 40' do primeiro tempo; Élton, aos 4', Philippe Coutinho, aos 31' e Nílton aos 38 do segundo tempo.

Cartões amarelos: Fabiano Eller e Alecsandro.

Cartão vermelho: Fabiano Eller.

Árbitro: Héber Roberto Lopes.

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