sábado, 5 de junho de 2010

Paraná 2 x 1 Portuguesa


Fazia tanto tempo que eu não assistia a uma partida da Série B. Desde o ano passado, com o Vasco. Até hoje, nada de série B. Não sei. Não gosto da qualidade técnica dessa divisão pobre do futebol brasileiro. Todavia, também há muita emoção nas partidas, é quase que como uma regra. E nessa partida que eu acompanhei houve de tudo isso. Veja comigo:

O jogo havia começado num ritmo rápido, com o Paraná um pouco superior.

O Paraná chegava bem pelas bolas aéreas, mas era fato que faltava um pouco mais de capricho e força nas cabeçadas.

E logo o Paraná mostrava porque era um dos líderes da série B. Passou a pressionar a Portuguesa.

Aos 14', me parecia questão de tempo até o Paraná abrir o placar. A marcação era por pressão,. sufocando o adversário, no caso a Portuguesa, que se via obrigada a dar chutões, com zagueiros especialistas na arte, sem perspectiva de gol.

É bom dizer também que o gramado estava completamente encharcado, e isso dificultava os passes. Outra anotação minha é por causa da torcida do Paraná, que aplaude todos as tentativas do time, deixando os jogadores confiantes.

Mas, mesmo nesse contexto, foi a Portuguesa, que não criava nada, que abriu o placar, de modo, no mínimo, incomum: depois de falta pelo lado esquerdo, Paulo Sérgio cobra para a área, o goleiro Juninho dá um soco na bola e... a pelota bate na barriga de Irineu, que marca contra o próprio patrimônio. 0 a 1.

Isso deu uma abalada no time paranaense. Tinha sérios problemas na armação de jogadas. Raras eram as ocasiões em que havia algum atacante em condições de marcar. Como a Portuguesa também tinha esse problema, o jogo passou a ser horroroso.

Era verdade que o jogo era até rápido e os 22 jogadores tinham muita vontade. No entanto, a também um lado ruim nesses aspectos: o jogo ficou extremamente pegado, violento, sem nenhuma qualidade técnica nos fundamentos básicos do futebol. Isso, por parte de todos os jogadores.

Interessante também era observar os calções brancos do Paraná, que passaram a ficar marrom, vítimas da lama.

Os 45 minutos iniciais terminaram chatos. O Paraná escalou 3 volantes, e isso deixou a equipe sem armação de jogadas. E é verdade que o Paraná iniciara a partida melhor, marcando por pressão, no ritmo da torcida, sufocando a Portuguesa. Embora se limitasse exclusivamente às bolas alçadas a área. Mas o fato é que o time paranaense se abalou muito depois do gol. Isso, aliado a mais dois fatores - a Portuguesa não queria atacar e o campo estava encharcado - resultava em um jogo extremamente violento e ruim tecnicamente, embora cheio de vontade. Sob esse panorama, é melhor perguntar quem menos merecia perder. E era a Portuguesa.

O segundo tempo começou à todo vapor por parte da equipe tricolor do Paraná. Pressionando a Portuguesa.

Somália, que entrou no segundo tempo, fez tabela com Leandro Bocão aos 10 minutos, chutou, e Andrey fez grande defesa.

Era a diferença do vestiário. O tricolor voltou aproveitando mais os lados dos campos, sobretudo o lado direito, com um João Paulo inspirado.

Voltando ao jogo, Somália (um nome comum no futebol, diga-se de passagem) havia dado um novo ritmo ao time. Contagiava a todos com sua vontade, e velocidade.

Diante do domínio do Paraná, gosto de lembrar da frase de Parreira: "O gol é um mero detalhe".

E o empate surgiu como consequência natural, aos 13'. João Paulo cobra em direção à baliza, Alessandro Lopes cabeceia e iguala o placar. 1 a 1. O curioso é que a falta ocorreu exatamente no mesmo lugar que ocorreu o primeiro gol, da Portuguesa.

O ritmo foi se mantendo; e dois minutos depois, aos 15', Marcelo Toscano faz cruzamento perfeito para Luis Camargo cabecear firme, no canto direito de Andrey.

Após 15 minutos brilhantes, o gol saiu naturalmente. Futebol de primeira nesse período.

O time paranense tinha um maestro em campo: Marcelo Toscano. Embora ele seja atacante, as jogadas só saíram quando ele recuou para a armação; o setor, repleto de volantes, ficou mais vivo.

O Paraná manteve o ritmo, embora sem o vigor de outrora.

Num bom lance, Toscano deu um presente para Somália, que isolou com a perna esquerda.

E o tricolor foi administrando a partida, com alguns lances perigosos de vez em quando. Como o que aconteceu aos 31', quando Marcelo Toscano tirou tinta da trave em cobrança de falta.

A resposta paulista veio 3 minutos depois, quando Acleisson mandou um foguete da intermediária, também em cobrança de falta. Juninho fez boa defesa.

A Portuguesa aos poucos foi saindo mais para o jogo, que voltava a ter um ritmo intenso.

Mas nada foi consistente. E o jogo acabara com um novo líder, o Paraná.

Resultado mais do que justo. E o jogo, no geral, foi mediano. Depois de 1 primeiro tempo ruim, tivemos um grande segundo tempo, eletrizante, com muita velocidade e menos passes errados. O homem da partida, para mim, foi Marcelo Toscano, que comandou o ritmo da equipe durante todos os 90 minutos. Todavia, Somália e João Paulo também mereceram destaque positivo. Pelo lado da Portuguesa, Acleisson fez bom jogo.



Dados:

Resultado final: Paraná 2 x 1 Portuguesa.

Estádio: Estádio Durival de Brito, em Curitiba, no Paraná.

Público: 3.632 pagantes.

Escalação Paraná: Juninho; Irineu, Luis Henrique e Alessandro Lopes; Jefferson (Somália 2° T), Diogo, João Paulo, Luís Camargo e Kim (Diego Correa 32' 2° T); Marcelo Toscano e Leandro Bocão (Flavinho 25' 2° T). Técnico: Marcelo Oliveira.

Escalação Portuguesa: Andrey; Paulo Sérgio, Thiago Gomes, Domingos e Athirson (Romano 18' 2° T); Maurício (Biscayzacu 18' 2° T), Fabrício e Marcos Paulo (Guilherme 18' 2° T); Heverton e Kempes. Técnico: Oswaldo Alvarez, o Vadão.

Gols: Irineu, contra, aos 20' do primeiro tempo; Alessandro Lopes, aos 13', e Luis Camargo aos 15' do segundo tempo.

Cartões amarelos: Juninho, Alessandro Lopes, Luis Camargo, Somália e Diego Correa; Thiago Gomes e Maurício.

Árbitro: Carlos Ronne Casas de Paiva, do Acre.

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