domingo, 27 de junho de 2010

Messi. A Copa é dele

Messi com a camisa alviceleste; chance de consagração nesta Copa.

Como pode um baixinho jogar tanto? Como alguém, com menos de 1,70 m, consegue resistir às agressões dos beques adversários, sem ao menos desequilibrar-se? De que maneira alguém joga com a bola colada aos pés, com a habilidade de um equilibrista, e utilizando a força de um soldado?

Perdoem-me, indagações, mas não há maneira de respondê-las. Lionel Andrés Messi, nascido em Rosário, na Argentina, morava em uma espécie de favela argentina, em Grandoli. Com 13 anos, media apenas 1,39m. Tinha que tomar injeções de crescimento todas as noites, e o Newell's Old Boys não aceitou pagar; tampouco o River Plate. Mas Messi nunca se abalou; tentou no Barcelona, e em seu primeiro teste, foi contratado: "O contratei em 30 segundos! Ele me chamou muita atenção. Em 40 anos de futebol, jamais havia visto alguma coisa semelhante. Tinha uma habilidade excepcional, logo me lembrou o Maradona. Tive que assinar o primeiro contrato em um guardanapo; não podia deixá-lo escapar". Essas palavras, de Carlos Rexach, tentam explicar o inexplicável. O talento de Messi.

É daqueles jogadores que quando vemos em ação, logo pensamos que está já com seus 26 ou 27 anos. Não! Acabou de completar 23 anos. E é o melhor do mundo. Fora de campo, ele é tímido, e tem uma humildade impressionante para alguém com sua capacidade. Dentro de campo, no entanto, ele se transforma; rápido como o vento em rajada fulminante, cerebral como uma alcateia de leões em busca de uma presa, preciso como a flecha disparada à procura de uma vítima. Messi é assim. Não tem medo de ninguém, é abusado, é diferente.

Quantos jogadores existem que driblam como poucos mas chutam de maneira desastrosa? Denílson e Robinho são apenas alguns exemplos. La Pulga não é assim. Quando corta para o meio, é tchau, boa noite. De chapa, com chutes certeiros no lugar onde a coruja costuma tirar os seus cochilos.

Cultiva o espírito de equipe. Quando ganhou das mãos de Joseph Blatter o prêmio de melhor jogador da temporada 2008/2009, todos esperavam um discurso dizendo "eu me superei nesta temporada, e quero continuar jogando assim". Messi, humilde, colocou o mérito em seus companheiros de equipe, pois sem eles não teria sido nada, segundo ele. Teria sim.

Messi deixou três no chão, e marcou 4 gols nesta partida contra o Arsenal.

Messi, jogador de playstation, profissional de outro planeta, não treme em jogos decisivos. Cultivava tal fama há alguns anos atrás, mas há 3 temporadas faz justamente o contrário. Foi o melhor em campo na final da Liga dos Campeões de 2009. Marcou 4 gols contra o Arsenal, na mesma competição. Sempre foi uma pedra no sapato do Real Madrid. E Roberto Carlos também teve muitos pesadelos com o hermano. Lateral-esquerdo, sempre tinha que enfrentar Messi. Ainda menino, dava canetas, distribuía chapeus, e dava assistências. Contra o Real Madrid, em 2 confrontos efetuou 3 gols e 2 assistências. Dois gols e uma assistência no lendário 6 a 2 em pleno Bernabéu, e um gol e uma assistência no recente 2 a 0.

Com 23 anos completados no último dia 24, já ganhou mais do que muitos veteranos; Já foram 17 títulos, incluindo duas Ligas dos Campeões, e 4 Ligas Espanholas. Individualmente, detém 8 prêmios. Artilheiro de 4 competições diferentes. Em 6 anos. Quase 3 títulos de clubes por temporada, ganha ao menos um prêmio individual por ano. Só falta a... Copa do Mundo. A África do Sul, um lugar pobre, vem lhe trazendo de volta às suas origens. Por enquanto, é o melhor da competição, jogando como Maradona.

Aliás, as comparações com Diego Maradona vêm sendo ainda mais frequentes nos últimos anos. Após a atuação de gala contra o Arsenal, pela Liga dos Campeões, algumas manchetes fizeram uma analogia aos apelidos de Dieguito. D10S Messi foi a publicada pelo jornal Marca. O Daily Mail apontou até nomes, afirmando que "primeiro veio Pelé, depois Maradona. Agora, saudamos o novo rei". Joan Laporta, presidente do Barcelona, disse que Messi é o melhor da história, e o maior jogador da história barcelonista. Pedro Rodriguez e Miguel Lotina foram ainda mais claros, com um simples, mas ousado "Messi é melhor do que Maradona". Será mesmo?

Não sei. Mas acho que será possível responder no dia 11 de julho, quando, se a Argentina estiver na final, saudaremos o novo rei. Ou então o classificaremos como brisa passageira. Porém, caro leitor, sinta-se um privilegiado em poder assistir a esse craque. Hoje, queremos falar com quem viu Pelé jogar; amanhã, seremos fontes de informação sobre Lionel Messi.

Um abraço galera,

Cristiano Soares.

2 comentários:

Ediano Gama disse...

Muito bom..

28 de junho de 2010 às 13:42
Anônimo disse...

Bom dia ...excelente blog, excelentes textos..muito profissional!! a partir de hoje virei um frequentador assíduo do seu blog..Parabéns...!!!!

3 de julho de 2010 às 09:47

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