sábado, 5 de junho de 2010

Flamengo 1 x 2 Goiás


Qual seria a escolha natural entre as partidas Flamengo x Goiás, Avaí x Fluminense, e Vitória x Atlético-PR? Esses eram os jogos que iam passar hoje, às 18h30. Logo pensei: vou escolher o Flamengo x Goiás, pois o primeiro estava em crise, mas conseguiu boa vitória contra o Palmeiras, e vou ver se vai dar sequência. E o Goiás estava numa ascendente incrível no brasileirão, com duas vitórias consecutivas até este jogo.

E a partida começou de certa forma equilibrada, intensa. O Goiás era um pouco superior nos primeiros 5 minutos, mas logo o Flamengo tratou de equilibrar um pouco, com boa posse de bola.

E numa falta surgiu a primeira oportunidade de gol do jogo. Eram 8 minutos, da entrada da área. Bernardo, no entanto, exagerou na força e mandou para a torcida.

A marcação do Goiás era muito boa; se antecipando aos jogadores flamenguistas antes de os mesmos dominarem a bola. Wellington Monteiro, aquele que fez uma sequência de gols contras pelo Fluminense ano passado, era o principal nome da marcação que o Goiás subpunhava ao Flamengo, logo no círculo da intermediária. Monteiro anulava todas as tentativas de ataque flamenguista pelo seu lado esquerdo, até os 15 minutos.

O Flamengo tentava, contudo a capacidade de desarme goiana era muito boa. Com 21 minutos, o Goiás havia efetuado incríveis 18 desarmes, e o Flamengo apenas 4. Vinícius Pacheco e Michael tentavam trocar a posição frequentemente, mas isso não enganava a defesa do alviverde.

Alguns que conseguiam passar pela forte marcação do Goiás eram Léo Moura, que mostrava muita velocidade, e Bruno Mezenga, dando grandes passes de trivela.

Todavia, o Flamengo sentia a falta de um atacante que desse arrancadas verticais, em direção ao gol. Em busca de uma falta.

E se Vinícius Pacheco, Mezenga e Michael não o fizeram, o papel coube ao ex-atacante Toró, que deu um arranque incrível em direção a área para ser derrubado na risca da grande área. Na cobrança, Bruno tentou o canto direito, mas isolou a menina, como Didi tanto gostava de chamar a bola.

Pacheco até dava boas arrancadas pelos lados do campo. Mas a conversa que Rogério Lourenço teve com ele durante a semana, sobre não se jogar, não fazia efeito. Dessa vez, não precisava nem entrar na área: encostou, caiu.

Num contra-ataque do Goiás, aos 37', Bernardo recebe com passe e, livre, se atrapalha com a bola e perde gol feito.

O Flamengo tentava pressionar, mas seus meias não ajudavam. Ou melhor, não eram só os meias - zagueiros, atacantes, laterais e até o goleiro Bruno não se cansavam de errar passes.

E findado o primeiro tempo sem grandes oportunidades de gol, logo corri ao meu bloco de anotações e disse:

O primeiro tempo não foi um primor técnico por parte de nenhum dos dois times. O Flamengo já vinha errando muitos passes há muitos jogos, mas se superou nesse jogo. Na partida inteira contra o Grêmio, foram 43 passes errados, um número já elevado. Mas, só no primeiro tempo da partida contra o Goiás, foram nada mais nada menos que 37 passes malfeitos! Por isso, o Flamengo, que até mantinha posse de bola, não abria o marcador. Outro fator negativo era a falta de finalizações cariocas. Só foi uma finalização flamenguista em toda a primeira etapa. O Goiás tinha grande capacidade de desarme, com Rafael Tolói, Wellington Monteiro e Jonílson liderando nesse quesito. Entretanto, era óbvio que faltava posse de bola e um pouco mais de capricho nas conclusões. O resultado, em meio a tantas botinadas dos dois times, era completamente justo. O destaque do Goiás era Rafael Toloi, e o do Flamengo, Léo Moura.

E surpreendentemente, o Flamengo voltou muito melhor para o segundo tempo. Aproveitando mais Léo Moura, o time teve uma injeção de velocidade.

Logo com 1 minuto de jogo, Mezenga dá grande drible e, dentro da grande área, bate de esquerda. Mas a bola saiu fraca e Rodrigo Calaça não teve muitos problemas para defender.

Camacho havia entrado muito bem na partida, para surpresa, ou melhor, espanto meu, que acho ele sem técnica e extremamente marcador. Mas ele entrou ofensivamente, e deu qualidade de passe impressionante à equipe rubro-negra. Enfim, um alento àquele time sem técnica do primeiro tempo.

Naquele ritmo, não demoraria muito até o Flamengo abrir o placar. E o fez com Toró, marcando um gol quase 2 anos depois de seu último tento. Foi numa grande jogada, em que Camacho deu um bolão para Léo Moura, que foi para a linha de fundo, e cruzou para a marca do pênalti. Vinícius Pacheco deu um corta luz, e a bola sobrou limpa para Toró tocar fraco no canto esquerdo. 1 a 0. Um prêmio ao bom futebol que o Flamengo apresentava após a entrada de Camacho.

Aos 15 minutos, Vinícius Pacheco dá grande arrancada do meio para a esquerda, e bate cruzado. A bola passe rente a trave direita, rente aos pés de Bruno Mezenga. A dupla de ataque flamenguista mostrava um entrosamento muito bom para quem atuava junto pela primeira vez no ano.

O número de passes errados diminuiu muito por parte do Flamengo, que ainda assim decidiu diminuir a marcha, dando mais espaço para o ataque do Goiás.

E o time goiano conseguia mais e mais espaço. Ainda assim, faltava o penúltimo passe.

Assim, a pressão goiana que engatinhava aos 20 minutos, foi se tornando um verdadeiro bombardeio ao Flamengo aos 30'.. Só ficava 1 jogador atrás do meio de campo.

Isso trouxe até um grande contra-ataque para o Flamengo, aos 34', quando Camacho deu um bote certeiro e passou para Diego Maurício, que tentou por no ângulo. A dita cuja passou rente a trave.

Contrariando as expectativas, o Goiás nem ligou para esse lampejo do Flamengo. Continuou a todo vapor, como uma máquina que trabalhava intensamente. E o presente saiu aos 39 minutos, em cobrança perfeita de falta de Hugo. A bola foi onde a coruja dorme. Golaço! 1 a 1.

Apenas 3 minutos depois, Douglas fez uma grande jogada e mandou um foguete para a defesa de Bruno. Mas a bola desceu estranhamente, e Bruno, sentado apenas encosta na bola, como se estivesse ajeitando a bola para os pés de Otacílio Neto, que não perdoou. 1 a 2. A virada em bisonha falha de Bruno.

Mérito de Emerson Leão, que colocou Hugo, deixando a equipe mais veloz, e que botou Otacílio Neto, que colocou ainda mais velocidade à equipe, e fez o segundo gol. Leão botou a equipe pra frente, e o Flamengo simplesmente parou de jogar. Vitória completamente justa. O Goiás teve pegada no primeiro tempo, e no fim do segundo mostrou que também sabe atacar. E que recuperação! De 20° a 4° lugar em 3 rodadas! Meus parabéns a Emerson Leão!



Notas:

Flamengo:

Bruno: Nota 4,5 - Não fez nenhuma grande defesa, além de ter falhado bisonhamente no segundo gol.
Welinton: Nota 5,5 - Será que ele é melhor que Álvaro? Não jogou bem, apesar de não ter comprometido.
David: Nota 6,0 - Fez bons desarmes, mas tentou fazer passes impossíveis.
Ronaldo Angelim: Nota 6,0 - Pela esquerda, às vezes foi demais ao ataque, deixando a defesa desguarnecida.
Léo Moura: Nota 6,5 - Extremamente veloz, imprimiu um ritmo muito bom ao ataque rubro-negro, além de ter dado uma assistência. Contudo, poderia ter sido mais eficiente.
Maldonado: Nota 5,5 - Boa colocação, mas ainda está abalado pela não convocação à seleção chilena.
Toró: Nota 7,0 - Desarmou, correu, arrancou, e até fez gol. O melhor flamenguista em campo.
Michael: Nota 6,0 - Deu grandes passes, mas não foi para cima dos adversários nem finalizou.
Juan: Nota 6,0 - Poderia ter segurado Douglas no segundo gol goiano. Mas chegou bem ao ataque, como um verdadeiro ala.
Bruno Mezenga: Nota 6,0 - Gosto muito de seus passes de trivela. Mas perdeu uma boa chance, quando ele bateu fraco, de esquerda. Ainda assim, foi bem.
Vinícius Pacheco: Nota 6,5 - Muito veloz, poderia ter ajudado ainda mais a equipe se não se jogasse tanto. Mas o que foi aquele corta-luz no primeiro gol!
Camacho: Nota 6,5 - Deu mais qualidade ao passe da equipe, e jogou muito bem nos primeiros 20 minutos. Depois, caiu de produção.
Diego Maurício: Nota 5,5 - Duas chances de ouro, dois gols perdidos.
Fernando: Nota 4,0 - Entrou só para bater. Merecia ter sido expulso após carrinho por trás em Otacílio Neto.

Rogério Lourenço: Nota 6,0 - Armou a equipe mal, e corrigiu com a entrada de Camacho. Mas não mereceu ter sido vaiado pela torcida. Ele tem vários jogadores lesionados, e alguns jogadores produzem menos do que deveriam.

Goiás:

Rodrigo Calaça: Nota 6,0 - Fez duas grandes defesas. Gostei da atuação, bem segura.
Douglas: Nota 6,5 - Conteve bem Juan, e foi ao ataque, resultando no segundo gol do Goiás.
Ernando: Nota 6,5 - Não desarmou muito, mas fez desarme providencial em Ronaldo Angelim, completamente na bola, já dentro da área. É um jogador que sabe dar carrinhos.
Rafael Tolói: Nota 7,0 - Como é bom esse garoto! Mostrou força, raça, técnica e atitude. Não deixou ninguém passar por ele. Vem fazendo um campeonato sensacional.
Wellington Saci: Nota 5,5 - Não fez nada para conter Léo Moura, e também não foi ao ataque.
Amaral: Nota 6,0 - Fez bom papel, segurando Michael.
Jonílson: Nota 6,5 - Muita vitalidade em campo, correu por todos os companheiros.
Romerito: Nota 6,0 - Não apareceu muito, porém foi seguro, sem errar muitos passes.
Wellington Monteiro: Nota 7,0 - Outro que foi muito bem. Mostrou força, garra, e desarmou até o que não podia. E ainda acertou passes.
Bernardo: Nota 5,0 - O pior goiano em campo, não botou ninguém na cara do gol, perdeu um gol feito, e só errou nas cobranças de falta.
Éverton Santos: Nota 6,0 - Ajudou muito na marcação, mas nada fez no ataque.
Otacílio Neto: Nota 7,5 - Estreia excepcional! Deu muita velocidade à equipe, apanhou muito, poderia ter resultado em pelo menos 3 cartões vermelhos, e já fez 1 gol logo de cara! Para lavar a alma!
Hugo: Nota 6,5 - Habilidoso, fez muito bem ao meiocampo goiano. E acertou a primeira cobrança de falta que tentou, ao contrário de Bernardo.
Rafael Moura: Nota 5,5 - Nada fez nos 14 minutos que esteve em campo.

Emerson Leão: Nota 7,5 - Armou um time pegador, com 3 volantes. Mas também soube atacar, e substituiu muito bem, colocando Otacílio Neto. O responsável pela vitória.

Árbitro Francisco de Assis: Nota 5,5 - Não apareceu muito, mas não teve coragem de expulsar nenhum jogador flamenguista.

Dados:

Resultado final: Flamengo 1 x 2 Goiás.

Estádio: Maracanã, no Rio de Janeiro.

Público: 11.855 pagantes.

Escalação Flamengo: Bruno; Welinton, David e Ronaldo Angelim; Léo Moura, Maldonado (Camacho 2° T), Toró (Fernando 35' 2° T), Michael e Juan; Bruno Mezenga e Vinícius Pacheco (Diego Maurício 27' 2° T). Técnico: Rogério Lourenço.

Banco de Reservas Flamengo: Camacho, Diego Maurício, Fernando, Everton Silva, Fabricio, Marcelo Lomba e Ramon.

Escalação Goiás: Rodrigo Calaça; Douglas, Ernando, Rafael Tolói e Wellington Saci; Amaral, Jonílson, Romerito (Otacílio Neto 18' 2° T), Wellington Monteiro (Rafael Moura 31' 2° T) e Bernardo (Hugo 18' 2° T); Éverton Santos. Técnico: Emerson Leão.

Banco de Reservas Goiás: Otacílio Neto, Hugo, Rafael Moura, Fabio, Marcão, Túlio e Wendel Santos.

Gols: Toró, aos 6' do segundo tempo; Hugo, aos 39', e Otacílio Neto, aos 42' do segundo tempo.

Cartões amarelos: Welinton, Toró, Camacho e Fernando; Rafael Tolói e Wellington Monteiro.

Árbitro: Francisco de Assis de Almeida Filho.

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