domingo, 13 de junho de 2010

Alemanha 4 x 0 Austrália


Hoje teríamos 3 jogos. Na abordagem inicial, um jogo ruim, um jogo médio e um jogo bom. O jogo bom seria o da Alemanha. E esse contexto, digamos, até preconceituoso que as pessoas tomaram para analisar os jogos de Domingo se confirmou. Alemanha e Austrália foi um jogo muito bom, principalmente pela atuação brilhante da Alemanha. Quatro gols, e muitas chances criadas.

Logo com 2 minutos, a Austrália quase abriu o placar, após cobrança de escanteio e cabeçada de Tim Cahill.

E os primeiros 5 minutos foram incrivelmente de superioridade australiana, que jogava verticalmente e com posse de bola.

Mas isso era só uma brisa inicial. Pois daí pra frente a Alemanha só melhorou. Com 6 minutos, Klose chutou, o goleiro defendeu, Lahm pegou o rebote e cruzou. Özil quase abriu o placar.

E foi o mesmo Özil que iniciou a jogada do primeiro gol alemão. Ele deu um bolão para Müller, após cortar bem para o meio. Thomas Müller cruzou para trás, na linha de fundo, e Podolski mandou uma bomba à 116 km/h. O goleiro só encostou na bola, que parou na rede. 1 a 0.

Depois disso, a Alemanha manteve a posse de bola, e ia ditando o ritmo que queria para a partida, sempre com a tradicional inteligência.

A Austrália, por sua vez, tentava chegar pelos cruzamentos para a área, mas não percebiam que a Alemanha tinha um jogador de 1,97 m na zaga.

Aliás, a essa altura a Alemanha já estava dando show. Eu amava a atuação da jovem equipe alemã, na marca dos 24'. Toda hora, alguém chegava do nada, e cruzava com perigo, rasteirinho, para alguém tentar abrir o placar. Era uma seleção que utilizava muito as laterais do campo.

Até que, aos 25', Lahm cruzou da intermediária, Klose se antecipou ao goleiro e marcou o seu primeiro gol no Mundial, para tristeza de Gerd Müller e Ronaldo. 2 a 0.

Özil, que fazia partida monstruosa, que havia iniciado a jogada. E a Alemanha foi ditando o ritmo. Com 30 minutos, Klose deu um grande passe para Özil, que dentro da área tentou encobrir o goleiro, mas Moore salvou dentro da linha do gol.

E essa oportunidade de gol foi origem de um erro de linha de impedimento, que a Austrália insistia em fazer. A Alemanha não cansava de chegar em condições legais para marcar.

Aos 37', a posse de bola era essa: 65% para a Alemanha, e 35% apenas para a seleção da terra dos cangurus.

A Alemanha concentrava muito de seus ataques pelo lado direito, com Lahm e Müller em grande fase, e Özil caindo por este lado. Outro que jogava bem era Miroslav Klose, que mostrava uma vontade de jogar muito diferente do que ele demonstra no Bayern.

O curioso é que a Nationaelf tinha muita posse de bola, mas não marcava por pressão. Ocupava todos os espaços em seu campo, frustrando todas as tentativas australianas de ultrapassar a linha de meiocampo.

Aos 40 minutos da primeira etapa, Podolski deu um bolão para Mesut Özil, que tentou driblar o goleiro mas acabou adiantando demais a bola.

E o primeiro tempo de foi domínio completo da Alemanha. Pode-se dizer que a Austrália passou do campo de ataque, no máximo, 6 vezes. Essa Alemanha é jovem, rápida, cerebral e habilidosa; joga para frente. Muito diferente do que foi e é conhecida a Alemanha, de futebol de resultados, concentração e muita disciplina tática. O que eu vi foi muita movimentação, jogo pelos lados do campo, especialmente pelo direito. Özil mostrou-se um monstro, habilidoso, rápido e cerebral. É o melhor do primeiro tempo. A Alemanha criou muitas oportunidades de gol, e se tivesse convertido todas, estaria mais ou menos uns 5 x 0. Das estreias, é a que mais me surpreendia por enquanto. Claro que eu vi apenas o primeiro tempo. Mas se continuasse nesse ritmo, é séria candidata ao título. Já a Austrália mostrava-se deficiente na linha de impedimento. Não acertava uma vez, e os atacantes alemães passavam com muita facilidade. Havia muita troca de posições e bastante movimentação por parte alemã. A Austrália começou o jogo bem, pressionando, mas logo se abateu e quando tentava penetrar profundamente, via que a Alemanha ocupava todos os espaços. O resultado era justo, mas se fosse por mais, seria também muito justo. Como eu já disse, o destaque era Özil.

E a segunda parte começou com a Austrália novamente mais ousada, indo mais ao campo de ataque. Mas, como no primeiro tempo, não passou de um período de 5 minutos, pois logo a Alemanha já tomava as rédeas da partida.

Aos 8', uma jogada de movimentação atípica alemã; Özil dá bolão para Lahm, que foi à linha de fundo e tocou de volta. Özil deu corta-luz brilhante, mas Müller jogou por cima.

O caminho ficava mais fácil para a Alemanha quando na marca de 11 minutos, Cahill dá entrada desleal, por trás, em Schweinsteiger, e é expulso direto, com cartão vermelho.

Logo sentiam-se as consequências. Dois minutos depois, Khedira fez grande jogada e deixou Klose na cara de Schwarzer, apto para marcar. Mas ele desperdiçou, e no rebote ele cruzou para Khedira de volta, que não alcançou.

Com 20 minutos, Klose fez tabela com Podolski e recebeu à meia-altura, mas perdeu a oportunidade, sozinho.

E logo a Alemanha ampliou, com o jovem prodígio Thomas Müller. Ele recebeu de Podolski, driblou seco Chipperfield com a perna esquerda, e bateu de direita. A bola bateu caprichosamente na trave e entrou. 3 a 0. Isso, aos 22 minutos.

Klose saiu 1 minuto depois, para a entrada do brasileiro Cacau. Perda de força? Que nada! Em seu primeiro lance, ele marcou. Depois que Badstuber lançou Özil, ele apenas rolou para Cacau na marca do pênalti. Ele bateu rasteiro, no canto esquerdo. 4 a 0.

E aos 26 minutos, parecia ataque contra defesa. Mas depois desse gol, a Alemanha decidiu trocar passes, para não se sacrificar muito na parte física. Ainda assim, chegava esporadicamente na cara do gol.

E a partida terminava com a Austrália envergonhada por uma Alemanha não vista há tempos, utilizando a posse de bola de maneira fantástica. Seus jogadores utilizaram muita movimentação, e chegavam com frequência nos lados de campo. Sei que é cedo, mas é grande candidata ao título. E me lembrou, em certo momento da partida, a Holanda de 1974, com as devidas proporções, é claro. Veja abaixo os 4 golaços da Alemanha na partida.



Notas:

Alemanha:

Neuer: Nota 6,0 - Seria melhor se ele tivesse, ao menos, trabalhado.
Lahm: Nota 7,5 - Atuação espetacular, mostrou um senso de liderança inacreditável, com muita concentração. Discutiu com um companheiro quando já estava 4 x 0. Chegou muito ao ataque, e foi perfeito na defesa.
Friedrich: Nota 5,5 - Pouco exigido, mas falhou na bola aérea logo aos 2 minutos de jogo.
Mertesacker: Nota 6,5 - Jogou bem, e incrivelmente fez desarmes. E pelo chão, com carrinhos precisos.
Badstuber: Nota 6,0 - Não apoiou, mas foi bem na defesa e deu grande passe para o último gol.
Schweinsteiger: Nota 6,5 - Não apareceu tanto, mas deu bons passes e foi seguro na defesa.
Khedira: Nota 6,0 - Como não tinha muito trabalho, apoiou com frequência o ataque e quase marcou um após cruzamento de Klose.
Thomas Müller: Nota 7,0 - Levou muito perigo pelo lado direito, fez um gol e participou de outros dois.
Özil: Nota 7,5 - O cérebro alemão, conseguiu unir velocidade, poder de drible, e certa malícia. Atuação empolgante desse jovem alemão. Só faltou marcar um tento.
Podolski: Nota 7,5 - O melhor do jogo, fez um gol, e participou diretamente de 3 gols.
Klose: Nota 6,5 - Fez um gol, mas teve oportunidades para fazer mais. Poderia ter saído do jogo com 3 tentos.
Cacau: Nota 6,5 - Entrou, e em pouco tempo fez um gol de matador. Mas levou um amarelo desnecessário por simulação.
Mario Gomez: Nota 5,5 - Recebeu algumas bolas, mas se atrapalhou. Mas jogou só 15 minutos.
Marin: Sem nota - Jogou só 8 minutos, mas entrou com vontade e velocidade.

Técnico Joachim Low: Nota 7,5 - Utilizou seus melhores jogadores, motivou Klose, e pôs o time para jogar com velocidade. Além disso, sempre tinha 1 ou 2 jogadores abertos, prontos para receber para cruzar para a área. Mostrou também muita movimentação no seu time.

Austrália:

Schwarzer: Nota 4,0 - Falhou em 3 gols, embora não gritantemente. Mas pouco fez defesas.
Wilkshire: Nota 5,5 - Apoiou muito, mas foi um desastre na defesa.
Moore: Nota 5,5 - Embora tenha sido muito lento, salvou um gol em cima da linha.
Neill: Nota 4,5 - Deu muitos espaços e falhou constantemente na linha de impedimento.
Chipperfield: Nota 4,0 - Completamente desconcentrado, levou dribles secos e ficou escondido, com medo de ser desmoralizado.
Valeri: Nota 4,5 - Apelou para a violência e errou muitos passes. Poderia ter sido expulso.
Grella: Nota 4,5 - Discreto, não conseguiu parar Özil.
Emerton: Nota 5,0 - O menos pior meiocampista, tentou sair para o jogo, mas sem eficiência.
Culina: Nota 4,0 - Nulo, se escondeu do jogo.
Garcia: Nota 4,5 - Foi bem no começo do jogo, mas caiu bruscamente.
Cahill: Nota 3,0 - Conseguiu uma boa cabeçada no começo do jogo, mas não tentou aparecer na partida e foi expulso imbecilmente com um carrinho por trás.
Holman: Nota 5,0 - Conseguiu ser veloz, mas não fez nada incisivo.
Rukavytsya: Nota 4,5 - Durante pouco tempo no campo, apenas tocou para o lado.
Jedinak: Sem nota - Jogou apenas 15 minutos.

Técnico Pim Verbeek: Nota 3,5 - Pôs um time lento em campo para enfrentar velozes como Müller e Özil. E ainda deixou Kewell no banco. Suas alterações não deram resultado.

Árbitro Marco Rodriguez: Nota 6,5 - Um árbitro discreto, que teve coragem em expulsar direto Tim Cahill, mas podia ter expulsado Valeri também.

Dados:

Resultado final: Alemanha 4 x 0 Austrália.

Estádio: Moses Mabhida Stadium, em Durban, na África do Sul.

Público: 62.660 pagantes.

Escalação Alemanha: Neuer; Lahm, Friedrich, Mertesacker e Badstuber; Schweinsteiger, Khedira, Müller e Özil (Mario Gomez 29' 2° T); Podolski (Marin 36' 2° T) e Klose (Cacau 23' 2° T). Técnico: Joachim Löw.

Escalação Austrália: Schwarzer; Wilkshire, Moore, Neill e Chipperfield; Valeri, Grella (Holman 2° T), Emerton (Jedinak 29' 2° T), Culina e Garcia (Rukavytsya 19' 2° T); Cahill. Técnico: Pim Verbeek.

Gols: Podolski, aos 8 minutos e Klose, aos 26 minutos do primeiro tempo; Müller, aos 22 minutos, e Cacau, aos 24 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos: Özil e Cacau; Moore, Neill, Cahill e Valeri.

Cartão vermelho: Cahill.

Árbitro: Marco Rodriguez, do México.

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