terça-feira, 15 de junho de 2010

Nova Zelândia 1 x 1 Eslováquia


Nova Zelândia x Eslováquia seria um jogo, no mínimo, curioso. A Nova Zelândia é aclamada por muitos como a pior seleção da Copa do Mundo, pior até mesmo que Coreia do Norte, Eslovênia e Argélia. Esse jogo seria o jogo para confirmar a constatação, ou mesmo o jogo para uma surpresa. Já a Eslováquia ficou em primeiro nas eliminatórias, com uma campanha impressionante, e é apontada como candidata a zebra na Copa da África. Esse jogo responderia essas duas perguntas. Veja como foi.

O jogo começou equilibrado, com a Eslováquia melhor nos primeiros 5 minutos, mas nos próximos períodos a Nova Zelândia com uma posse de bola crescente, e apostando nas bolas aéreas desde cedo.

Mas aos 15', a Eslováquia voltou a ter mais posse de bola, equilibrando o jogo, usando bastante o lado esquerdo, com Cech e Hamsik caindo por esse lado.

No entanto, desse peixe não saía oportunidades de gol, que eram escassas para ambos os times. Os neozalendeses, todos de branco, não chutavam a gol, e os eslovacos até o faziam, mas sem muita eficiência.

Aos 21', Hamsik cortou da esquerda para o meio, e chutou, perto da trave esquerda.

A Eslováquia também chegou aos 27', com Sestak. Weiss fez uma boa tabela com o Sestak, da intermediária, e acabou na área, para Sestak chutar rente a trave esquerda.

A equipe europeia crescia na partida, com constante posse de bola, mas por vezes não conseguia ultrapassar as duas linhas de quatro neozelandesas na partida.

Aos 32', um lance que poderia ter sido outra falha de goleiros nesta Copa. Foi quando o goleiro neozelandes Paston furou um tiro de meta, com a bola parada, para Vittek recuperar a bola e cruzar. Sorte do goleiro que ele conseguiu interceptar o cruzamento e botar para escanteio.

E aos 34', o mesmo Vittek chutou de longe, e a bola passou piando, pertinho da trave.

A Nova Zelândia respondeu aos 37', quando Shane Smeltz fez tabela com Chris Killen, para chutar perto, de dentro da área. E a equipe da Oceania marcava forte, e voltava a equilibrar na marca dos 40 minutos da primeira etapa.

Mas a próxima chance de gol foi de Hamsik, quando ele recebeu bola rolada e bateu, tentando encobrir o goleiro, que espalmou para cima.

O jogo, a esta ocasião, era tão equilibrado que a posse de bola era 50% para cada lado, na marca dos 44 minutos.

E o primeiro tempo foi de equilíbrio. A Eslováquia iniciou a partida com mais posse de bola, mas logo a Nova Zelândia retomou o domínio territorial. Mas depois equilibrou novamente. Como foi visto anteriormente, os 45 minutos iniciais findaram-se com 50% de posse de bola para cada equipe. E eu me surpreendi com a Nova Zelândia; não que tenha sido grande coisa, longe disso, mas é muito acima do que acharam que ela era: a pior seleção da Copa, atrás de países como Argélia, Eslovênia e Coreia do Norte. Marcou bem, com duas linhas de quatro jogadores, e conseguiu manter a posse de bola durante curtos períodos do jogo. Só lhe faltou chutes a gol. A Eslováquia mostrava-se uma boa seleção, com um quarteto que chegava com frequência ao ataque, de Sestak, Vittek, Hamsik e Weiss. O último tinha grande atuação, utilizando o lado direito do campo, e Hamsik jogava caindo pelo lado esquerdo. Aliás, Hamsik mostrava-se um grande finalizador, chutando bastante a gol. O resultado era justo, pois a Nova Zelândia não chegou com consistência, e a Eslováquia por vezes não conseguia furar as duas linhas de quatro oceânicas.

E a Eslováquia iniciou a segunda parte atacando, de maneira até surpreendente. E logo saiu o gol, na marca de 5 minutos. Foi quando Sestak, com a bola rolando, cruzou para Vittek cabecear com estilo, no canto direito de Paston. 0 a 1. Golaço de cabeceio! E um prêmio à postura ofensiva adotada pela Eslováquia no começo da segunda etapa.

A Nova Zelândia procurou manter mais a posse de bola após sofrer o gol, e melhorou na partida. Só faltava ir mais para cima, chutar, tentar o drible, pois cautela não leva ninguém a lugar nenhum. E por isso, o equilíbrio voltou a prevalecer, com a Eslováquia tocando a bola, buscando passar o tempo.

A Nova Zelândia decidiu voltar ao caminho que não dava certo, que era apostar em chutões. E não chegava a lugar algum. O jogo esfriara muito.

Mas, em uma das poucas jogadas eficientes da Nova Zelândia, cruzamento para a área. Era o último minuto do jogo, os últimos 10 segundos. Smeltz cruzou sem muita esperança. E Reid cabeceou bem para empatar, na trave direita. 1 a 1. Explosão, alegria, e o primeiro ponto da Nova Zelândia na história das Copas do Mundo. E agora, está tudo igual no Grupo F, com todas as seleções com apenas um ponto. Classificação neozelandesa? Não sei. Depois desse empate com gosto de vitória, tudo é possível para os garotos de Wellington. Veja abaixo os dois gols da partida.



Notas:

Nova Zelândia:

Paston: Nota 5,5 - Mostrou-se um goleiro mediano, mas quase entregou o ouro em falha bisonha na primeira etapa.
Reid: Nota 6,5 - Um lateral que apoia bastante, conseguiu se infiltrar na área adversária, enganando a marcação, trocando de posição com Smeltz. Pena que falhou no gol eslovaco.
Nelsen: Nota 6,0 - O capitão deu muitos chutões, mas fez o seu papel.
Vicelich: Nota 5,5 - Com 1,93 cm, conseguiu ir bem pelo alto, mas mal pelo chão. Mostrou falhas de posicionamento.
Smith: Nota 5,5 - Pouco apoiou, mas foi mediano na marcação.
Lochhead: Nota 5,5 - Violento, não foi participativo, mas teve bom aproveitamento nos passes.
Elliott: Nota 6,0 - O mais técnico, foi bem nas cobranças de escanteios, e correu bastante. Mas poderia ter sido mais ousado.
Bertos: Nota 5,5 - Recuando para formar um terceiro zagueiro, foi bem na colocação, mas faltou velocidade.
Killen: Nota 6,0 - É técnico, e fez um grande primeiro tempo. Mas caiu no segundo tempo, pois não tem boa condição física.
Fallon: Nota 5,0 - Perdeu uma chance de ouro de cabeça. E não se movimentou muito.
Smeltz: Nota 6,0 - Como atacante, quase marcou uma das poucas oportunidades que lhe bateram à porta. Deu o cruzamento para o segundo gol. Só poderia ter participado mais.
Wood: Nota 5,0 - Era titular, mas virou reserva. E mostrou pouca mobilidade nos 20 minutos que esteve em campo.
Christie: Nota 5,0 - No lugar do cansado Vicelich, não teve muito trabalho nos 12 minutos que esteve em campo.

Técnico Richard Herbert: Nota 6,0 - Botou uma equipe defensiva, no estilo inglês, jogando pelo alto. Armou duas boas linhas de quatro. De ruim, apenas que fez apenas 2 alterações, que não jogaram bem.

Eslováquia:

Mucha: Nota 6,0 - Não teve muito trabalho, e não falhou no gol neozelandês.
Zabavnik: Nota 5,5 - Quando recebeu a bola, apenas tocou para os talentosos da frente, Weiss e Vittek.
Skrtel: Nota 5,5 - Zagueiro do Liverpool, poderia ter feito mais desarmes, e falhou no gol neozelandês.
Durica: Nota 5,5 - Melhor pelo chão, também falhou no gol neozelandês.
Marek Cech: Nota 6,0 - Frequente peça no ataque, fez grande dupla com Sestak e Hamsik.
Strba: Nota 5,5 - Não teve muito trabalho, pois a Nova Zelândia não atacava muito, mas quando foi exigido, não decepcionou.
Weiss: Nota 6,5 - Um jogador rápido, levou perigo sem igual no primeiro tempo, mas cansou na segunda etapa e saiu.
Hamsik: Nota 6,0 - Correu bastante, e deu bastante chutes. Mas faltou mostrar sua qualidade nos passes. Foi, ao menos, um bom capitão, orientando os companheiros.
Jendrisek: Nota 5,0 - Um pouco omisso, não mostrou ousadia e foi pior que os atacantes.
Vittek: Nota 6,5 - Sempre com muita mobilidade, foi o melhor da partida, fazendo grandes jogadas pelos lados do campo. E marcou o seu, em cabeceio preciso.
Sestak: Nota 6,0 - Fez boas jogadas pela lateral do campo, e deu um cruzamento fantástico para o gol eslovaco.
Holosko: Sem nota - Jogou apenas 9 minutos.
Stoch: Sem nota - Jogou só 5 minutos.
Kucka: Sem nota - Entrou para gastar tempo, que não foi o suficiente.

Técnico Vladimir Weiss: Nota 5,5 - Armou uma equipe no papel ofensiva, mas Jendrisek não jogou bem e estragou seus planos. Demorou muito para substituir.

Árbitro Jerome Damon: Nota 6,0 - Por vezes, a violência prevaleceu na partida. Além disso, seus auxiliares foram ruins, não apitando os impedimentos que originaram nos dois gols.

Dados:


Resultado final: Nova Zelândia 1 x 1 Eslováquia.

Estádio: Royal Bafokeng Stadium, em Rustemburgo, na África do Sul.

Público: 23.871 pagantes.

Escalação Nova Zelândia: Paston; Reid, Nelsen, Vicelich (Christie 33' 2° T) e Smith; Lochhead, Elliott, Bertos e Fallon; Smeltz e Killen (Wood 27' 2° T). Técnico: Richard Herbert.

Escalação Eslováquia: Mucha; Zabavnik, Skrtel, Durica e M. Cech; Strba, Weiss (Kucka 44' 2° T) e Hamsik; Jendrisek, Vittek (Stoch 39' 2° T) e Sestak (Holosko 36' 2° T). Técnico: Vladimir Weiss.

Gols: Reid, aos 48 minutos do segundo tempo; Vittek, aos 5 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos: Lochhead e Reid; Strba.

Árbitro: Jerome Damon, da África do Sul.

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