sexta-feira, 9 de abril de 2010

Dunga e o Brasil


Olá amigos! Não sei porque, mas hoje acordei com uma vontade inexplicável de escrever um texto. Ou melhor, vários. Deve ser por causa da excepcional edição de 40 anos da placar, que está cheia de textos com muita qualidade; e roubarei um dos temas do texto de Sergio Xávier Filho, sobre Dunga. Por acaso, não o plagiarei, pois isso é anti-ético - e sim, "roubarei" o tema. Vamos lá.

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A seleção brasileira na Copa do Mundo de 2006 foi, sim, um fracasso. Alguns argumentam que quartas-de-finais é um bom número. Mas para mim não é. Era com sobras a melhor seleção do mundo. O ataque era fantástico, até coletivamente - o quarteto mágico, de Adriano, Ronaldinho, Ronaldo e Kaká era lindo.

A seleção de certa forma jogava bonito. E era favorita, e tinha camisa. O problema foi durante a preparação para a Copa. A culpa não foi de Weggis. Tampouco dos torcedores. A culpa foi, sim, da comissão técnica. A concentração não foi bem uma concentração propriamente dita. As esposas de jogadores e os torcedores infestavam o hotel em que a seleção foi hospedada. Sem contar o problema do peso.

Quando Henry fez aquele gol, depois do primoroso passe de Zidane, a culpa passou a ser do Roberto Carlos. Não foi também. Ou acham que Roberto Carlos é alto? Para quem não sabe, Henry tem 1,89 m e Roberto Carlos tem 1,68 m. Não tinha que marcá-lo.

Ricardo Teixeira, um péssimo presidente, ficou irado com os jogadores e com Parreira. Mandou Parreira embora e chamou Dunga. Surpresa para todos. Certeza de fracasso para muitos.

De fato, Dunga não fracassou. Seus números são bons. Mas seu trabalho, para mim, não é bom.

A seleção não joga bem. Falando sério, creio que Dunga não ganharia metade dos jogos que disputou se a seleção fosse uma Holanda, que não tivesse ganhado nenhuma copa até hoje. Exceção feita às brilhantes vitórias contra Argentina e Itália.

A fama da seleção brasileira é de jogar bonito. Fama histórica, lógico. Hoje, esse cargo é para a seleção espanhola, que não tem tradição disso. Dunga conseguiu imprimir seu jeito de jogar para a seleção. Quando era jogador, era extremamente violento. No início dos anos 1990, a seleção passou a ser chamada de "Era Dunga", por ser violenta, e não ter brilho como antigamente.

Vejamos: a seleção de 1958, embora longe de ser favorita, ganhou jogando bem; Didi era excelente, Garrincha era fantástico, e Pelé não sei quem era. Garrincha contra a União Soviética fez milagre contra o "futebol científico", parecido com o da seleção de Dunga hoje.

A de 1962 foi de um homem só: Mané Garrincha, já mais famoso. Pelé se lesionou na preparação.

A de 1970 foi a melhor da história do futebol. Tinha craques em todas as posições, a começar por Félix e terminar por Edson Arantes, o Pelé.

1994, é a seleção que Dunga se inspira, embora a de 1994 seja bem superior à atual. Romário era um craque, um gênio, algo que a seleção não tem hoje. Kaká está mal em seus clubes, e não é mais o mesmo.

2002 a seleção jogou bonito. Ronaldo arrebentou.

Então vejamos: das 5 copas conquistadas até hoje, o Brasil foi genial em 4.

Odeio Dunga. Não gosto de seu trabalho. E acho que ele é um babaca em não levar Ronaldinho Gaúcho e Ganso para a seleção. Ronaldinho é por questão pessoal. Ganso é porque é jovem.

Dunga, na verdade, é um péssimo treinador. Se acha o dono da seleção, mas a seleção é do povo. E ainda reclama quando reclamam das atuações.

Quero o Brasil jogando bonito. E não sou só eu. São mais de 130 milhões de pessoas.

Relembrando o texto meu da primeira copa, o Brasil venceu a ótima seleção soviética, que apostava muito na defesa. E esta pode ser a arma letal das outras seleções. Basta jogar para frente, porque, com o Brasil não tem perigo. Infelizmente.

E digo isso tudo aqui, mas não diria na cara dele: tenho medo de levar uma solada, de seus tempos de jogador, ou mesmo um xingamento, agora como técnico.

Quem te viu e quem te vê, Brasil.

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