domingo, 13 de junho de 2010

Argélia 0 x 1 Eslovênia


Argélia x Eslovênia. Quem olhasse a tabela dos jogos da Copa do Mundo antes da mesma começar, tranquilamente diria que esse jogo seria o pior da primeira fase. Os jogadores são ruins, e eles não conseguiram bons resultados em amistosos. E quem acordou às 8h deste domingo, para esperar 30 minutos para acompanhar a partida, com certeza se arrependeu. A segunda pior partida da Copa, atrás apenas de Uruguai x França.

O jogo começou logo com uma chance de gol da Argélia, que para muitos venceriam. Logo com 2 minutos, Belhadj cobrou uma falta para grande defesa de Handanovic.

No entanto, os primeiros 5 minutos foram de equilíbrio, com as equipes se estudando e trocando muitos passes no campo de defesa. A Argélia, principalmente, abusava de passes no campo defensivo, sempre laterais, sem objetividade. E quando tentava passar da linha de meio de campo, perdia passes simples, fáceis. Apelava também pela ligação direta, após tentativas frustradas. A Eslovênia era mais objetiva, embora tivesse dificuldade em se aproximar da área e errase muitos passes.

E foi nesse contexto, só de críticas que o primeiro tempo foi indo. As duas seleções jogavam muito mal, ambas as equipes não tinham nenhum entrosamento. Era incrível.

Uma pausa para os 19', em que Birsa cobra forte uma falta pelo lado direito para Chaouchi espalmar.

Aos 25', o jogo estava insuportável, com ambos os times errando passes fáceis, sem conseguir dar ao menos uma jogada incisiva.

Ziani até tentava, é verdade. Ele até protagonizou um bonito lance aos 29', quando deu um drible no zagueiro esloveno e cruzou de três dedos. Pena que a zaga se antecipou.

Mas isso foi exceção. O show de críticas continou, e escrevi em meu caderno, aos 32': as equipes não querem jogar, com exceção de alguns jogadores, como Dedic, Ziani, Belhadj e Birsa. O primeiro com raça, o segundo com velocidade pelo lado esquerdo, o terceiro com investidas pela esquerda e o último com qualidade no passe.

O maior problema era o meio de campo, que nada conseguia criar, tampouco manter a posse de bola ofensivamente. Faltava, também finalizações.

Aos 35', Ziani cobrou escanteio e Halliche subiu mais que todos, cabeceando para o chão. A bola passou rente a trave. Aliás, essa deveria ser a jogada argelina: bola alçada pra área. Já que não tinha nenhuma qualidade com a bola no chão, porque não tentar bola aérea para seus altos jogadores?

Incrivelmente, a Argélia só ficou por esse lance mesmo, e logo voltou a inércia de antes, sem tentar nada ousado, como se estivesse com preguiça.

Aos 42', uma boa defesa de Chaouchi, após chute de Birsa. Ele espalma para escanteio.

E o primeiro tempo confirmava as expectativas de antes de partida; um jogo falho tecnicamente, sem movimentação, e preguiça. O resultado era justo. Um 0 x 0 que condizia com a capacidade nula de africanos e europeus para criar chances de gol. A Argélia mostrava-se uma equipe deficiente tecnicamente para tocar a bola. Quando o fazia, era em seu campo de defesa, com passes rasos e curtos. Até o encerramento da primeira etapa, só havia levado perigo nas bolas aéreas, se bem que ela nem utilizou tanto desse artifício. Belhadj era o único que deu bons cruzamentos, com suas investidas. Assim como Ziani, que fazia uma partida boa para os padrões argelinos. Já a Eslovênia tinha mais posse de bola, mas não era incisiva; errava muitos passes quanto tentava algo mais profundo, ofensivo. Mostrava-se desconcentrada, e a única oportunidade de gol no primeiro tempo saiu de jogada individual de Birsa. Além disso, os times não tinham nenhum entrosamento. Definitivamente, o futebol não foi convidado para esse jogo.

Os minutos iniciais da segunda parte foram equilibrados, embora as equipes estivessem ligeiramente mais ofensivas e utilizando mais os lados do campo, na impressão inicial.

Porém, embora estivesse mais ofensivos, um problema persistia: o domínio de bola e os erros de passes. Culpa da técnica ou da Jabulani? Me apetece dizer que é técnica. Ou melhor, a falta dela.

Aos 16', a Eslovênia tinha mais posse de bola, e chutava mais, contudo faltava capricho em todos os fundamentos.

E o jogo foi ficando aos poucos sem perspectivas de mudanças. Escrevi que seria 0 x 0.

Até que um idiota chamado Ghezzal, em cruzamento para a área, pega a bola com a mão, esticado, intencionalmente. Como já tinha amarelo, é expulso imbecilmente. Isso, aos 27'.

E de início a Eslovênia não aproveitava, já que continuava trocando passes dem objetivo algum. E sem entrosamento algum.

Até que Koren, em chute despretensioso, abre o placar. A bola foi fraca, fraca, como uma brisa de vento, mas Chaouchi aceitou e levou o segundo frango da Copa. 0 a 1.

Um gol que veio no pior momento da partida, diga-se de passagem; as equipes trocavam passes despretensiosamente, e todos os jogadores jogavam mal. Quem assistia não percebia a passagem do tempo. Mas futebol é assim.

E a Argélia, ao invés de tentar sair pro jogo, se sentiu confortável com o resultado e nem tentou mais nada. Só esperou o tempo passar.

Para a Eslovênia conquistar uma vitória injusta, já que o bom seria um 0 x 0. Que também podia servir como nota para o jogo. Assim, a primeira rodada do Grupo C acabou. Com a Eslovênia na liderança, com 3 pontos, Estados Unidos e Inglaterra com 1, e a Argélia com nenhum. Já pensou s e a Eslovênia tira os EUA da Copa? Uma zebra sensacional; espero que não aconteça. Veja abaixo o gol esloveno da partida, e o frango inacreditável de Chaouchi.



Notas:

Argélia:

Chaouchi: Nota 3,5 - Apesar de ter feito uma defesa difícil, levou um frango inacreditável.
Yahia: Nota 5,0 - Heroi da classificação, pouco fez além de marcar.
Bougherra: Nota 6,0 - O melhor zagueiro argelino, foi bem pelas bolas aéreas e não falhou.
Halliche: Nota 5,5 - Um zagueiro atrapalhado, foi bem nas subidas ao ataque.
Belhadj: Nota 6,0 - Apoiou bastante no primeiro tempo, mas no segundo foi peça nula.
Lacen: Nota 5,0 - Lhe faltou técnica, mas percebeu que era preciso cruzar para ganhar.
Ziani: Nota 5,5 - Bem pelo lado esquerdo, começou com vontade, mas quando viu a apatia dos companheiros, caiu também.
Yebda: Nota 4,5 - Sempre quando pegava na bola, recuava a menina.
Kadir: Nota 4,5 - Completamente nulo na criação, ao menos marcou.
Matmour: Nota 5,0 - Não quis jogar, mas ao menos utilizou a velocidade para tentar recuperar a bola.
Djebbour: Nota 4,5 - Não recebeu nenhuma bola, mas também não fez nada para tentar mudar a situação.
Ghezzal: Nota 0 - Jogou, recebeu uma bola em que cabeceou para fora. Mas logo no primeiro lance fez falta dura e recebeu amarelo, e depois pegou com a mão sem necessidade. Uma atuação pífia.
Saifi: Sem nota - 9 minutos para tentar fazer um milagre.
Guedioura: Sem nota - 7 minutos para tentar fazer um milagre.

Técnico Rabeh Saadane: Nota 3,5 - Não teve ousadia para colocar a equipe para frente inicialmente, e fez alterações completamente ineficientes.

Eslovênia:

Handanovic: Nota 6,0 - Foi seguro quando foi exigido, mas não trabalhou muito.
Brecko: Nota 5,5 - Não foi eficiente pelo lado direito.
Suler: Nota 5,5 - Falhou nas bolas aéreas, dando chance para Halliche marcar.
Cesar: Nota 6,0 - Deu chutão quando foi preciso, mas mostrou-se lento.
Jokic: Nota 5,5 - Ineficiente no apoio, não teve que marcar ninguém. Por isso, quase não apareceu.
Koren: Nota 6,5 - Percebeu que era preciso chutar a gol, pois o goleiro argelino é frágil. Mas não foi um meia criativo.
Radosavljevic: Nota 5,5 - Participativo, mas foi falho na marcação e não criou.
Kirm: Nota 4,5 - Sem nenhuma criatividade, apenas fez figuração no meiocampo.
Birsa: Nota 6,5 - Se alguém teve um mínimo de criatividade, foi ele, que também arriscou finalizações.
Dedic: Nota 5,5 - Teve raça e correu bastante no primeiro tempo, mas não participou ativamente do jogo.
Novakovic: Nota 4,5 - Completamente nulo, não recebia bolas nem tentava recuar para minimizar o problema.
Ljubijankic: Nota 5,5 - Entrou, mas não fez diferença no contexto do jogo.
Pecnik: Sem nota - Jogou apenas 5 minutos.
Komac: Sem nota - Jogou só 3 minutos.

Técnico Matjaz Kek: Nota 5,5 - Assim como Saadane, não armou a equipe para atacar, mas agiu bem no intervalo ao dar uma bronca no time, que manteve mais a posse de bola no campo de ataque.

Árbitro Carlos Batres: Nota 7,0 - O jogo não foi violento, por isso não apareceu muito, mas não falhou nenhuma vez. Atuação ideal.

Dados:

Resultado final: Argélia 0 x 1 Eslovênia.

Estádio: Peter Mokaba Stadium, em Polokwane, na África do Sul.

Público: 30.325 pagantes.

Escalação Argélia: Chaouchi; Yahia, Bougherra, Halliche e Belhadj; Lacen, Ziani, Yebda, Kadir (Guedioura 37' 2° T) e Matmour (Saifi 36' 2° T); Djebbour (Ghezzal 12' 2° T). Técnico: Rabeh Saadane.

Escalação Eslovênia: Handanovic; Brecko, Suler, Cesar e Jokic; Koren, Radosavljevic (Komac 42' 2° T), Kirm, Birsa (Pecnik 39' 2° T) e Dedic (Ljubijankic 8' 2° T); Novakovic. Técnico: Matjaz Kek.

Gol: Koren, aos 36 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos: Yebda e Ghezzal; Rasodavljevic e Komac.

Cartão vermelho: Ghezzal.

Árbitro: Carlos Batres, da Guatemala.

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