Tostão - Jogo difícil
Em virtude da minha falta de tempo, trago para vocês hoje um texto do Tostão, publicado hoje, em que ele explica sobre a seleção brasileira, o jogo de hoje. Aliás, para alguns dias, você verá um texto meu espelhado em um livro publicado dele. Apenas aguarde.
Por enquanto, o texto dele:
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Costa do Marfim e Portugal têm boas chances de vencer a Coreia do Norte pela diferença de mais de um gol. Por isso, empatar hoje com a Costa do Marfim é um resultado ruim, perigoso. O Brasil teria de ganhar de Portugal.
A Costa do Marfim é uma seleção alta, forte e com bom sistema defensivo. O bom ataque de Portugal foi totalmente anulado. Por outro lado, o time africano não criou chances de gol. O jogo só poderia terminar em 0 a 0.
A Costa do Marfim atua com quatro defensores, dois volantes, uma linha de três meias e um centroavante. Mas como marcou muito atrás, com nove jogadores em seu campo, esperando Portugal para contra-atacar, o centroavante ficou isolado. Hoje, Drogba inicia a partida. Ele é excepcional nas jogadas aéreas e nas finalizações.
Como a Coreia do Norte marcou muito atrás, Gilberto Silva e Felipe Melo atuaram livres. Se a Costa do Marfim fizer o mesmo, o que é provável, Felipe Melo deveria avançar mais, o que não fez contra a Coreia do Norte. A chegada de trás de um armador confunde a defesa adversária.
Certamente, os dois meias da Coreia do Norte, um de cada lado, vão tentar impedir os avanços de Michel Bastos e principalmente de Maicon. É mais um motivo para Felipe Melo chegar mais à frente. Daniel Alves e Ramires fazem isso melhor. Se o Brasil não conseguir vantagem no primeiro tempo ou até nos 15 minutos do segundo, é provável que entre um ou os dois.
Nilmar é outra opção para o segundo tempo. Ele é agora o primeiro reserva de Robinho, de Luís Fabiano e até de Kaká. Robinho passaria a fazer a função do jogador do Real Madrid, como ocorreu no segundo tempo contra a Coreia do Norte.
Em uma Copa do Mundo, o controle das emoções é também decisivo. O jogador tem de ser vibrante, sem ser apressado, afoito. A ansiedade até certos limites ajuda o atleta. Há uma maior produção de substâncias químicas, e o jogador fica mais atento, mais aguerrido e com mais força muscular. É o doping psicológico.
Mas quando a ansiedade atinge níveis muito altos, o atleta fica confuso, intranquilo, passa a errar mais e a ser mais agressivo, correndo riscos de ser expulso. Dunga tem de ficar de olho em Felipe Melo.
“Quem ganha e perde as partidas é a alma” (Nelson Rodrigues).
Um abraço!
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