sábado, 12 de junho de 2010

Coreia do Sul 2 x 0 Grécia


Coreia do Sul e Grécia eram aguardados para jogar futebol verdadeiramente. Depois de 2 jogos não muito bons no primeiro dia da Copa, era esperado que essas seleções jogassem um jogo emocionante e interessante. Acima de tudo, bom. E foi isso que aconteceu. Provavelmente o melhor jogo da Copa do Mundo até agora. Você acompanhará aqui e agora.

Os primeiros 5 minutos foram equilibrados, embora a Grécia tivesse chegado mais, por meio das bolas aéreas e bolas paradas. A Coreia já mostrava a velocidade.

3 minutos antes, aos 2', a Grécia quase abriu o placar. Karagounis cobrou escanteio no pé de Torosidis, que chutou de primeira e perdeu por pouco.

Todavia, quem marcou primeiro foi a Coreia do Sul. Com 7 minutos, Sungyueng cobrou uma falta de origem desnecessária, por infatilidade do jogador grego. A defesa grega se concentra em apenas 1 jogador, e Lee Jung So fica livre para fazer o gol, por trás da zaga, em lance parecido com o da Grécia aos 2 minutos. 1 a 0.

A equipe coreana é muito rápida; impressionante, imprevisível. Tinha muitas alternativas de jogo, é habilidosa e usava bem a posse de bola até a marca dos 15 minutos. A Grécia, por sua vez, tinha dificuldades em penetrar na rápida defesa coreana com seus lentos jogadores. O time também não tem boa qualidade de passe, e só chegava por intermédio de bolas aéreas. E as vezes exagerava e ia com vários jogadores para o ataque.

A Coreia podia logo ampliar o placar, mas por veses tentava fazer dribles impossíveis em seus contra-ataques. O árbitro ia prejudicando-na, marcando faltas inexistentes em seu campo de ataque, e um pênalti não marcado.

Aos 27', um grande contra-ataque sul-coreano. Após desarme no campo de defesa, Park Ji Sung manda bolão para Park Chu Young, que dribla Papadopoulos com o corpo, e cara a cara com Tzorvas, bate no pé do goleiro grego. Grande oportunidade perdida, mas que também mostrava a capacidade asiática de criar oportunidades concretas.

A Coreia então passou a dar seu campo para a Grécia atacar. Porém a equipe europeia não aproveitava o espaço, e não conseguia trocar passes rasteiros. Abusava das ligações diretas, e chegando em um jogador com boas condições de cruzar, era uma correria para a área, que nunca funcionava. Com isso, a Coreia ia deitando e rolando na velocidade. Cheia de passes verticais, em busca do gol. Só faltava eles serem mais objetivos nos contragolpes, que eram frequentes.

Terminado o primeiro tempo, que foi de um bom jogo, era possível dizer que o resultado era justo. A Coreia do Sul foi superior e mereceu o resultado. Era uma equipe muito rápida, que apresentava a tradicional "correria" asiática. Iniciou a partida indo para cima até abrir o placar em bola parada. Depois, preferiu apostar nos contragolpes. E o placar até poderia ser mais elástico a favor do time de vermelho. Teve uma oportunidade cara a cara desperdiçada por Park Chu Young, e o juiz a prejudicou com um pênalti não marcado e faltas inexistentes a favor da Grécia. De negativo, ficou as tentativas de fazer dribles e passes impossíveis, quando era mais simples e eficiente fazer algo curto. Já a Grécia não tinha meiocampo. Em meio a tanto espaço deixado pelos coreanos, eles não conseguiam jogar pelo chão, nem dar chutes de longa distância. Era preciso ter mais técnica, acima de tudo. Portanto, era mais que merecida a vitória parcial da Coreia do Sul.

Os primeiros 5 minutos do 2° tempo foram de superioridade sulcoreana, que começou com mais posse de bola. Nessa posse constante da Jabulani, aliado à velocidade, não demoraria muito para o placar ser aberto.

E o foi aos 7 minutos, assim como no primeiro tempo. Depois de passe, Vyntra erra o domínio de bola, Park Ji Sung dá grande pique e efetua o desarme. Aí ele corre como um louco até entrar na área da Grécia, e bate de esquerda para ampliar o placar a favor dos asiáticos. 2 a 0.

Depois do gol coreano, a Grécia ficou abalada, e passou a rifar ainda mais a bola. Faltava também mais chutes a gol gregos. Até os 15' do 2° tempo, foi só uma finalização da Grécia.

Aos 17', Cha Du Ri efetuou um cruzamento sensacional para Park Chu Young, que desperdiçou de cabeça, na pequena área.

E a Grécia surpreendentemente melhorou após os 20 minutos. Esboçou uma pressão, através de exclusivamente bolas aéreas. Salpingidis quase marcou de cabeça, e Gekas quase completou uma bicicleta. A Coreia estava cansada. E a Grécia tinha sequência de escanteios.

Mas foi num chutão que a Grécia quase abriu o marcador a seu favor. Após chutão da zaga, a bola é desviada, Gekas gira bem e chuta forte. Sung Ryong defende e faz milagre. Isso, aos 38'.

Depois desse lance, a Coreia do Sul voltou a tomar as rédeas da partida. Aos 40', o jogador da Coreia do Sul ganhou na velocidade, e tocou para Chung-Yong chutar rasteiro no canto esquerdo. Tzorvas catou.

O fim da partida só foi de posse de bola sulcoreana. Em um jogo de muitas chances de gol, um jogo agradável de se assistir, prevaleceu a técnica e a velocidade. Resultado muito mais do que justo. Veja os melhores momentos abaixo.



Notas:

Coreia do Sul:

Jung Sung Ryong: Nota 6,0 - Não transpira segurança, pois solta todas as bolas, mas tem reflexo apurado e fez algumas boas defesas.
Lee Young Pyo: Nota 6,0 - Uma partida correta, mais preso na marcação, de fato não perdeu nenhuma bola pelo seu lado.
Cho Yong Hyung: Nota 6,0 - Foi bem no afastamento de bolas aéreas.
Lee Jung Soo: Nota 6,0 - Foi eficiente nas bolas alçadas a área.
Cha Du Ri: Nota 6,5 - Um dos melhores em campo, fez grandes desarmes, e deu cruzamentos espetaculares. Apoiou bastante.
Ki King Woo: Nota 6,0 - Sumido no jogo, ao menos teve muita velocidade.
Ki Sung Yueng: Nota 6,0 - Foi muito bem ao dar a assistência pro primeiro gol, mas tentou fazer fintas demais.
Lee Chung Young: Nota 6,5 - Presença constante no ataque, mostrou habilidade e muita visão de jogo.
Park Ji Sung: Nota 7,5 - O melhor do jogo, todos os ataques passavam por ele. Deu dois passes que poderiam ser assistências, e fez um golaço.
Yeom Ki Hun: Nota 6,0 - Correu muito, e soube manter a posse de bola com sua experiência.
Park Chu Young: Nota 6,0 - Se movimentou bastante na frente, mas perdeu chances de ouro.
Kim Nam Il: Nota 6,0 - Em 15 minutos, conseguiu chegar com perigo à frente.
Kim Jae Sung: Sem nota - Jogou 2 minutos.
Lee Seoung Ryul: Sem nota - Jogou 2 minutos também.

Técnico Jung Moo Huh: Nota 7,0 - Pôs o time ofensivamente, com muita liberdade para Ji Sung e aproveitou a movimentação de Chu Young para abrir espaço para os coadjuvantes. Foi muito bem.

Grécia:

Tzorvas: Nota 5,5 - Mostrou-se extremamente lento, e poderia ter defendido o segundo gol. Mas fez algumas boas defesas.
Seitaridis: Nota 5,5 - Estava lá, mas os companheiros não quiseram acioná-lo, especialmente na primeira etapa.
Papadopoulos: Nota 4,0 - Confuso, teve inúmeras falhas, e a garra não foi suficiente.
Vyntra: Nota 1,5 - Entregou o ouro diversas vezes, praticamente não desarmou e teve uma das falhas mais bisonhas que eu já vi ao errar o domínio na bola do segundo gol coreano.
Torosidis: Nota 4,0 - Bater é com ele. Tocar já não é. Cansou de errar passes.
Tziolis: Nota 6,0 - Mais um volante no time grego, até que foi eficiente, cruzando bem e passando bem.
Karagounis: Nota 4,5 - O capitão só pegou na bola para cobrar bolas paradas, e foi substituído no intervalo. Pouco acertou passes, ao contrário do que faz no Panathinaikos.
Katsouranis: Nota 5,5 - Assim como Karagounis, foi péssimo nos passes, e foi peça nula no ataque. De bom, só os desarmes de carrinho, sempre precisos.
Gekas: Nota 5,5 - Só recebeu bolas quadradas, mas foi o atacante mais participativo.
Samaras: Nota 4,5 - Nada fez no ataque, e nada fez na defesa, quando teve que ser recuado. Então foi substituído.
Charisteas: Nota 3,0 - Poucas vezes foi acionado, e está sem confiança e motivação.
Patsatzoglou: Nota 5,5 - Melhor que o capitão, o substituiu com competência na partida.
Salpingidis: Nota 6,0 - Não é rápido, mas quando ele entrou virou referência na área e a equipe melhorou muito. Quase marcou de cabeça.
Kapetanos: Nota 5,0 - Perdeu um gol cara a cara.

Técnico Otto Rehhagel: Nota 5,0 - Como ele disse, milagres só acontecem uma vez. E nada conseguiu fazer com o limitado time grego. Mas suas substituições melhoraram a equipe.

Árbitro Michael Hester: Nota 4,5 - Prejudicou o time sulcoreano, marcou faltas constantes. Se fosse um árbitro competente apitando, teria sido 4 x 0 para a Coreia.

Dados:

Resultado final: Coreia do Sul 2 x 0 Grécia.

Estádio: Nelson Mandela Bay Stadium, em Port Elizabeth, África do Sul.

Público: 31.513 pagantes.

Escalação Coreia do Sul: Jung Sung Ryong; Lee Young Pyo, Cho Yong Hyung, Lee Jung Soo e Cha Du Ri; Ki King Woo, Ki Sung Yueng (Kim Nam Il 30' 2° T), Lee Chung Yong (Kim Jae Sung 43' 2° T), Park Ji Sung e Yeom Ki Hun; Park Chu Young (Lee Seung Ryul 43' 2° T). Técnico: Jung Moo Huh.

Escalação Grécia: Tzorvas; Seitaridis, Papadopoulos, Vyntra e Torosidis; Tziolis, Karagounis (Patsatzoglou 2° T), Katsouranis e Samaras (Salpingidis 14' 2° T); Gekas e Charisteas (Kapetanos 16' 2° T). Técnico: Otto Rehhagel.

Gols: Lee Jung Soo, aos 7' do primeiro tempo, e Park Ji Sung, aos 7' do segundo tempo.

Cartão amarelo: Torosidis.

Árbitro: Michael Hester, da Nova Zelândia.

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