Manchester United 3 x 2 Bayern de Munique
Que jogo. Que espetáculo. Que show.
Podemos usar várias palavras, expressões e emoções para descrever a partida que foi disputada hoje em Old Trafford. Minha definição: surpresa.
Surpresa que começou com o excelente Rooney sendo escalado, quando tinha previsão de volta para daqui duas semanas.
E também com a escalação do craque holandês Robben.
Surpresa que vimos quando o irlandês Gibson apareceu no meio de campo, barrando a lenda viva Ryan Giggs. A este último, de fato todos já sabiam da sua qualidade: chute de longa e média distância. No entanto, ninguém botava muita fé no garoto que estava sem entrosamento com o time titular, e se ele não marca muitos gols normalmente, para quê marcaria justamente em uma quarta-de-final de Champions League?
Pois foi isso que aconteceu. E cedo. Ainda estava debruçando-me sobre minha coberta em minha confortável cama quando o prodígio irlandês marcou o seu, aos 3 minutos. De média distância. Rafael avançara pela direita, dera um bom passe para Rooney, que tocara e correra para receber, o que acabou não acontecendo. Gibson acertou um lindo chute, com muita categoria. E abriu o placar.
Certamente, todos pensavam que o jogo estava ganho para o Manchester United. Ora, é fato que quando o United abre o placar sobre seus domínios raramente perde a partida.
E que partida fazia o Manchester. Valencia, um equatoriano fantástico, deu sua ginga, foi para lá e para cá, e novamente para lá, e cruzou para a chegada do português Nani, que fez o gol de letra mais bonito que já vi. 7 minutos, 2 a 0. Se ainda restavam duvidas quanto a classificação dos red devils, ela acabara de se extinguir. Teoricamente. O futebol é prática não teoria. Isso que os campos ingleses mostrariam hoje para nós.
O primeiro tempo do Manchester United, sobretudo os primeiros 15 minutos, foram simplesmente primorosos. Comparados ao do Barcelona na partida de ida contra o Arsenal, com uma diferença básica: o Manchester fez 2 gols, o Barça nenhum.
Rafael vinha sendo bom no apoio e não comprometia na marcação, mais por culpa do Bayern que fazia a pior partida da temporada no primeiro tempo do que por mérito canarinho. O lado direito do Manchester United foi realmente magnífico. Valencia cruza muito bem, Rafael é rápido, e Rooney é tudo e mais um pouco.
O primeiro tempo foi só pressão por parte do time inglês. E o terceiro gol viria ainda na etapa inicial. Aos 41 minutos, Valencia deu um chápeu no Badstuber, fogiu de Demichelis, e cruzou para o craque Rooney, que deixou passar para o companheiro Nani soltar um petardo, de direita, no fundo do gol de Butt.
Com os 3 a 0, o time vermelho se acomodou, e o Bayern de Munique aproveitou um dos poucos momentos de brilho no primeiro tempo. Dois minutos depois do gol do adversário, Schweinsteiger (leia Xivainstaiguer) deu um belo lançamento para Thomas Müller tocar de cabeça e Olic, o carrasco de Manchester, chutou bem, cruzado e colocado, quase sem ângulo. 3 a 1.
É aquela história: gol em fim de primeiro tempo aumenta o ânimo. O vestiário é contagiado por um clima de superação, determinação, e confiança. E o time adversário se sente decepcionado. Bastava um gol para que a vingança de 1999 fosse concretizada, e o Bayern fosse às semifinais.
Em que time você apostaria mais, em um clima desses? Minha aposta era no Bayern. E acertei em cheio - graças a Robben.
A manchete do site do The Sun, um dos mais importantes jornais do mundo, era "Roo was Robbed" algo como Rooney foi roubado. Isso mostrava como se Robben tivesse incorporado Rooney.
Rafael foi expulso, e acabou com o Manchester. Perdeu pontos com Ferguson.
E Robben decidiu aos 29 do segundo tempo, em sem-pulo de fora da área, excepcional gol.
E o sonho do Manchester de vingar o vice contra o Barcelona acaba. E se inicia um novo sonho. O sonho alemão.
Dados:
Resultado final: Manchester United 3 x 2 Bayern de Munique.
Estádio: Old Trafford, em Manchester.
Escalação Manchester United: Van der Sar; Rafael, Ferdinand, Vidic e Evra; Carrick (Berbatov), Fletcher, Gibson (Giggs), Valencia e Nani; Rooney.
Escalação Bayern de Munique: Butt; Lahm, Van Buyten, Demichelis e Badstuber; Van Bommel, Schweinsteiger, Robben (Hamit Altintop) e Ribéry; Müller (Mario Gomez) e Olic (Pranjic).
Cartões amarelos: Rafael, Badstuber e Van Bommel.
Cartão vermelho: Rafael.
Árbitro: Nicola Rizzoli.
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