Itália 1 x 1 Paraguai
Itália e Paraguai. Quando falava-se nesse confronto, logo se pensava em um jogão. Eu logo duvidei a causa, pois bastava pensar que as duas equipes são defensivas por tradição. Por isso, eu esperava um jogo ruim, sem nenhuma ação ofensiva. Eu errei, mas se eu te disser que foi um bom jogo, estarei mentindo.
E os primeiros 5 minutos foram de superioridade italiana, que partia para cima, mas sempre com um pouco de cautela.
Até que foi melhorando aos poucos, com o uso de bolas aéreas e boa velocidade, em uma boa primeira impressão. Ficava no campo de ataque, e quando precisava defender, Cannavaro fazia com perfeição esse papel.
Aos 21 minutos, Montolivo chegou rápido e desarmou o paraguaio Vera. De cara para o gol, tentou correr, mas é muito lento e decidiu chutar de longe, fraco, para a defesa de Villar.
E o jogo foi ficando equilibrado, quando o Paraguai decidiu sair mais para a partida.
Mas a próxima chance foi mesmo da Itália, quando Marchisio cobrou escanteio e Alcaraz salvou o gol, na pequena área, em lance perigoso.
A Itália, ainda assim, tinha um posse de bola exorbitante, que não se resumia bem à sua atuação. Com 29 minutos, era 65% à favor. Ia muitas vezes de bola áerea, o que sem Pirlo não é bom;
E o Paraguai, embora não jogasse bem, conseguia jogar de igual para igual. Tinha dificuldades em tocar a bola, já que seus atacantes tinham pouca mobilidade. Mas a Itália não chegava consistentemente, com sua grande posse. Assim como o Paraguai, seus atacantes não ajudavam, sem se mexer.
Até que aos 39 minutos, Aureliano Torres bate falta da intermediária, e Alcaraz subiu mais que Cannavaro e De Rossi para cabecear perfeitamente, no canto esquerdo de Buffon. 0 a 1. Um castigo à falta de objetividade italiana, que tinha posse de bola, mas não a usava de maneira eficiente, e tampouco chutava a gol. E o Paraguai conseguiu chegar em um lance de bola parada, que já vinha dando resultados.
Terminado o primeiro tempo, o resultado mais justo seria um empate. O jogo não era bom, pois ambas as equipes têm uma defesa que prevalece aos ataques. A Itália tinha muito mais posse de bola, mas tinha dificuldade impressionante em criar alguma chance mais clara de gol, sobretudo pelo chão. Também mostrava muita deficiência nos chutes a gol, ou melhor, na falta deles. Não chutou nenhuma vez no gol no primeiro tempo, alguma vez que levasse perigo. O Paraguai mostrava muito empenho na marcação, mas pouca aparecia no campo ofensivo. E chegou ao gol depois de uma bola parada, que é arma frequente das duas seleções. Os destaques individuais eram Cannavaro, pela Itália, que mostrava grande capacidade de antecipação, e fazia vários desarmes, mas falhou no gol paraguaio. Por isso, Alcaraz, também zagueiro, era o nome da partida, com vários desarmes, um gol salvo, e um gol feito.
A segunda etapa começou com o Paraguai tendo mais posse de bola, dificultando a saída de jogo azzurra.
Aos 9', Vera pegou uma bola mal afastada por Chiellini, e chutou. A bola passou alta, rente a trave esquerda.
E os laterais italianos não apoiavam. Zambrotta e Criscito eram peças nulas no campo ofensivo.
Mas o gol saiu pelos lados do campo, na bandeirinha de escanteio. Pepe cobrou o escanteio, e Justo Villar saiu muito mal do gol, e não alcançou a bola devido à sua altura. A bola sobrou para De Rossi apenas empurrar para as redes. 1 a 1. Um gol que não fazia justiça à exibição italiana. Começou o segundo tempo muito pior, novamente atacando muito pelo meio e sem muitas chances de gol.
E assim foi após o gol. A Itália continuou jogando um futebol medíocre, com exceção de De Rossi, que havia ganhado confiança. Errando muitos passes, não conseguia nem chegar perto da área, o que também era especialidade do Paraguai. Não chegar na área adversária.
Num dos poucos lances de perigo, Montolivo chutou de longe, e a bola foi na trave. E o Paraguai se satisfazia com um empate, que era mais do que esperava. A Itália, pelo visto, não gostava, mas não fazia muito para tentar mudar essa situação.
Até que o Paraguai voltou a equilibrar no final do jogo, para manter a posse de bola, torcendo para o tempo acabar; e numa hora, acabou. Acabou com um empate xoxo, com 1 gol de bola parada para cada equipe. Empate, e se alguém vencer o jogo Nova Zelândia x Eslováquia, logo assume a liderança. Já pensou a Nova Zelândia na liderança? É esperar para ver. Veja abaixo os gols da partida.
Notas:
Itália:
Buffon: Nota 5,5 - Não teve culpa no gol, mas também não teve que trabalhar em todo o primeiro tempo.
Zambrotta: Nota 5,0 - Burocrático, não apoiou quando sua seleção precisava. E não tinha trabalho na marcação.
Cannavaro: Nota 6,5 - Completamente seguro, fez diversos desarmes no jogo, e não gosto de dizer que ele foi mal só porque falhou no gol.
Chiellini: Nota 6,0 - Não repetiu as atuações na Juventus, mas conseguiu impor certo respeito pelo chão.
Criscito: Nota 5,0 - Assim como Zambrotta, pouco apoiou, nem teve trabalho na marcação.
De Rossi: Nota 6,5 - Ganhou confiança após o gol, depois de um mal primeiro tempo. Na segunda parte, chegou com frequência no ataque, e deu grandes passes.
Montolivo: Nota 6,0 - Errou muitos passes, mas mostrou uma participação frequente nas jogadas italianas.
Marchisio: Nota 5,0 - Não é um meia armador, mas escalado nessa função, fez tudo menos isso. Uma má atuação.
Pepe: Nota 6,5 - Mostrou muita velocidade pelo lado direito, e conseguiu ser participativo, só precisou ser mais eficiente.
Iaquinta: Nota 4,0 - Muita falta de mobilidade, agiu como um poste. E pior: um poste que não toca na bola.
Gilardino: Nota 5,0 - Pouco se movimentou, mas não pode atribuir sua má atuação à ele, e sim à falta de criatividade no meiocampo italiano sem Pirlo.
Marchetti: Nota 5,5 - Substituiu Buffon e mostrou nervosismo, mas não foi obrigado a trabalhar com dificuldade.
Camoranesi: Nota 5,5 - Mostrou até um pouco de deslealdade, e não conseguiu mudar o lado esquerdo italiano.
Di Natale: Nota 5,5 - Jogou por pouco tempo, e não conseguiu receber nenhuma bola redonda.
Técnico Marcelo Lippi: Nota 4,5 - Não tem peças para substituir Pirlo, mas é imbecil seu falso 4-3-3, e podia reforçar seu meiocampo que não tem criatividade tirando Iaquinta.
Paraguai:
Justo Villar: Nota 5,0 - Não solta as bolas, sempre encaixa, mas falhou no gol italiano.
Bonet: Nota 5,5 - Não apoiou, mas conseguiu anular Iaquinta, que não fazia muita coisa para mudar a situação.
Alcaraz: Nota 7,0 - O melhor do jogo, mostrou muita segurança quando exigido, fez muitos desarmes, e ainda chegou à frente para marcar um gol.
Da Silva: Nota 5,5 - É nervoso, mas foi bem nas bolas aéreas.
Morel Rodriguez: Nota 5,0 - Tentou reforçar o meio de campo, mas falhou atrás, levando um baile de Pepe e não foi eficiente no ataque.
Vera: Nota 5,5 - Entregou o ouro para Montolivo no segundo tempo e mostrou-se pouco participativo.
Victor Caceres: Nota 5,5 - Mostrou-se violento, e errou diversos passes. Falhou no gol italiano.
Riveros: Nota 6,0 - Mais participativo, faltou finalizar.
A. Torres: Nota 6,0 - Levou relativo perigo pelo lado esquerdo.
Haedo Valdez: Nota 5,5 - Pesado, foi lento e não participou do ataque.
Lucas Barrios: Nota 5,5 - O paraguaio não mostrou velocidade e teve pouca mobilidade.
Jonathan Santana: Nota 5,5 - Entrou e não mudou o contexto da partida.
Santa Cruz: Nota 5,5 - Assim como Valdez, pouco se mexeu.
O. Cardozo: Sem nota - Em apenas 14 minutos, não recebeu nenhuma bola boa.
Técnico Gerardo Martino: Nota 5,0 - Armou uma equipe defensiva, que não tem armadores. E acho que Cardozo e Santa Cruz têm que ser titulares.
Árbitro Benito Archundia: Nota 6,5 - Em um jogo de 30 faltas, poderia ter cabido mais um amarelo, mas impôs respeito.
Dados:
Resultado final: Itália 1 x 1 Paraguai.
Estádio: Cape Town Stadium, em Cape Town, na África do Sul.
Público: 62.869 pagantes.
Escalação Itália: Buffon (Marchetti 2° T); Zambrotta, F. Cannavaro, Chiellini e Criscito; De Rossi, Montolivo e Marchisio (Camoranesi 14' 2° T); Pepe, Iaquinta e Gilardino (Di Natale 27' 2° T). Técnico: Marcelo Lippi.
Escalação Paraguai: Justo Villar; Bonet, Alcaraz, Da Silva e Morel Rodriguez; Vera, Victor Cáceres, Riveros e Aureliano Torres (J. Santana 15' 2° T); Haedo Valdez (Santa Cruz 23' 2° T) e Lucas Barrios (Oscar Cardozo 31' 2° T). Técnico: Gerardo Martino.
Gols: De Rossi, aos 17 minutos do segundo tempo; Alcaraz, aos 39 minutos do primeiro tempo.
Cartões amarelos: Camoranesi; Victor Cáceres.
Árbitro: Benito Archundia, do México.
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