quarta-feira, 23 de junho de 2010

Garrincha - A antítese do futebol atual



Olá amigos!

É com todo o orgulho que venho novamente aqui falar do que acredito ter sido o maior jogador de todos os tempos, Garrincha.

Manoel dos Santos nasceu em Pau Grande, um lugar muito pobre, mas simpático, alegre, e com muito espaço para Garrincha jogar seu futebol enorme.

Na época em que o futebol era mais praticado entre as crianças do que hoje, geralmente jogava Garrincha e mais dois, contra 7 ou 8, tamanha sua capacidade de driblar tudo, menos as bebidas e as mulheres.

Pulando um pouco, ele fez o primeiro teste dele se não me engano em 1951 ou 1952. Já arrepiava com todos em Pau Grande, jogando pelo Pau Grande FC. Sempre com seus amigos Pincel e Swing, que o acompanhavam em todos os lugares. Nos testes iniciais, não jogava, não podendo mostrar seu talento. Até porque não o levavam a sério. Tinha pernas extremamente tortas, e a perna esquerda era seis centímetros menor que a direita. Seria um milagre médico se ele ao menos pudesse andar. Jogar futebol então, do que jeito que jogava, era algo impensável.

As pernas de Garrincha.

Até que um dia ele foi aprovado no Botafogo, após ganhar algumas jogadas de Nílton Santos, o maior lateral esquerdo da história. Diz a lenda que Nílton foi aos dirigentes e disse: "É melhor vocês contratarem ele, pois é melhor termos esse monstro ao nosso lado do que contra". Os dirigentes, para o bem do futebol, ouviram Nilton Santos.

Mas não para o bem de Garrincha. O anjo das pernas tortas foi, provavelmente, o jogador mais prejudicado da história pelos dirigentes de seu clube. Ainda assim, Garrincha era uma humildade que só.

Contra ele, os cartolas poderiam afirmar que ele não era bom profissional. E não era mesmo; treinar não era com Garrincha. Preferia tomar todas, transar com várias mulheres, e dormir de madrugada. Isso, na véspera do jogo. Mas nunca mostrou ressaca. Muito pelo contrário: Garrincha era o terror de todos os laterais esquerdos. De qualquer time, porque Garrincha não se importava em saber o nome do time que ele enfrentaria. Normalmente, era depois de 30 minutos.

Tática? Muito menos. O técnico ia dar orientações para Garrincha, ele fazia que sim, ia todo empolgado para enganar o treinador, e apenas ficava plantado na ponta direita. Aí recebia a bola, arrancava para o lado direito, quase sempre pra este lado, e ou cruzava, ou chutava, ou mesmo esperava seu marcador para dar lhe outros dribles. O monstro não aceitava ser provocado; seus companheiros, sabendo disso, logo diziam: "Mané, aquele ali disse que você não é de nada e vai te tomar a bola fácil, fácil". Então Mané pegava na bola, e se precisasse esperava seu marcador chegar. Chegou? Então tchau.
- Vê se me pega!, gritava ele.
E então o jogador tentava correr, e quando o alcançava, via que estava correndo atrás apenas de Garrincha: a bola ele deixara atrás, em sua clássica jogada. Depois, Garrincha voltava e buscava a bola, sem nenhum desequilíbrio. Seu marcador, no entanto, logo caía de cara no chão.

E o público delirava; ria, gritava, ficava louco, devidamente trajados em ternos pretos, quentes, para não perder a elegância. E o marcador, irado se tornava, constrangido, e apelava para a violência. Quem provocava Garrincha normalmente teve a carreira acabada; mas se era gente boa, como dizia o craque, ele até deixava ganharem alguns lances.

A mídia e literatura, por vezes, tentam associar a imagem dele de bebida com a tristeza. Entendo isso, pois não devemos encorajar a bebida. Mas Garrincha era um brincalhão, uma criança por natureza, que não sabia se estava fazendo errado ou certo. Tirava sarro com os companheiros, até com Didi, conhecido por sua seriedade, e Nilton Santos idem. Didi, com aquela elegância, dizia: "Para, Mané, eu não sou mais moleque". Para Garrincha, era sim. Todos eram apenas crianças, que satisfaziam sua intensa vontade de jogar futebol, como diversão. Marcar, como todo moleque em qualquer pelada, não era com ele. Perdia a bola, então ficava parado.

Para Garrincha, o futebol era apenas entretenimento. Não era uma profissão. Preferia mil vezes Pau Grande do que as movimentadas ruas do Rio de Janeiro. Atendia bem os fãs, tratando-os como amigos de infância:
- Oh, gente boa!

Nas horas de assinar contrato, via que seu dinheiro estava em falta, e então pedia um aumento. Os dirigentes diziam que está bem, e davam o contrato em branco. Garrincha assinava, com seu garrancho de letra, fruto das aulas matadas para se divertir em Pau Grande. Então, um aumento de 5% era colocado. Nílton Santos, um primor de pessoa, tentava corrigir a situação. Por vezes, conseguiu. Mas Garrincha era muito enganado.

Todavia, esse lado ingênuo, despreocupado, trouxe também muitas consequências. Louco por mulheres, que choviam em seu sapato (especulava-se que ele tinha em torno de 25 cm de tamanho de genital), e isso aliado à sua fama justa de alcoólatra, tornaram a imprensa completamente contra ele. Conseguiu, de 1965 a 1970, transformá-lo em um homem odiado, explorando sua vida pessoal, pois ele tinha abandonado uma de suas mulheres, Nair, para ficar com a rica Elza Soares. Hoje, isso é muito mais comum, e é estranho quando a mulher de algum famoso é feia. E Garrincha, sem ser idolatrado, junto com o joelho completamente estragado, caía de produção.

O comparavam com Pelé, um bom moço, que separava o Pelé de Edson, sem nunca se envolver com confusões nem bebidas.

Com a imprensa odiando Garrincha e idolatrando Pelé, Garrincha foi ficando esquecido e esquecido. Ninguém mais lembrava que ele ganhou duas Copas para o Brasil. Só lembravam de seus porres, sempre com cachaça, pois cerveja não era com ele.

E ele teve um fim triste. Morreu de edema cardíaco, decorrente da bebida, que destruía seus orgãos, de dentro para fora. E a imprensa brasileira ficou triste. Com muita falsidade, pois já tinham esquecido dele por 10 anos, de 1970 a 1980, quando ele fez alguns desfiles de carnaval. Só aí caiu na real. Hipócritas.

E pensar que um jogador como o Garrincha, no futebol de hoje, poderia ser reserva. Afinal, os técnicos de hoje têm fobia de drible, uma coisa completamente sem objetividade, segundo eles. Mandariam ele marcar, Garrincha fingiria que ia, mas não ia. Ficaria parado. Mas ele fez sucesso contra zagueiros monstros...

Ah, como é bom o futebol de hoje, cheio de malabarismos e dribles desconcertantes...

Mando aqui alguns vídeos do monstro de pernas tortas.












Um abraço,

Cristiano Soares.

1 comentários:

Anônimo disse...

pena só cruzou seu caminho pessoas de má fé entre todos os monstro que estiveram a seu lado ums dos mais corvade este tal péle,eu sempre detestei tal pessoa rei de que, so se for da valcidade porque é esi seu melhor jogo,so te comprar quem não consegue ver sua verdadeira face.garrincha, este sim um rei, que náo teve ninguem por ele só deus e foi ele quem o livrou dese mundo de pessoas tão sujas e corvades.vocé garrincha é o verdadeiro rei da bola seus dibris e jogadas nuncamais veremos pos hoje sotemos comtratos valiosos é o que vale em campo de futebol comtratos,seus dibris e jogadas foram com vocé e jamas teremos iguais para min vocé é e serar sempre o melhor,naceu menino,morreu criança..!!!

29 de agosto de 2012 às 17:44

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