Inglaterra 1 x 1 Estados Unidos
Inglaterra e Estados Unidos era o jogo mais aguardado deste sábado de Copa. 3 jogos, e Inglaterra x EUA chamavam a atenção logo por dois aspectos: a zebra histórica de 1950, quando os Estados Unidos venceram a Inglaterra por 1 a 0, e também por causa que um era o colonizador, e o outro colônia. Tudo bem que esse último aspecto era só para apimentar o jogo - afinal, os ingleses nem exploraram os EUA, mas de qualquer forma era esperada uma grande partida.
E logo com 3 minutos, Glen Johnson cobra lateral, Lampard passa para Heskey, que manda para Gerrard. O craque do Liverpool domina a bola já mandando ela para a frente, e bate de direita, com a parte externa do pé para abrir o placar. 1 a 0.
E os primeiros 5 minutos, ao contrário do que pode parecer, foram de equilíbrio, embora a Inglaterra tenho aberto o placar.
Todavia, a Inglaterra simplesmente parou de jogar após marcar o seu tento. Os EUA foram tendo mais e mais posse de bola.
E com 18 minutos, cruzamento de Donovan, e a bola passa ao lado de Altidore e termina na linha de fundo. Quase que os Estados Unidos empatam.
Rooney estava claramente sem ritmo de jogo. Não conseguia fazer bons dribles nem dar seus piques característicos. E os Estados Unidos tinham posse de bola, mas não conseguiam entrar na área inglesa. A Inglaterra tinha defensores e atacantes próximos uns dos outros, deixando a equipe muito compacta. Com isso, os EUA vão de bola aérea e, pouco a pouco, utilizando chutes de longa distância. Onyewu, de 1,95m, ganhava a maioria das subidas aéreas.
Aos 32', um dado interessante: 60% de posse de bola pros EUA e 40% pra Inglaterra. Os Estados Unidos chegavam mais, porém a Inglaterra era mais objetiva e levava mais perigo.
Aos 38', Donovan corta pra direita e chuta. A bola passa rente a trave direita.
Um minuto depois, veio o gol da salvação: Dempsey dribla um jogador inglês, corta para a esquerda e bate. A bola vai de meia força, mas Green leva um frango inacreditável, um dos maiores da história das Copas. 1 a 1.
O primeiro tempo havia terminado. E como os EUA não conseguiam penetrar a área inglesa, eles apostaram nos chutes de média e longa distância, e isso deu resultado. Ainda mais devido à fragilidade (para não dizer outra coisa) de Green. E o resultado do empate era justo. Os Estados Unidos não foram inferiores em nenhum momento do jogo. Jogo este que começou equilibrado, até a Inglaterra achar um gol logo aos 4 minutos. Gerrard fazia boa partida, Terry e Glen Johnson também. A equipe estadunidense, como já disse, não conseguia penetrar a área inglesa e achou a solução: chutes de longa distância. Donovan e Bradley eram os líderes nesse fundamento, e o segundo acabou marcando. A outra arma americana era a bola alçada pra área, com Onyewu se destacando. Ele quase marcou duas vezes, assim como o jovem Altidore. A Inglaterra ficou um pouco recuada, mas era objetiva quando atacava. Seus jogadores faziam uma partida correta, mas os EUA têm o que a Inglaterra não tem e pelo visto demorará a ter: um goleiro fantástico. Howard é este, que é extremamente seguro. Green, pelo contrário, é muito menos que isso.
E o segundo tempo começou com uma pressão do English Team, junto a uma boa jogada de Lennon e posse de bola objetiva.
Aos 6', Lennon passa para Heskey, que fica cara a cara com Howard. Ele chuta forte, mas Howard efetua encaixe surpreendente.
A equipe inglesa voltou a decair, e o jogo novamente ficou equilibrado. Na marca dos 15 minutos, eram poucas as vezes em que a Inglaterra chegava trocando passes até a área adversária. Dependia por vezes de jogadas individuais.
Como a que Lampard fez aos 17'. Ele deu um grande drible e bateu de esquerda, para Howard mandar para escanteio, em grande intervenção.
Pouco a pouco, a Inglaterra foi retomando as rédeas da partida. Os EUA já não chutavam tanto de fora da área. Os ataques eram concentrados pelas alas do campo, sobretudo pela ala direita, com um Glen Johnson inspiradíssimo.
Aos 29', Rooney dá bolão para Wright Philips, que na cara do goleiro perde a chance, em defesa do goleiro americano.
Com 33 minutos, entrou Crouch, na esperança de Capello de uma jogada aérea, já que Peter Crouch tem 2,01m. E ele teve uma oportunidade logo aos 35', quando Gerrard cruzou e ele cabeceou fraco.
As laterais inglesas eram muito usadas, com Gerrard, Lampard e Glen Johnson cruzando a todo instante para a área americana. Mas sempre faltava alguém no lugar certo, na hora certa.
Ao final, nada adiantou a pressão inglesa, pois os Estados Unidos já haviam conseguido um grande resultado. Um empate é grande resultado? Quando se enfrenta a seleção mais forte do grupo, é sim. E os estadunidenses também podem comemorar porque não foi aquele empate que leva pressão até o fim, no sufoco. Os americanos se equivaleram aos ingleses, e o resultado acabou sendo justíssimo. Veja abaixo os gols de Inglaterra 1 x 1 Estados Unidos.
Notas:
Inglaterra:
Green: Nota 1,0 - Não fez nenhuma defesa difícil, e levou um dos maiores frangos da história.
Glen Johnson: Nota 6,5 - Grande arma de apoio pela direita, fez bons cruzamentos e se posicionou bem para os rebotes.
Terry: Nota 6,5 - Sem brincar, foi firme e fez bons desarmes.
King: Nota 6,0 - Menos brilhante que seu companheiro, fez um bom primeiro tempo, com um posicionamento anormal.
Ashley Cole: Nota 5,0 - Não apoiou nenhuma vez e estava claramente sem motivação e confiança.
Lampard: Nota 5,5 - Efetuou muitos desarmes, mas errou alguns passes fáceis e não chegou muito à frente. Pelo menos cruzou bem.
Gerrard: Nota 7,0 - Grande partida do capitão, que orientou o time, chegou muito à frente, fez vários cruzamentos e mostrou uma vitalidade incrível. E fez o gol.
Lennon: Nota 6,5 - Mostrou muita velocidade pela direita, mas mostrou deficiência nos cruzamentos.
Milner: Nota 3,0 - Entrou, pouco tocou na bola, levou um amarelo e continuou batendo. Saiu porque ia ser expulso logo logo.
Rooney: Nota 5,5 - Fez um primeiro tempo sentindo a lesão, mas melhorou na segunda etapa, participando ativamente da partida.
Heskey: Nota 5,0 - Deu um grande passe para Gerrard marcar o primeiro gol, mas perdeu grande oportunidade e não participou do jogo ativamente.
Wright Philips: Nota 6,0 - Entrou e mostrou sua já conhecida velocidade. Mas perdeu chance cara a cara.
Carragher: Nota 5,0 - Entrou no lugar de King, e jogou bem pior que ele, pois é muito lento.
Crouch: Sem nota - Jogou apenas 10 minutos, em que só recebeu uma bola.
Técnico Fabio Capello: Nota 5,5 - Acertou ao tirar Milner do jogo antes que ele fizesse alguma bobagem. Mas errou ao tirar King e colocar Carragher. No final, trocou seis por meia dúzia, sem ousadia nas substituições.
Estados Unidos:
Howard: Nota 8,5 - Extremamente seguro, praticamente não soltou bolas. Foi completo e perfeito.
Cherundolo: Nota 6,0 - Bem no apoio, conseguiu levar algum perigo.
Demerit: Nota 5,5 - Um zagueiro estilo xerifão, falhou no primeiro gol.
Onyewu: Nota 6,5 - Muito bem pelo alto, ganhou todas. E chegou bem ao ataque, quase marcando um gol.
Bocanegra: Nota 5,0 - Apagado, foi o pior zagueiro americano. Parece que beleza não é tudo.
Bradley: Nota 6,0 - Teve um bom aproveitamento nos passes.
Clark: Nota 6,0 - Muito bem na marcação, fez-se presente em todas as partes do campo.
Dempsey: Nota 7,0 - É muito forte fisicamente, e arriscou muito de longe e fez bons cruzamentos.
Donovan: Nota 6,5 - Ao contrário de Dempsey, se fez presente pela velocidade, e mostrou muita técnica nos cruzamentos e chutes.
Altidore: Nota 6,0 - Foi uma boa referência na área, mas faltou bolas redondas para ele, principalmente pelo chão.
Findley: Nota 2,0 - Completamente nulo, nem tentou buscar o jogo. O tipo de jogador que só sabemos que só estava jogando depois de ver a escalação.
Buddle: Nota 5,5 - Teve movimentação nos 11 minutos que esteve em campo.
S. Holden: Sem nota - Jogou apenas 4 minutos.
Técnico Bob Bradley: Nota 6,0 - Mostrou um 4-4-2 certinho, algo como um 4-2-2-2, que foi até ousado, pois botou 2 meias para atacar somente, e 2 atacantes. Só deveria ter mexido mais e antes em alguns jogadores.
Árbitro Carlos Eugenio Simon: Nota 7,5 - A melhor atuação da Copa do Mundo até agora, impôs respeito aos jogadores, e não errou em nenhum lance. Só que poderia ter aplicado menos cartões amarelos.
Dados:
Resultado final: Inglaterra 1 x 1 Estados Unidos.
Estádio: Royal Bafokeng Stadium, em Rustemburgo, na África do Sul.
Público: 38.646 pagantes.
Escalação Inglaterra: Green; Glen Johnson, Terry, King (Carragher 2° T) e Ashley Cole; Lampard, Gerrard, Lennon e Milner (Wright Philips 31' 1° T); Rooney e Heskey (Crouch 34' 2° T). Técnico: Fabio Capello.
Escalação Estados Unidos: Howard; Cherundolo, Demerit, Onyewu e Bocanegra; Bradley, Clark, Dempsey e Donovan; Altidore (S. Holden 41' 2° T) e Findley (Buddle 32' 2° T). Técnico: Bob Bradley.
Gols: Gerrard, aos 4 minutos do primeiro tempo; Dempsey, aos 40 minutos do primeiro tempo.
Cartões amarelos: Gerrard, Milner e Carragher; Demerit, Cherundolo e Findley.
Árbitro: Carlos Eugênio Simon, do Brasil.
0 comentários:
Postar um comentário