domingo, 6 de junho de 2010

Botafogo 2 x 2 Corinthians



Tantos bons jogos na teoria nesta 16h da alegre tarde de domingo. Às 15h30, fui ver a lista de jogos marcados para as 16h. Vi São Paulo x Grêmio. Fiquei com muita vontade, mas decidi ver o Corinthians, porque é meu time de coração! Nada mais nada menos que isso! E o que vi foi um jogo emocionante, provavelmente o melhor da rodada. Depois de tanto tempo errando nos jogos das 16h, finalmente acertei!

E os primeiros 5 minutos foram equilibeados, com ambas as equipes se estudando antes de arriscar qualquer movimento mais ousado.

Mas após esses 5 minutos iniciais, os jogadores passaram a ter mais velocidade, com um esboço de pressão por parte de ambos os lados.

Roberto Carlos e Caio faziam um interessante duelo pela ala esquerda. Era muito equilibrado, bem interessante.

Havia também muita expectativa quanto à atuação de Bruno César. Até os 15', ele correspondia às expectativas, procurando sempre a finalização.

E quando o Botafogo pressionava a saída de bola, o Corinthians errava o passe. Essa era a solução, porém o Botafogo raras vezes o fazia.

Mudando um pouco de assunto, achei o bandeirinha da partida, Julio César, fantástico. Não errava uma!

E passados 20 minutos da partida, o Botafogo não levava perigo concreto ao gol de Felipe; usando o meio, tinha dificuldades para passar pela marcação de Ralf. O clube paulista chegava bem nos arremates de média distância de Bruno César, da entrada da área, quase que como uma regra. Eu anotei: se caprichar um pouco mais, e ele continuar com essa liberdade, não demoraria muito para o Corinthians abrir o placar.

E aos 30', o que eu falava: Bruno César recebe de Elias, dribla Sandro Silva com o corpo, dribla seco Fábio Ferreira, e manda de direita no canto direito de Jefferson. Golaço! 0 a 1.

Um prêmio para o melhor jogador corintiano na partida. Desmarcado, tinha muita facilidade em chutar de média e longa distância. Anotei que se ele continuasse livre, marcaria o segundo.

Mas, surpreendentemente, o Botafogo não se abalara com o gol do Corinthians. E adiantou a marcação; pena que continuava com problemas no último passe.

Aos 32', Marcelo Cordeiro chuta cruzado, Caio encosta de leve na bola e a menina vai na trave.

Ainda assim, o alvinegro carioca sentia falta de Loco Abreu, sobretudo nas jogadas aéreas. O Botafogo tinha muitas oportunidades de mandar uma bola para a área, com várias faltas a seu favor. Mas faltava uma referência.

O Corinthians depois havia conseguido esfriar o ânimo botafoguense, sobretudo após os 37', ápice do Botafogo nos 45 iniciais. Passou a trocar muitos passes, elevando a posse de bola. Chegou a ficar 3 minutos consecutivos com a bola nos pés, sob vaias escaldantes no Engenhão.

Findado o primeiro tempo, eu podia afirmar que o Corinthians era um time muito bom; um time europeu. Sabia usar a experiência a favor. Aliás, foi o que o Corinthians usou e abusou na primeira parte. Não deixou o Botafogo emplacar boas chances de gol, e quando decidiu jogar, logo marcou um gol. Depois, sofreu leve pressão botafoguense e só administrou o resultado. O Botafogo apresentava sérias dificuldades na marcação. Só se preocupava com os jogadores mais importantes, e raramente desarmava algum jogador paulista. Com isso, o timão, que praticamente não errava passes, não tinha dificulades para vencer. Resultado justo, que premiava a equipe mais eficiente do campeonato. O homem do primeiro tempo foi Bruno César, que teve toda a liberdade que precisava e mais um pouco para anotar o seu. Resultado justo.

O segundo tempo iniciou com o Botafogo melhor. E não demorou muito para empatar a partida. Eram 2 minutos, e após falha de Jucilei ao afastar mal a bola, Herrera chuta, Felipe defende mas não segura. No rebote, Renato Cajá completa. 1 a 1.

Herrera havia melhorado muito no 2° tempo, com sua raça e velocidade características. Já o Corinthians tinha simplesmente parado de jogar futebol. Não criava nada. Até tinha posse de bola, mas surpreendemente havia desandado a errar passes. O jogo tinha cara de empate.

E eis um lance chave do jogo. Elias arranca do meio para a área e é derrubado por Leandro Guerreiro. Na cobrança, Roberto Carlos mete na barreira. A bola volta para ele, e de direita chuta mas a bola é resvalada por um zagueiro carioca. Ralf não ganha a divididida com Renato Cajá, que passa para Marcelo Cordeiro. Ele corre como um velocista, e passa para Lúcio Flávio que, já dentro da área, pega de primeira e faz o gol. Ou melhor, golaço. 2 a 1.

O Corinthians passou a pressionar o Botafogo, mas sem muita consistência. Entretanto, o Botafogo se postava para os contra-ataques, sempre com 2 ou 3 jogadores à frente em busca de uma saída de jogo rápida. Isso dava resultado. Além do contragolpe que resultou no gol, o Botafogo ainda teve duas grandes chances de gol resultadas de um contra-ataque.

A pressão foi indo. E aos 46', Iarley ajeita para o chute de Roberto Carlos, após cruzamento de Jucilei. Ele emenda de primeira, chuta forte, a bola bate na trave e entra. Mas o incompetente ladrão chamado Vuaden anulou o gol, dizendo que Iarley fez falta.

Sorte dele que não fez falta. Afinal, 1 minuto depois, em cobrança de escanteio de Defederico, Paulo André cabeceio e teve a felicidade de fazer o gol. 2 a 2.

Não dava tempo para mais nada.

Resultado um pouco injusto. O Botafogo foi bem no primeiro tempo, e fez um segundo tempo espetacular, com velocidade, gana e força de vontade. Gostei muito da atuação botafoguense. Mas o Corinthians insistiu muito e conseguiu chegar ao resultado que te deixa na liderança para a parada da Copa.



Notas:

Botafogo:

Jefferson: Nota 6,0 - Foi muito seguro nas saídas de gol, mas o primeiro gol era defensável.
Alessandro: Nota 5,5 - Mostrou disposição, mas nada mais que isso.
Antônio Carlos: Nota 6,0 - Até sair lesionado, ia bem pelas bolas aéreas.
Fabio Ferreira: Nota 6,5 - Fez uma grande partida, muito atento e desarmando bastante.
Marcelo Cordeiro: Nota 7,0 - Uma injeção de velocidade ao Botafogo. Além de ter chegado muito à linha de fundo. Fez grandes jogadas, um dos melhores da partida.
Leandro Guerreiro: Nota 6,0 - Marcou Elias, mas se esqueceu de Bruno César.
Sandro Silva: Nota 5,5 - Escorregou no primeiro gol corintiano, mas melhorou nos 15 minutos finais.
Lucio Flavio: Nota 7,0 - Deu passes muito bons, e fez um golaço.
Renato Cajá: Nota 6,5 - Gostei muito. Desarmou a bola que deu origem ao segundo gol, fez o primeiro, mas não foi muito participativo.
Caio: Nota 6,5 - Impediu Roberto Carlos de jogar ofensivamente. E até ganhou algumas bolas com ele, mas perdeu uma grande chance.
Herrera: Nota 7,0 - Grande partida! Muita dedicação, velocidade, e participação nos dois gols! O melhor botafoguense do jogo.
Danny Morais: Nota 5,5 - Poderia ter evitado o segundo gol paulista.
Bruno Tiago: Nota 6,0 - Entrou e em 15 minutos deu um bom suporte à defesa.
Felipe Lima: Sem nota - Jogou apenas 6 minutos.

Joel Santana: Nota 6,0 - Fez o que pôde, com as peças que tinha em mãos. Mas não gostei de ele ter enfiado o time de volantes após virar a partida.

Corinthians:

Felipe: Nota 6,0 - Poderia ter ido melhor, mas não teve culpa em nenhum dos dois tentos.
Jucilei: Nota 5,0 - Um dos piores da partida. Nervoso, falhou no primeiro gol, e só acertou um cruzamento. Não conseguiu segurar Marcelo Cordeiro. Uma de suas piores atuações pelo timão.
Paulo André: Nota 6,5 - Entrou e mostrou personalidade para substituir Chicão. Bem nas bolas aéreas, defensivas e ofensivas. E foi premiado com um gol.
William: Nota 6,0 - Muito seguro. Mas faltou aquele algo mais.
Roberto Carlos: Nota 6,0 - Não conseguiu anular Caio, errou na cobrança de falta que resultou no gol do Botafogo. Mas fez um gol legal mal anulado, e seria hipocrisia colocar a culpa da derrota em suas costas.
Ralf: Nota 6,0 - Não perdeu uma dividida, exceto a do segundo gol botafoguense. Apanhou bastante também, mas teve ótima saída de jogo.
Elias: Nota 6,5 - Uma boa atuação, fazendo uma boa transição da defesa para o ataque.
Danilo: Nota 5,5 - Não foi mal no primeiro tempo. O tipo de jogo lhe favorecia. Todavia, despencou no segundo.
Bruno César: Nota 7,0 - Um primeiro tempo excepcional. No segundo diminuiu um pouco, mas ainda assim fez passes grandiosos.
Dentinho: Nota 6,0 - Deu um drible fantástico em Leandro Guerreiro. Mas poderia ter se concentrado mais.
Iarley: Nota 6,5 - Gostei. Apesar de opaco em certos momentos do jogo, deu passes decisivos. Mas faltou finalizações.
Defederico: Nota 6,0 - Entrou sem vontade, mas fez um grande cruzamento para a cabeçada de Paulo André.
Paulinho: Nota 5,5 - Não entrou como nas últimas partidas. Praticamente não tocou na bola.
Tcheco: Sem nota - Não teve muito tempo para agir.

Mano Menezes: Nota 6,0 - Poderia ter alterado mais o time na segunda etapa. Não vi motivos para colocar Tcheco. Mas no primeiro tempo, foi impecável.

Árbitro Leandro Vuaden: Nota 3,0 - Entrou, não apitou faltas gritantes, a favor do Botafogo e do Corinthians. Mas viu faltas inexistentes, e acabou prejudicando o Corinthians. Péssima arbitragem.

Dados:

Resultado final: Botafogo 2 x 2 Corinthians.

Estádio: Engenhão, no Rio de Janeiro.

Público: 11.292 pagantes.

Escalação Botafogo: Jefferson; Alessandro, Antônio Carlos (Danny Morais 12' 2° T), Fábio Ferreira e Marcelo Cordeiro; Leandro Guerreiro, Sandro Silva, Lúcio Flávio (Felipe Lima 38' 2° T) e Renato Cajá (Bruno Tiago 30' 2° T); Caio e Herrera. Técnico: Joel Santana.

Banco de Reservas Botafogo: Danny Morais, Bruno Tiago, Felipe Lima, Renan, Jancarlos, Diguinho e Wellington.

Escalação Corinthians: Felipe; Jucilei, Paulo André, William e Roberto Carlos; Ralf (Tcheco 29' 2° T), Elias, Danilo (Paulinho 19' 2° T) e Bruno César; Dentinho (Defederico 2° T) e Iarley. Técnico: Mano Menezes.

Banco de Reservas Corinthians: Defederico, Paulinho, Tcheco, Júlio César, Leandro Castán, Dodô e Boquita.

Gols: Renato Cajá, aos 2' do segundo tempo, e Lúcio Flávio aos 27' do segundo tempo; Bruno César, aos 30' do primeiro tempo, e Paulo André, aos 47' do segundo tempo.

Cartões amarelos: Danny Morais; Roberto Carlos e Paulo André.

Árbitro: Leandro Vuaden, do Rio Grande do Sul.

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